Demora do diagnóstico dificulta tratamento de doenças reumáticas; saiba quando procurar ajuda

No Brasil, estima-se que mais de 15 milhões de pessoas convivam com doenças reumáticas. Diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento.

Muitas vezes tratada como um simples desconforto passageiro, a dor nas articulações pode ser um sinal de que algo grave está acontecendo no corpo, principalmente se estiver acompanhada de inchaços. São esses os sintomas mais comuns nos casos de doenças reumáticas, mas a demora na busca de um diagnóstico pode comprometer tanto o tratamento médico, quanto a qualidade de vida da pessoa afetada.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), mais de 15 milhões de brasileiros sofrem de doenças reumáticas, que abrangem um conjunto de cerca de 120 enfermidades, incluindo artrite reumatoide, gota, lúpus, espondilite anquilosante, artrose, fibromialgia e osteoporose.

Apesar de frequentemente serem associadas aos idosos, elas afetam pessoas de todas as idades e representam uma das principais causas de afastamento do trabalho e de aposentadoria precoce, ainda segundo a SBR.
“Dores articulares e na região lombar, febre, fadiga e emagrecimento repentino podem estar relacionados às doenças reumáticas. No caso do lúpus, a doença é capaz de comprometer vários órgãos, como pulmões, pele e rins, e até o sistema nervoso”, explica Míriam Küster Huber, médica reumatologista da Imunomed, que integra a Oncoclínicas Espírito Santo.

Embora possam aparecer em qualquer fase da vida, algumas doenças reumáticas são mais frequentes em certas faixas etárias e gêneros. Por exemplo, a espondilite anquilosante, que causa inflamação principalmente na bacia e na coluna, predomina entre homens de 20 a 40 anos. Já o lúpus eritematoso sistêmico, doença inflamatória crônica causada pelo sistema imunológico, é mais recorrente em mulheres em idade reprodutiva.

“Algumas dessas doenças têm caráter autoimune e podem se manifestar em pacientes com predisposição genética após algum gatilho, como infecção, trauma psicológico ou estresse”, explica.

Quando procurar ajuda


Apesar de atingir milhares de pessoas, o diagnóstico para essas doenças costuma acontecer quando o paciente já está convivendo com a dor por muito tempo, o que dificulta o tratamento correto e o controle dos sintomas.
Míriam alerta que dores nas articulações que perduram por mais de um mês, especialmente quando não associadas a um trauma específico, precisam ser investigadas.

“O diagnóstico precoce previne lesões que potencialmente levam a sequelas irreversíveis, como deformidades articulares e dor crônica. Quanto mais cedo o paciente identificar a doença, mais eficiente será o tratamento e, consequentemente, melhor será qualidade de vida dele”, atesta a reumatologista.

Diagnóstico e tratamento
No geral, o diagnóstico de doenças reumáticas começa com uma avaliação clínica detalhada, na qual o médico reumatologista busca entender o histórico do paciente, os sintomas apresentados e sua duração. Exames complementares ajudam a avaliar a presença de inflamações, inchaços ou deformidades nas articulações.

Em alguns casos, análises de sangue e radiografias podem ser solicitadas para detectar a presença de anticorpos específicos ou alterações nas articulações, respectivamente, proporcionando um quadro mais completo da condição do paciente e auxiliando na determinação da doença reumática específica.

Já o tratamento pode ser tão diversificado quanto as próprias doenças, mas costuma ser multidisciplinar, envolvendo uma combinação de medicamentos, fisioterapia e, em casos mais complexos, intervenções cirúrgicas.
“Uma mudança proativa no estilo de vida, incorporando uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios, pode influenciar diretamente na melhora dos sintomas e no controle da doença”, finaliza.

Crédito das fotos: Freepik

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