Mãe de gêmeos autistas denuncia falta de apoio em Guarapari no Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Esta terça-feira (02), marca o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma data importante para refletir sobre os desafios enfrentados por indivíduos autistas e suas famílias. No entanto, para a senhora Ingrid V. Gomes, moradora de Guarapari e mãe de Matheus e Gabriel, gêmeos autistas de 15 anos, a luta diária vai além da conscientização, envolvendo uma batalha por apoio e assistência que tem sido frustrante e exaustiva.
Ingrid relata a difícil jornada de ser mãe de duas crianças autistas, repleta de desafios e obstáculos. Segundo ela, Matheus está na fila de espera da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e a Pestalozzi não possui vaga disponível para o seu filho, pois ele já tem 14 anos e não recebe nenhum tipo de tratamento adequado.
A ajuda oferecida pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) se resume a duas cestas básicas por ano, o que está longe de suprir as necessidades de Matheus e Gabriel. Ingrid afirma ter entrado em contato inúmeras vezes com a prefeitura de Guarapari em busca de suporte e orientação, porém, as respostas foram escassas e pouco satisfatórias. Ela se sente desamparada e ignorada quanto aos direitos que ela e seus filhos têm garantidos por lei.
“Eu me sinto uma mãe burra que parece que não saio do lugar. Escrevo este texto chorando, pois não tenho ajuda nem da prefeitura, nada”, desabafa Ingrid.
Mesmo tendo solicitado ajuda aos vereadores locais, Ingrid nunca recebeu resposta. Diante dessa situação, a redação do ES Notícias entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Guarapari para esclarecimentos adicionais, porém, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.
Para os que desejam ajudar a família, o pix é: 27 998449762 nome de ingrid virginio gomes.
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo não deve ser apenas uma data de reflexão, mas também um momento de ação. Todos os autistas e suas famílias têm direitos garantidos por lei, incluindo acesso a tratamentos e assistência adequados. É fundamental que as autoridades locais e a sociedade como um todo estejam cientes e comprometidas em garantir esses direitos, proporcionando uma vida digna e inclusiva para todos.
DIREITOS:
Existem diversos direitos garantidos por lei para pessoas autistas e suas famílias. Alguns desses direitos incluem:
- Direito à Educação Inclusiva: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) garantem o acesso à educação inclusiva e de qualidade para pessoas autistas.
- Atendimento Especializado na Rede Pública de Saúde: Pessoas autistas têm direito a atendimento especializado na rede pública de saúde, incluindo acesso a serviços de saúde mental, terapias e tratamentos específicos para suas necessidades.
- Acesso à Saúde Integral: A Lei 12.764/2012, conhecida como Lei Berenice Piana, assegura o acesso à saúde integral para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), garantindo atendimento médico, psicológico, fonoaudiológico, entre outros.
- Direito à Acessibilidade: A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) garante o direito à acessibilidade em todos os espaços públicos e privados, assegurando que pessoas autistas tenham acesso igualitário a serviços e locais de interesse.
- Direito ao Trabalho e à Inclusão Laboral: A Lei de Cotas (Lei 8.213/1991) reserva vagas para pessoas com deficiência, incluindo autistas, no mercado de trabalho, visando sua inclusão e integração profissional.
- Direito à Prioridade e Atendimento Preferencial: Pessoas autistas têm direito à prioridade no atendimento em serviços públicos e privados, conforme previsto na Lei 10.048/2000, que estabelece atendimento preferencial em repartições públicas, instituições financeiras, entre outros.
- Apoio e Assistência Social: Famílias de pessoas autistas têm direito a apoio e assistência social, incluindo benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que oferece um salário mínimo mensal para pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade socioeconômica.