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O nascimento dos Liliquinhos e o cinismo dos patéticos

Um dia a professora Beatriz disse que não compensava gastar Latim com amebas, eu não entendia bem. Agora eu comecei a entender de que adianta explicar que este texto é uma crônica, gado não raciocina, como vai interpretar?

Larica está a espreita, quer entrar no quarto – fotos/ Luciana Maximo

São 4:25, ouço miadinhinhos que vem do quarto de brinquedos. Eles estão nascendo. Como de costume, cotidianamente, Lilica está silenciosa, ela dá à luz aos pequenos gatinhos que chegam fazendo um barulho danado no silêncio da madrugada…
Lilica não reclama de nada. Vive o seu momento glorioso de se tornar mãe, de fato. O parto é normal. Ela foi ter os filhotinhos na casinha rosa que preparei no quartinho.
Parece exausta, mas ainda estão nascendo e eu não posso ajudá-la, apenas impedir que Larica se aproxime deles.
Larica está aflita. A todo momento tenta entrar no quarto, com cara de brava, arma os dentes. Parece que a presença ‘de criancinhas de gato’ a deixa nervosa. Estou impedindo que ela vá até à casinha atrapalhar Lilica dar à luz.
Chove lá fora. Aqui dentro só o barulho da hélice do ventilador, agora. Estou sentada na cozinha, tomando café, comendo banana cozida e lendo um pouco sobre Sionismo, para melhor compreender a fala de Lula massacrada pela direita cínica que, a todo instante, quer desviar os holofotes do depoimento do coiso, na federal. Não adianta tentarem usar o parlamento e as redes sociais com o seu gado, multiplicando ódio. Lula tem razão, trata-se de um holocausto de civis palestinos, nem todos daquela terra são Hamas, escudos com crianças e mulheres não valem. Já chega! Usem seus soldados e coloquem no mano a mano com os soldados palestinos, não a barbárie. Israel quer poder e territórios com raças que julga serem superiores, já vimos na história, não com a rapidez da tecnologia que nos mostra em tempo real, hospitais sendo bombardeados a todo instante. Os Campos de concentração de Hitler não tinham o eco dos mísseis de agora, mas tinha o ódio neonazista/facista.
Sigo aqui, não ouço mais miados, acho que todos já nasceram. E quem vai acordar imensamente feliz é Agatha, avó destes gatinhos, que nesta mesma data comemora aniversário. Isso mesmo, Agatha virou avó no dia do niver dela. Foi ela quem achou Lilica perdida no Portinho e a trouxe para casa. Lilica estava perto da casa da avó da sua amiga, Agatha Almeida.

Palestina implora para o fim da guerra – Divulgação


Que ironia! Neste mesmo momento, destroços de bombas e corpos mutilados em toda parte de Gaza, há um luto contínuo, infinito. Palestinos impedidos de continuar suas vidas pela manifestação estúpida do Hamas que se preparou para vingar tanto desprezo e intolerância ao longo de sua existência. Eles não se importam se morrem ou se matam. Não estou aqui defendendo nenhum massacre, somente contextualizando que, toda ação tem reação. Ninguém tem razão nesta tragédia sem fim, ficaram escombros, entulhos, restos mortais e um povo destruído à espera de mais ofensiva. Tudo sempre foi pela ganância e o Apocalipse se cumprindo dia após dia. Ora na guerra entre nações, nos abusos e violência de pais contra filhos e filhos contra pais por conta de herança que não deviam nem ter direitos. O Apocalipse da frieza, da maldade, da ambição, da corrupção, da falta de empatia, da intolerância, do racismo, do neofascismo, da hipocrisia, do holocausto dos pobres famintos do Sudão, Ruanda, Congo, Angola, Mali, Ucrania, Nigéria onde só inocentes pagam com a vida pelo desfile de imundas ambições. Enquanto isso, Lilica lambe e acolhe os bebês, no silêncio da madrugada. Em Gaza, qualquer horário deve ser ensurdecedor.
Sim. Genocídio óbvio onde tantos querem desviar o foco e defender um lado ideológico político. Cortar oxigênio de pacientes e destruir hospitais é inaceitável.

Desculpe, senhoras e senhores, já é de manhã, o silêncio só é quebrado pelas goteiras da casa velha na varanda.
Descanse Lilica e sejam bem-vindos, bebês gatinhos, vocês nascem no dia do aniversário de sua avó; Agatha vai acordar tão feliz que a festinha dela talvez nem seja tão importante como vocês, Liliquinhos.
E nas redes sociais segue o baile da ignorância, a esquerda intelectual defende a fala do presidente que foi distorcida e usada, em massa, pelo gado que vai ruminar neste pasto até, provavelmente, depois do depoimento na federal, do seu predileto fascista.  

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