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Niterói se despede de Danilo Preto, o homem que abriu o brejo e acertou o barranco para as primeiras casas “Dotro Lado”

Seu Danilo Preto, assim mais conhecido em Piúma, deixou um legado de trabalho e ensinou a honestidade aos filhos.

Se tem um homem que trabalhou duramente nesta vida e deixou um exemplo, foi feliz o quanto pôde e driblou as dificuldades e a bola, este foi seu Danilo Duarte, o popular Danilo Preto Mecânico. Ele tinha 87 anos, e o que dele fica, segundo a filha, Andreia Duarte, um legado de trabalho, dedicação, honestidade, coragem e alegria.
“Num” tinha tempo ruim pra Danilo Preto, o brabo do futebol, o melhor meio esquerda do time de Piúma. O mecânico que arrancava, sozinho, um motor de retroescavadeira, esteira ou pá mecânica, reformava e colocava pra funcionar novamente; num tempo que a tecnologia ainda era estudada nos cursos de engenharia.
E foi uma destas máquinas que o maquinista, que também foi, na época do saudoso prefeito Isaias Scherrer e também do incansável, Samuel Zuqui, transformaram a várzea e o brejo que era “Dotro Lado”, em Niterói, num bairro para a construção das primeiras casas. Foi ele quem passou a máquina no barranco e ajeitou para a construção da casa de Zé Bambu e tantos outros. E também abriu o campo de futebol.
Seu Danilo também foi caminhoneiro por mais de 30 anos, foi pintor e lanterneiro.
Hoje, “Dotro Lado” pode chorar, dar um pulinho até a Igreja “Missão Para Cristo”, próximo à Escola “Manoel dos Santos Pedrosa” dar um abraço na família. O corpo está sendo velado até às 15h00. Depois sairá o cortejo até o Cemitério da Igrejinha, na Aparecidinha, onde será sepultado.
“Brabo”, bom de bola, o meia esquerda que dava trabalho no campo. Seu Danilo Preto faleceu no Hospital de Piúma, na tarde desta quarta-feira, 20, depois de lutar contra um câncer de próstata. Há 10 anos acamado, ele sofreu um AVC e teve uma perna amputada. Foi cuidado pelas filhas e, por último, Andreia, que deixou todos os seus afazeres para se dedicar, exclusivamente, ao pai. O mesmo pai que ainda na infância dela, no Rio de Janeiro, ajudava na oficina mecânica. Ela tinha 10 anos.
“Meu pai era meu amigo, meu companheiro. Em Piúma foi considerado um dos melhores mecânicos. Meu pai deixa um legado de honestidade. Ele era bravo, mas tinha um coração enorme, vai deixar muita saudade, tristeza. Tudo o quê nós somos, devemos ao nosso pai e minha mãe. Meu pai e minha mãe ensinaram para nós oque era certo. Mamãe era mais rígida. Papai viajou muito. Mamãe criou a gente sozinha”.

Família barraqueira


Muitos comentam no bairro Niterói que, a Família de seu Danilo Preto era barraqueira, vivia em confusão. Andreia contou que eles eram em muitos irmãos e o pai viajava muito. Ele ensinou os filhos a se defenderem, caso se envolvessem em alguma confusão. “Nós somos em muitas mulheres, a gente tinha que defender umas às outras, porque papai viajava, mamãe criou a gente sozinha. Se a gente apanhasse na rua, apanhava em casa, papai ensinou isso pra gente, tinha que se defender. Um entrava para salvar a todos. Se a gente brigasse entre nós, podia um passar mal, todos se juntavam para ajudar. Eu amo todos os meus irmãos”, disse.
Jogador
O vigilante, João Cicero Gomes, disse que conheceu bastante seu Danilo Duarte e jogou muita bola com ele.
“Ele era um camarada 100% gente finíssima mesmo. O brabo da bola. Morador antigo, e a gente fica triste com esta perda. Uma pessoa muito bacana. Um mecânico excelente. Um lateral esquerda muito bom. Uma pessoa maravilhosa, deixa saudades. Eu só sei falar coisa boa dele, um cara espetacular. Tomava uma, mas honrava os compromissos. Exemplar”, assegurou Cicinho.

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