RAPIUMA: uma noite clássica da poesia periférica cantada e dançada por artistas independentes

Salve, salve rapaziada, a noite deste sábado, 18, no Varandão do Gordo em Piúma entrou pra história da Cidade das Conchas. Foi lindo – impactante. Perfeito.

Rapiuma: um evento para se repetir, reuniu os manos que curte o hi-hop – fotos: Luciana Maximo

Casa lotada. Gente bonita, trap, funk, cerveja gelada. Ontem a “família” se juntou num palco ‘improvisado’, quase um tablado, preparado para “os manos” que curtem a mesma letra e as mesmas batidas, o mesmo ritmo, no Varandão do Gordo, em frente ao Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes, em Piúma. Estamos falando, galera da primeira edição do Rapiuma. Evento realizado na Cidade da Conchas, produzido pelo Grupo R. U. A – Rap Urbano Ativo.

O Rapiuma teve as portas do Varandão do Gordo abertas – foi lindo

No palco Rhetin, Dorio e W.i. Pierrer se apresentaram e convidaram RN DO TM, MC TETEUS, Alex Emissário, Ton Withan,R$cho, Charro, DAFRANÇA, SOLDADO LC, JOGADOR, Turimã, Joujou, YA2, RECORDS, TEAGAH MC, P7AGA MC, YOUNG J, SALLES, SKINNY KINZZY.

Geral dançou

Nossa reportagem foi lá curtir e registrar o evento, que pra nós, tem de se repetir e ir para todas cidades. Os DJ’s e MC’s trazem suas composições que gritam a realidade do gueto, da nossa gente, da rapaziada excluída e marginalizada pela falta de apoio e oportunidade da cultura que na maioria das vezes, prestigia artistas brancos e quase sempre, os mesmos estilos: axé e o sertanejo universitário.

“Este evento é o primeiro de muitos, hoje estamos aqui humildemente, mas amanhã ele a gente vai estar em lugares novos, outros patamares, o elo foi feito ele vai ser unificado”.

O público se divertiu muito na primeira edição do Rapiuma

De Cachoeiro de Itapemirim, Thamires Seabra, aTurimã atualmente reside em Campo Grande e veio ao Rapiuma fazer uma participação, deixou o recado e geral dançou com ela. “Sempre fiz música, sempre gostei de música desde criança. Música e skate me apresentaram o trap, o rap e o hip-hop. Minhas letras traduzem o que eu vivi, sobrevivi e coisas que eu vi também. Tudo gueto. Do gueto pro gueto’, disse.

Turimã fez uma apresentação de responsa que balançou geral – Foto: Luciana Maximo

Turimã se sentiu lisonjeada com o convite dos manos de Piúma para a primeira edição do Rapiuma. “Este evento é muito massa, não tenho nem palavras, me dá vontade de chorar, mas eu estou me segurando. E pô, a gente não tem nenhuma cultura voltada pra nós do funk, pro rap, pro hi-hop, eu acredito até hoje nesta área da música, nós mesmos temos que movimentar a nós mesmos, se esperarmos do Governo ou da prefeitura a gente não vai credenciamento nenhum. A gente precisa se movimentar, estou muito feliz em poder participar. Um evento 100% independente e CAPIXABA”, comentou Thamires que se apresentou com o mano @_joujoumc_ com letras pesadíssimas e flows inacabáveis, “vamos fortalecer a nossa cena e a nossa cultura!”, frisou.

Rhetin, Dorio e W.i. Pierrer e Turimã – Foto Luciana Maximo

O primeiro Rapiuma deixou uma mensagem aos gestores públicos e as empresas privadas a arte e a cultura têm passaportes garantidos e recursos próprios, não devem ser restritas a um estilo apenas, a uma tribo, um grupo, todos comunicam com um público especifico. O público que foi curtir a noite de ontem no Varadão do Gordo mostrou que tem personalidade, estilo e voz. O jornal Espírito Santo Noticias apoia este evento e fecha com ‘os manos’ para espalhar a suas letras e ritmos pelo universo. Que venha o próximo!

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