OPINIÃO: A pauta somos nós

O texto a seguir é da presidente do Instituto Mulheres no Poder, Flávia Cysne

O Instituto Mulheres no Poder (IMP), que tenho a honra de presidir, está se preparando cada vez mais para aumentar a representatividade feminina no Poder Legislativo e Executivo no Espírito Santo.
Já estamos trabalhando para oferecer um curso para as aquelas que pretendem disputar as eleições em 2024. É um projeto de médio prazo que pretende preparar cada uma para ter conhecimento amplo e domínio sobre o tema da representatividade feminina.
Precisa estar bem claro para todas nós que não estamos sobrando no cenário político eleitoral. Que temos o direito de participar dele. Que não estamos ali de favor.
Então, quanto mais preparo e domínio do tema que valorize a presença de mulheres, além do senso de pertencimento a um ambiente até então considerado masculino (e infelizmente ainda é) é importante.
Se a discussão envolve a violência obstétrica, por exemplo, a mulher precisa ser ouvida. Sua opinião tem que ser considerada.
Li um estudo que diz que uma em cada quatro grávidas no Brasil, segundo o estudo “Mulheres Brasileiras e gênero nos espaços públicos e privados” (da Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio) passa por esse lamentável problema. O estudo não é tão recente, então a situação pode ter piorado.
Outros estudos apontam dado ainda mais grave: as mulheres negras são as maiores vítimas da violência obstétrica, o que não quer dizer que mulheres brancas também não passem pelo problema.
Isso também acontece na rede particular, onde o índice é de 30%, segundo estudo da Fiocruz. Então precisamos nos preparar para enfrentarmos temas espinhosos, e difíceis, que dizem respeito a nós, mulheres, tanto na vida pessoal, quanto profissional e familiar.
O Instituto Mulheres no Poder é a porta de entrada para que “nada sobre nós seja discutido sem nós” (essa frase ouvi de alguém e para mim faz todo o sentido).
Então meu desejo é que as mulheres abracem esse espaço de diálogo e aprendizado e estejam preparadas para estar no cenário político-eleitoral em condições de representar toda a população capixaba, mas especialmente para dar voz às mulheres até agora silenciadas.
Lembrando que se a prioridade não for a defesa dos interesses coletivos, a caminhada não faz sentido.

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