TRÊS ANOS

Vereador, produtor rural, radialista e poeta descreve os três anos da grande enchente em Iconha e fala da pandemia e a seca fenômenos que devastaram o município

por José Alberto Valiati

Começo minha narrativa com este título, pois hoje completam-se três anos que o nosso município foi devastado pela maior enchente da história. O título também lembra-nos que nesses três anos, além da enchente, fomos atropelados por uma terrível pandemia e uma severa estiagem.

17/01/2020: uma sexta-feira que nunca será apagada da nossa memória. As cabeceiras do nosso município receberam uma quantidade excessiva de chuva torrencial que fizeram aumentar velozmente o volume de água dos nossos córregos. A força das correntezas arrastou tudo que encontrou pela frente e inundou a cidade e as residências ribeirinhas. Ceifou vidas, matou animais, destruiu casas e estradas , arrancou pontes e postes de energia, soterrou veículos e eletrodomésticos, encheu dezenas de moradias de lama e deixou um grande número de desabrigados e desalojados. Mas o povo, com trabalho, fé, união e solidariedade da iniciativa privada, poder público e ajuda de voluntários e anônimos venceu a batalha, mesmo que ainda faltem algumas coisas para o município ser totalmente restaurado.

11/03/2020: a Organização Mundial da Saúde declara a Covid 19 como pandemia. O pesadelo tomou conta do mundo. Milhões de seres humanos foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2, e outros milhões morreram. Começou uma corrida em busca de uma vacina. Aqui em Iconha não foi diferente. Até as igrejas suspenderam as celebrações presenciais, afinal foram proibidas aglomerações de qualquer natureza. Máscaras se tornaram acessórios de uso obrigatório. Após muito sofrimento humano e perda de entes queridos, finalmente e graças aos cientistas, os primeiros imunizantes chegaram e a situação começou a normalizar-se . A maioria da população tomou as doses orientadas pelas autoridades no assunto e nos tempos atuais quando uma pessoa testa positivo para a doença os sintomas são mais leves. Vencemos boa parte da guerra, mas faltam algumas batalhas, pois os óbitos ainda não cessaram no Brasil.

Março de 2022: sem aviso prévio, digamos assim,, iniciou-se uma terrível seca em nosso município e região. Devido a esse fenômeno, muitos agricultores não conseguiram completar a adubação das plantações de café e a consequência será uma queda bruta na colheita de 2023, pois as lavouras voltaram a ficar bonitas, mas em muitas lugares os frutos não vingaram. Pastos, árvores e nascentes secaram. Centenas de animais morreram e muitos cidadãos e cidadãs tiveram prejuízos gigantescos . Agora, com as chuvas da primavera e verão, a situação está sendo amenizada , mas em alguns casos a espera pela normalização ainda vai demorar.

Caro (o) leitor (a), tudo isso será contado às próximas gerações e esperamos que elas não passem por essas desagradáveis e tristes experiências. Precisamos estar atentos às palavras: enchente começa com a letra E, mas esperança também; pandemia com P, mas proteção também e seca com S, mas superação também. Por isso é necessário que sempre tenhamos esperança, pois a proteção de Deus nunca falha e a superação é o resultado satisfatório de nossa força de vontade e fé.

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