Operação Átria, da PC, prende 374 homens em 10 cidades do ES, autores de crimes resultantes de violência contra a mulher

Quase 21 mil pessoas foram alcançadas com a Operação Átria, 3.169 vítimas de violência doméstica, 421 diligências, mais de 300 homens presos, 22 armas apreendidas, o saldo é muito positivo e mais importante que os números.

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por intermédio da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam), prendeu 374 suspeitos de violência doméstica, descumprimento de Medida Protetiva e crimes contra a dignidade sexual da mulher, desde final de fevereiro e no mês de março, no Estado, durante a Operação Átria.
A Operação aconteceu em âmbito nacional, comandada pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, e, no Estado do Espírito Santo, aderida pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social; com coordenação operacional Estadual da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil, e com a integração da Polícia Militar por meio da Patrulha Maria da Penha, através da Divisão de Direitos Humanos, da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária da PM.
A Operação Átria visou combater a violência contra a mulher em todo Brasil. No Estado, além das prisões, foram realizadas várias ações Itinerantes em municípios do interior do Estado, com atendimento às mulheres, palestras em escolas, orientação e diálogo com a população nos municípios, sobre a Lei Maria da Penha, e o enfrentamento à violência contra a mulher.


A chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Div-Deam), delegada Cláudia Dematté, ressaltou que a operação primou pela integração das forças de segurança da Polícia Civil e Polícia Militar, com o único objetivo: enfrentamento qualificado a violência doméstica e familiar, contra a mulher e aos crimes contra a dignidade sexual contra a mulher, no Estado do Espírito Santo. “A operação teve início no dia 27 de fevereiro, e nós finalizamos ontem, com o “Dia D”, dano enfoque ao cumprimento de mandado de prisão, busca e apreensão de homens, autores de violência doméstica, familiar e crimes contra a dignidade sexual. Durante todo este mês de operação, foram várias ações realizadas, tanto com enfoque na repressão, armas apreendidas, flagrantes realizados, palestras, cursos e orientações pedagógicas, palestras em escolas, denúncias apuradas, inquéritos instaurados, inquéritos concluídos, munições apreendidas; entre outros. A parte da repressão foi realizada com muito afinco e muita determinação”, destacou a delegada Dematté.


Oportunamente destacou a Coordenadora da Operação nas Delegacias do ES, Cláudia Dematté, que não basta somente a repressão. “Nós estamos falando de crimes que, infelizmente, sempre existiram na nossa sociedade. Esta violência doméstica e familiar contra a mulher sempre existiu, fruto deste machismo estruturado e desta cultura patriarcal, onde o homem, até hoje, acha que a mulher é posse, é propriedade e pratica estes crimes estarrecedores e inadmissíveis, resultantes desta violência contra a mulher, porém, nós não nos limitamos a ações de repressões. Foram realizadas diversas ações de prevenção em todo Estado do Espírito Santo”, disse.
A delegada adiantou que a Polícia Civil está com um projeto de visão especializada de atendimento à mulher e Deans itinerantes, que conta com todo apoio da chefia. A partir das ações nacionais, a Dean, no ES, passou a realizar ações integradas com o comando da Patrulha Maria da Penha.


Municípios

10 municípios receberam ações de repressão, orientação e prevenção, sendo: Presidente Kennedy, Castelo, Alegre, Montanha, Nova Venécia, Barra de São Francisco, São Mateus, Rio Bananal, Baixo Guandú e Fundão. Uma média de 30 policiais, entre civis e militares. Toda estrutura montada para os atendimentos nos centros das cidades. “Usamos micro-ônibus da Polícia, 180 viaturas empregadas, chegamos prontos para fazer os atendimentos destas mulheres em situação de violência. As equipes foram divididas para irem às escolas dialogar com os adolescentes, outras dialogaram com a população nos comércios e nas ruas. Atingimos a um público de 20.985 pessoas com estas ações. É um público muito expressivo”.
Entre os atendimentos, a delegada coordenadora da Operação no ES se emocionou ao se lembrar de alguns casos. Ela disse que nas escolas foram entregues folder’s e, alguns adolescentes, após receberem as informações, perceberam que a mãe estava sendo vítima de violência doméstica, ela foi até o local onde foi acolhida.
A delegada destacou um caso, em um determinado município que a equipe estava em ação, uma mãe com a filha de 17 anos foi até à Praça onde estavam os policiais, acreditando que estariam ofertando o serviço de retirada de identidade. “E, na hora em que nossos policiais, que tem toda uma experiência, fizeram a abordagem, entregaram o panfleto, explicaram os tipos de violência, a adolescente começou a chorar, olhou para a mãe e, na mesma hora, nossa equipe psicossocial fez o acolhimento, a gente retira, leva para dentro do micro-ônibus, e ela narrou que estava sendo vítima de abuso sexual pelo seu tio já alguns anos. Eu digo a vocês, são ações que os números são importantes, relevantes, mas tenha certeza, a nossa ação é qualitativa. Ela está para além dos números, a gente não consegue quantificar o tanto de pessoas que nós atingimos com estas ações. É uma equipe muito dedicada de policiais civis e militares e de maneira integrada”.
Claudia Dematté afirmou que a coordenação já conseguiu alcançar 43 municípios, mas objetivo é alcançar todo estado do ES. “Nós não vamos parar, enquanto mulheres estiverem sendo vítimas de violência, tenho a certeza de que as forças de segurança do Estado do ES vão estar agindo com todo afinco”, salientou a delegada Cláudia Dematté.
A delegada enfatizou que a operação teve todo apoio das superintendências de polícia especializada, para cumprimento dos mandados de prisões e apreensões de todas as superintendências do interior do estado, e o apoio extremamente importante da Superintendência Interestadual de Capturas, o comprometimento de toda a Polícia Civil.

Patrulha Maria da Penha

O chefe da Divisão de Direitos Humanos da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária, major Rone Frederico Coutinho, e também coordenador estadual da Patrulha “Maria da Penha”, frisou que a Patrulha está diretamente lincada às mulheres que sofrem violência doméstica. Elas vão até à delegacia, solicitam ao delegado a medida protetiva de urgência. “Estas medidas são entregues ao judiciário e, quando deferidas, há o anseio desta mulher na entrada do programa “Maria da Penha”, então começa o nosso trabalho da Patrulha”
Relatou o major que são dois policiais militares dentro de uma viatura, caracterizada com a inscrição Patrulha “Maria da Penha”, para que a vítima possa ser atendida sem ser confundida com uma informante da polícia , quando a Patrulha chega nas comunidades mais vulneráveis. São dois policiais militares, um do sexo masculino e outro do sexo feminino que ouvem a história desta mulher. “Normalmente na primeira visita se perde quase uma hora conversando com os policiais, e a partir da segunda visita, a revisita, o nosso policial já está integrado com esta mulher. O policial é o mesmo para gerar a confiança da mulher vítima, ele vai até o final do programa com ela. De forma integrada o nosso trabalho ocorre, indo às escolas, entregando panfletos, nos comércios, nas ruas. A gente não consegue, aqui mensurar, quantas pessoas atingimos. Em todos os municípios que tivemos, recebemos o apoio das rádios locais, demos entrevistas, as ondas sonoras chegaram até a Bahia e Minas Gerais. Nossas ações foram conhecidas além do nosso estado. Foi uma ação positiva”.
O coordenador da Patrulha “Maria da Penha” citou os números, foram 421 visitas tranquilizadoras. “Visita tranquilizadora da Patrulha “Maria da Penha” nada mais é que, fiscalização das medidas protetivas deferidas pelo judiciário. Temos 421 fiscalização destas medidas, neste período de 27/02 até 28/03; para nós um número expressivo. Estes números não refletem tudo que foi feito, o contato com esta mulher, o olhar no olho dela, a gente sente que o nosso trabalho é útil e chega nestas mulheres que desconhecem as cinco formas de violência”.
Para o major Rone Frederico, há mulheres que sofrem violência sexual e acreditavam que era direito do marido ter relações forçadas, quando ela é proibida de usar o batom e usar uma roupa curta, esta mulher está sofrendo violência psicológica, assegura. “A patrimonial – quando ele quebra o celular para ela não conversar com A ou com B. Tivemos a oportunidade de conversar. Fizemos a repressão bem feita, mas o serviço de prevenção é mais importante. Quando entramos nas escolas e conversamos com adolescentes de 13 e 14 anos, a gente tem a ideia de que ele não será um futuro agressor, e aquela menina que ouve a nossa palestra, ela vai se colocar na posição tal de saber dizer não, quando este abuso começar a existir”.

Operação nacional


O Gerente de Operações Integradas, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do ES, coronel Biato, ressaltou que todas as operações de âmbito nacional, neste caso, a defesa da mulher demonstrou a integração das polícias, Militar e Civil. “É uma integração muito importante, principalmente pela união de forças, a nível nacional a Operação tem outro aspecto, dizer que todos, estão no combate do crime contra a mulher. O estado do ES tem feito isso e não esquecemos as operações a nível de estado e vamos continuar, e certamente nós vamos tentar minimizar esta questão que é muito séria em nosso país, a violência contra a mulher”.

Átria

Atria é o nome da principal estrela da constelação denominada “Triângulo Austral” do hemisfério estelar sul. Tem coloração alaranjada e consta na bandeira do Brasil. Em alusão à posição de destaque da estrela, o nome dado a operação ilustra a ideia de reposicionar mulheres agredidas, retirando-as da condição de vítima e as devolvendo ao seu lugar.

Realtório

Efetivo Policial Empregado 680,
Viaturas Empregadas 180,
Palestras/Cursos/ Orientações e Outras Ações Pedagógicas 314,
Nº Pessoas alcançadas, Palestras e Orientações nas ruas/comércios 20.985,
Vítimas Atendidas 3.169,
Visitas/Diligências Patrulha “Maria da Penha” 421,
Denúncias Apuradas Disque Denúncia/181 620,
Mandado de Busca e Apreensão Cumprido 53,
Medida Protetiva de Urgência Solicitada/Expedida 1655,
Armas Brancas Apreendidas 16,
Armas de Fogo Apreendidas 22,
Munições Apreendidas 356,
Inquéritos Instaurados 1256,
Inquéritos Concluído 1.208.

PRISOES OPERAÇÃO ÁTRIA 2023


Mandado de Prisão Preventiva 87
Mandado de Prisão Temporária 01
Prisão em Flagrante 286,


TOTAL de homens autores de Crimes Resultantes de violência contra a mulher Presos 374
Mandados de Prisão Civil cumpridos (não pagamento de pensão alimentícia) 15.

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