Zé, Ady e o Haras Monte Aghá

Haviam muitos planos e projetos para Ady continuar, o Haras Monte Aghá era só mais um, Zé promete continuar com as ideias já plantadas

 

O Haras Monte Aghá é outro projeto que Ady idealizou em 1991 em parceria com Odair José Neves Costa, o Zé, inicialmente peão domador, hoje treinador de equinos, braço direito, homem de confiança e treinador da raça Mangalarga Machador. E como todos já sabem, Ady Brunini amava o campo, os animais e o cavalo entrou na vida dele ainda criança. Aos 5 anos, contou a mãe Yara Brunini Ady já estava montando a cavalo na fazenda. Gostava nas férias de vir para Piúma e na Fazenda Faroeste da família era onde ele mais curtiu a vida.

A Reportagem esteve no Haras, nesta segunda, 26 e bateu um papo com Zé, que contou como surgiu a ideia e falou com exclusividade do Projeto do Zé, em homenagem a ele, uma iniciativa que tinha como meta ensinar as crianças a montar e como tratar os animais para ensinar os adultos, além de oportuniza-los ocupação e o distanciamento com o universo das drogas.

O treinador de equinos garantiu que Ady era um defensor incondicional dos animais e quando chegou a fazenda não sabia nada sobre cuidados, era bruto e cortava na espora. Tinha apenas 16 anos, está há 20 na fazenda. Com o tempo aprendeu tudo, e o principal, respeitar o animal, amar e trata-lo com cuidados especiais.

No dia 29 de novembro do ano passado Ady trouxe a Fazenda Mauro Leite – formado pelo método Monty Roberts – internacional Learning Center. “Temos um desejo muito forte há muito tempo de oferecer o que há de melhor no mundo equestre, principalmente nesse curso HorseManShip – relacionamento com cavalos e o Mauro Leite representa isso, é uma pessoa que tem equilíbrio nas suas posições, tem experiência necessária que a gente acredita. Eu acredito que ele tem muita bagagem para passar nessa capacitação que está fazendo com a gente”, disse Ady na época.

Os planos soltavam os olhos de Ady para com o Haras. Ele comentou com o jornal que os equinos em geral precisam de um cuidado especial, tanto na parte de higienização, tanto de manejo, alimentação correta, limpeza dos cascos para que ele tenha uma vida saudável e ativa e o Haras estava pronto para começar um projeto novo, se tornar referência em cursos, treinamentos, aluguel de baias, e lá, com o Zé o projeto que recebeu o nome do peão ganharia vida novamente.

O que Zé aprendeu no curso com Mauro Leite, foi exatamente ao contrário do que sabia até os 16 anos: uma forma de conduzir o cavalo sem violência, sem trauma, na parte psicológica, na parte de treinamento, na parte de como conduzir o cavalo sem força e sem resistência onde ele está indo com você porque ele quer, não porque está sendo obrigado a ir.

“Ady representou muita coisa para mim, ele não era um patrão, era um amigo, um irmão, tudo que ele ensinava e passava pra gente, acreditando cada vez mais, ele tinha o hábito de falar que ele era o meu fã número um, e eu falava o mesmo dele, eu era o fã número um dele, na verdade, tudo que eu aprendi do manga larga marchador, na minha profissão, eu aprendi com ele, foi através do esforço dele, ele acreditava muito na minha capacidade, a parti daí nós fomos fazer um trabalho juntos, aprendendo cada vez mais um com o outro, mas ele sempre confiando e falando que eu tinha como conseguir. Final de 1992 perdemos uma competição, no Cavalo Oficio, início de 1993 ganhamos e permanecemos ganhando até 1999, foi quando demos uma parada nas competições, mas sempre ele me considerando demais. Ele foi tudo para mim, um grande amigo, um grande irmão. Todos os lugares que passamos nós deixamos um marco juntos, o Haras Monte Aghá representa o Ady e eu pretendo continuar fazendo esse trabalho. Eu preciso do apoio da dona Yara, do Agnelo, dos amigos e com certeza vamos continuar o sonho do Ady”, emocionou-se Zé.

Agora a missão Zé é dar continuidade ao projeto do Haras junto com Agnelo, primo/irmão de Ady.  Afinal de contas, Brunini pretendia ampliar o Haras, promover cavalgadas ecológicas como opção de lazer, provas funcionais, cavalgadas noturnas com damas e cavalheiros para apreciarem a lua, estava formando também um grupo pequeno acompanhado por um guia especializado. Além de alugar baias para proprietários de cavalos e oferecer doma racional dos animais.

Zé sabe que o sonho de Ady é tornar o Haras Monte Aghá uma referência em doma racional de equinos, promover campeonatos de marchas, queria também dar vida ao projeto Zé, que ficou parado durante um tempo. Estava no auge, preparando baias, piquetes e os animais, estruturando totalmente a propriedade, para a formação desta escolinha, estava tudo pronto a um novo sonho, o Projeto Campeão Nacional do Mangalarga Machador.

Para Zé tudo é um sonho e Ady não morreu, a ficha ainda não caiu. “Eu vejo ele entrando por aqui e procurando o protrinho que acabou de nascer, olhando as baias, falando dos projetos. Muito difícil este momento, mas temos que continuar, o sonho não vai morrer”.

Foto Zé e Ady/ Arquivo

Legenda: Zé promete não deixar o projeto de Ady morrer, o Haras Monte Aghá

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