SEGURANÇA EM IRIRI: Prefeitura de Anchieta vai se reunir com as autoridades para traçar um plano de segurança para Iriri

O Jornal provocou as autoridades e pediu segurança nos eventos em Iriri para proteger os frequentadores e moradores do balneário. A Prefeitura já se manifestou. Foto principal: Divulgação / A Gazeta

O balneário de Iriri é um destino turístico muito frequentado durante o ano. Em especial, nos feriados e alta temporada, carnaval e verão. Os eventos acabam atraindo turistas de todo o país, que tem no balneário uma estrutura de 48 hotéis e pousadas, todos muito bem preparados para receber os mais exigentes visitantes. Tem em Iriri, também, uma gastronomia de ponta e praias paradisíacas. Belezas que são cenários para filmes românticos.
Entretanto, a segurança dos turistas, visitantes, moradores e comerciantes acabou se tornando pauta de matéria neste veículo que mostrou as fragilidades durante o feriadão de 12 de outubro, onde uma multidão ficou espremida, nas madrugadas, entre a Avenida Dom Helvécio, Praça do Artesão e calçadão da Praia Costa Azul, e correndo riscos, uma vez que, depois de 1h00 da manhã a Polícia Militar deixou o Balneário e a Guarda não deu conta de conter os mais exaltados. Teve brigas, mata leão em namorada e tiros para o alto.
O jornal acabou sendo alvo de críticas severas de alguns empresários que ficaram indignados com a repercussão da matéria, foi até chamada de sensacionalista e recebeu ameaça velada caso não tirasse do ar a matéria e um storys, mas a jornalista comprou a briga sozinha e acabou publicando um artigo de opinião afirmando que o jornal quer o melhor para um dos balneários mais lindos do ES. O resultado foi imediato, um hotel fez um oficio à Prefeitura pedindo mais policiamento na Praia da Areia Preta, e a Prefeitura se manifestou, disse vai se reunir para traçar um plano de ação para oferecer mais segurança em Iriri.
O Jornal tomou conhecimento, após uma mãe desesperada pedir a intervenção da imprensa para mostrar o problema da falta de segurança para os jovens que amanheciam na praia, para bater palma para o sol.
Em contato com a Prefeitura de Anchieta, o jornal questionou o que será feito a partir deste feriado de 12 de outubro, em Iriri, como medida para proteção dos frequentadores do balneário. Em tempo questionou aonde estava a fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente que permitiu que o som alto varasse a madrugada, sem qualquer ação, para evitar os tumultos no entono da multidão.
O jornal apurou que, somente no sábado, dia 14, foram apreendidos oito aparelhos de som por uma equipe da Polícia Militar, que entregou à Guarda Municipal. Fora este dia, não teve nenhuma ação para que a lei Lei nº 1.525/22 fosse cumprida.

“Me tira daqui”

Jovens espremidos em Iriri


A motorista de aplicativo, Kamilla Moreya, comentou na matéria postada no feed do Instagram do Jornal, afirmou que trabalhou 48 horas direto e constatou o desespero dos jovens querendo voltar pra casa. “Mais de 60% dos clientes chegavam perto do carro ou mandavam mensagem: “MOÇA, ME TIRA DAQUI PELO AMOR DE DEUS!”, fiz corridas que nem pagava a gasolina, pois alguns não tinham o dinheiro todo mais… Mas sou ser humano, como deixar uma pessoa naquele estado, esperando até 06:00 da manhã, pra pegar um ônibus… Lugares distantes… Enfim! Me lamentava por dentro por ver pessoas assim, no desespero, assustadas, medo… tristes, com vontade de voltar para casa… SAÍ COMO “ANJA” pra muitos! Mas sempre dizia para eles: “Deus sabe de todas as coisas”! Enfim… Mas eu, como motorista de aplicativo, ouvi tristes relatos em meu banco… Só pedia a misericórdia de Deus”!

Eles batem palma pro sol

“Tem que falar sim. Esse pessoal fica chateado, mas é uma loucura, a gente que tem filho jovem, morre de medo. Aquela Praça do Artesão, os jovens, depois que acaba o evento, fica esperando para bater palma para o sol, são mais de 3 mil jovens fazendo tudo que eles fazem: beijando na boca, dançando até o chão, usando droga, fazendo tudo isso. Tem que ter um policiamento ostensivo. Todo verão é isso. Já que não tem mais point, eles fizeram da Praia da Costa Azul um point. Era um luau. Acabaram com o luau da Lagoa e eles foram prá lá. E ali é cooler e o pau quebra esperando o sol para bater palma”, afirmou a mãe de um jovem.
Oportunamente, a mãe que reside em Iriri fez questão de assegurar que o jornal fez o seu papel, divulgou os eventos, se fez presente em ambos, mostrou em tempo real o sucesso, e não atribuiu culpa aos mesmos, muito pelo contrário, parabenizou e evidenciou. “O Festival foi show de bola, tanto o de Iriri como o de Piúma, o episódio foi à parte e de madrugada”.

Prefeitura de Anchieta diz que vai se reunir para debater um plano


A Gerência Estratégica de Segurança Pública e Social de Anchieta informou que a Guarda Civil Municipal atua em todos os eventos do município, e tem apoio de outras instituições, como a Polícia Militar, a Polícia Civil, o setor de Fiscalização e a Secretaria de Meio Ambiente.
Nesta segunda (16) após a repercussão da matéria publicada no site do “Espírito Santo Notícias” e viralizar nos grupos de WhatsApp e nas redes sociais, disse que uma série de reuniões irão acontecer com as entidades envolvidas, e serão definidas nos próximos dias ações educativas e repressivas com essas instituições, a fim de manter a ordem no eventos e durante o verão em Anchieta.
“A Prefeitura de Anchieta, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, vem atuando desde 2017 na prevenção e repressão à poluição sonora nas praias e demais pontos turísticos do município, principalmente em Iriri. A apreensão de caixas e a lavratura de multas nesse último feriado, em Iriri, foi realizada pelos agentes da Guarda Ambiental, com apoio da Guarda Municipal e Polícia Militar.
Ontem (16), segundo a Prefeitura de Anchieta frisou, será iniciada uma série de reuniões que irão acontecer com as entidades parceiras, a fim de planejar ações para os próximos feriados e período de verão, com objetivo de manter a ordem e ter mais efetividade no controle da poluição sonora.
A Polícia Militar ainda não respondeu a demanda enviada pelo jornal.

Dever de informar

Comprometido com o dever de informar, o jornal “Espírito Santo Notícias” bateu de frente com alguns empresários que ficaram chateados com a notícia que, segundo eles, manchou a imagem do balneário.
Por outro lado, houve empresários que parabenizou o jornal, porém, as identidades serão mantidas em sigilo para não os expor. Em tempo, um deles que estava com stand no pavilhão de eventos fez questão de frisar. “A ideia não é prejudicar o evento e nem prejudicar o balneário e sim resolverem estes tipos de problemas, que não ocorrem só lá, praticamente todo litoral nosso tem este tipo de problema, mas é bom falar para que as pessoas tomem postura, contudo, se incomodou está bom, pelo menos as pessoas tomam mais cuidado para que isso não aconteça. Você falou e retratou o que aconteceu. Foi um evento maravilhoso, fantástico, uma gastronomia rica, uma qualidade musical fantástica, sabemos que não teve nenhuma coisa a ver com o evento, mas 2h00 da manhã a Polícia Militar vai embora e ficam as pessoas aglomeradas, isso tem que mudar”.
A cidade estava cheia por causa do feriado e a semana do “saco cheio”, em Minas Gerais, não foi por causa dos eventos em Iriri e Piúma, afirmou a moradora de Iriri. “As pessoas gostam de vir para a praia, talvez faltou um planejamento, não da equipe que organizou o festival, eles fizeram um trabalho magnífico, mas faltou, do município que recebeu mais pessoas neste período, fazer uma segurança mais reforçada”, disse.
“Ao jornal não cabe nenhuma retratação, uma vez que narrou fatos e deu a sua opinião”, continuou a moradora, que não terá o nome citado.

Oficio a GM e a prefeitura de Anchieta

Oficio enviado a Prefeitura de Anchieta

O Hotel Espadarte, localizado na Praia da Areia Preta, enviou nesta segunda-feira, 16, tão logo a matéria do jornal repercutiu nas redes, ofício à Prefeitura Municipal de Anchieta, aos cuidados da Gerente Estratégica da Guarda Municipal ao prefeito Fabricio, pedindo mais policiamento na Praia da Areia Preta à comandante Tamyris Dias Tristão da Costa.
De acordo com o ofício, a Praia da Areia Preta é uma das praias mais frequentadas do Balneário de Iriri e, em todos os finais de semana, é possível verificar o uso abusivo de caixa de som com músicas de baixo calão em níveis de decibéis elevados, além de vários grupos jogando bola na modalidade “altinha”, o que ocasiona acidentes com moradores e turistas e causando revolta.
O oficio assegura que a situação se agrava, ainda mais, quando a maré enche e a extensão de areia fica muito reduzida, não tendo espaço nem para caminhar na praia sem ser atrapalhado com as rodas do jogo “altinha”.
Como se não fosse o suficiente, segundo o ofício do Hotel, o consumo de drogas na areia da praia está muito alto, “e entendemos que um fato está ligado a outro, o som alto com músicas libidinosas e de baixo calão, rodas de “altinha” e consumo de drogas. Sabemos que a praia é de todos, mas o que está acontecendo na Praia da Areia Preta, por falta de fiscalização, é que, infelizmente a praia está sendo tomada por pessoas irresponsáveis que não respeitam as regras sociais”.
Destacou ainda o documento também que existe legislação municipal especifica, em desfavor de tais práticas, como a Lei nº 1.525/22 que “proíbe a permanência de instrumentos amplificadores de som nas praias do Município”, sob pena de multa de R$ 1.950,00 (mil novecentos e cinquenta reais), além de apreensão do equipamento sonoro.
Existe, ainda, legislação municipal – Lei nº 1.516/21 – que veda a prática de frescobol, vôlei, futebol e altinha em praias com menos de 200 (duzentos) metros de extensão, nos períodos que compreendem: I – finais de semana; II – feriados e pontos facultativos; III – os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho.
“Solicitamos então que as leis, efetivamente, sejam cumpridas para que os frequentadores da Praia da Areia Preta consigam usufruir da praia com tranquilidade, tendo em vista que turistas e moradores não querem mais frequentar esta praia em virtude da situação que foi criada no local, acarretando grandes prejuízos à rede hoteleira e ao turismo do balneário.
Frente ao exposto, pedimos providências ao Chefe da Guarda Municipal para que toda sexta-feira, sábado e domingo, uma viatura e dois ou três policiais trabalhem com ponto permanente na Praia da Areia Preta, no período de outubro/2023 até o feriado da Semana Santa/2024”.
Encerra o ofício assinado pelo sócio administrador Rafael Aguiar Ferrari, solicitando uma ação imediata e rápida para resolver este problema tão grave no balneário de Iriri/ES.

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