“CIDADÕES”
Quando saiu o resultado do Enem 2018, um dito cujo compartilhou uma reportagem, sobre a Redação proposta aos estudantes, onde divulgava a quantidade de alunos que tirou nota 1000, um número bem reduzido, e destacou que milhares tiraram nota zero. Esse indivíduo que compartilhou o texto, sabedoria em pessoa, escreveu uma legenda culpando um determinado partido pela situação observada, pois incentivou uma geração a falar “é nóis” e “nóis vai”.
Fico impressionada ao ver o que as pessoas fazem para defender seu candidato na política: não há limites. Viram especialistas sem ao menos terem estudado para determinada área ou repetem, feito papagaios, aquilo que alguém falou e vão desenvolvendo suas teses sem nenhum material teórico. Lembrei até da brincadeira do telefone sem fio. Falava-se alguma frase no ouvido da primeira pessoa que estava ao nosso lado no círculo formado e, quando chegava ao último, a frase já estava toda desfeita.
A Educação, dito cujo, é muito mais complexa do que acusar um partido. O que dizer, então, do novo presidente do Inep que falou “cidadões” no seu discurso? Ele não é do tal partido criticado, nem estudou no período em que o mesmo esteve em vigência. Caro transmissor de idiotices, você sabe o que é variação linguística e que tem muita gente que realmente fala “nóis vai”? Você sabe o que é gíria e que nos grupinhos formados ouvimos muito “é nóis”?
Mas os especialistas querem ir além com seus efêmeros estudos de Facebook e WhatsApp. Quanta gente passou a ser fera nas figuras de linguagem depois da polêmica do rosa e azul! (Vem, meteoro!) O que elas não sabem e não foram pesquisar é que antigamente, de acordo com a Revista Superinteressante, era muito caro tingir um tecido (Lembra da nossa história? Do pau-brasil?), então, os pais não ligavam para isso. Em 1918, nos Estados Unidos, o rosa, por ser mais escuro, foi direcionado para os meninos e o azul, mais claro, para as meninas. Somente mais tarde, para esquentar as vendas, é que o azul passou a ser a cor para eles e o rosa para elas. Ou seja, foi tudo uma questão de marketing e o povo caiu direitinho.
Através do interesse das lojas em lucrar, ficou marcado socialmente tais cores para definir se é menino ou menina. Quanta ignorância e submissão! Mas não me venha com figuras de linguagem, muito menos, utilize a metáfora como forma de acobertar um preconceito já enraizado nessa sociedade hipócrita, pois de acordo com a psicanalista Fani Hisgail “A afinidade com alguma cor não determina personalidade ou sexualidade”.
Prezados “cidadões” brasileiros, para realmente ser especialista em algo, é preciso estudar muito e durante muito tempo. Tenho vinte e um anos de profissão trabalhando a Língua Portuguesa com crianças e adolescentes e não sei nem a metade. Mas, não será uma rede social, com textos questionáveis, que complementará minha formação. É preciso questionar, pesquisar, confrontar para tentarmos chegar a uma conclusão. Caso precise, “é nóis aqui na fita”!
LI E GOSTEI
Um útero é do tamanho de um punho, reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. Uma das vozes mais destacadas da geração, Angélica Freitas subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino, anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos, e joga luz – com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado – sobre o nosso tempo. Fonte: Companhia das Letras.
ASSISTI E GOSTEI
Fernanda (Mônica Martelli) está casada com Tom (Marcos Palmeira), com quem tem uma filha de cinco anos, Joana (Marianna Santos). O casal está em meio ao desgaste causado pelo convívio por muitos anos, o que gera atritos constantes. Quem a ajuda a superar a crise é seu sócio Aníbal (Paulo Gustavo), parceiro inseparável durante a árdua jornada entre salvar o casamento ou pôr fim a ele. Fonte: Adoro Cinema.
E A GRAMÁTICA… COM AS CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA
Plural “ãos”
Todas as palavras paroxítonas terminadas em “ão” viram “ãos” no plural (ou seja: basta acrescentar o “s”), como “sótãos”, “órgãos” e “bênçãos”. Em algumas palavras oxítonas isso acontece, então é bom você saber de algumas, tipo: “artesãos”, “cristãos”, “pagãos” e “cidadãos”. Tem outras mais conhecidas, como “mãos”, “irmãos”, “chãos”, e “grãos”.
Fonte: Blog Gramaticando