HEDIONDO: além de matar a facadas o pai, colocaram fogo 2 x e assistiram o corpo ser consumido pelas chamas até o dia amanhecer numa cova rasa

Um crime imperfeito eivado de versões contraditórias onde o filho e a namorada acabam assassinando o pai, após ele supostamente dar um cheiro no cangote da nora enquanto ela cortava carne na cozinha

A cova onde colocaram fogo e enterraram o corpo de Duramir – Foto: PC

Os assassinos são frios, e pelo que tudo indica, planejaram o crime, mas deu errado. As investigações da Polícia Civil – PC estão no caso desde o último dia 28, quando mataram o ciclista Duramir Monteiro Silva, 56 anos e tentaram ludibriar a polícia com uma história de sumiço que não colou.

Se não fosse fato, daria um conto de horror. O delegado, responsável pela investigação, Felipe Vivas, titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), contou com detalhes a imprensa como tudo ocorreu durante uma coletiva na manhã desta terça-feira, 05.

Mesmo acostumado a fatos violentos e trágicos diariamente, o delegado parecia não acreditar em tamanha frieza do casal, ele disse que quando o corpo foi localizado nesta segunda-feira (4) ainda havia fumaça saindo da cova. Os restos mortais foram retirados pelo Corpo de Bombeiros. Uma cena horrível.

A Policia e o Corpo de Bombeiro chegaram ao local após confissão do filho, de 24 anos, e da nora, que assumiram terem esfaqueado Duramir quando ele chegou do pedal no dia 28 de junho, durante o jantar.

O motivo, segundo álibi dos suspeitos, o ciclista teria dado um cheiro no pescoço da namorada do rapaz, que estaria grávida, e tentado agarrá-la, enquanto ela cortava carne na cozinha. Sem pensar duas vezes, ela se virou, trocou a faca de mão e esfaqueou o sogro, ele teria até gritado pedido que ela não fizesse aquilo.

Em fração de segundos, segundo depoimento da nora de Duramir, assim que ela deu a primeira facada, o namorado veio correndo, pegou outra faca e esfaqueou várias vezes o pai, nas costas e no peito. Versão que será investigada pela Polícia, pois o casal diverge na confissão. Ela disse que ele estava no banheiro e ele disse que arrumava o armário.

Depois de muitas facadas, a nora do ciclista foi constatar se haviam mesmo matado o sogro conferindo o pulso dele. Depois de averiguar e ter a certeza, coube a ela a tarefa de enrolar o corpo num lençol, depois num tapete e finalmente num edredon, já que o namorado teria entrado em desespero.

Decidiram juntos colocar o corpo de Duramir no porta-malas do carro da própria vítima. Ele vestido como um policial, de coturno e tudo, passaram num posto de combustível, compraram um galão de gasolina e fizeram o pagamento com o cartão do homem que estava morto no porta malas, já que o filho sabia a senha.

Pelo que tudo indica, o filho e a nora já sabiam onde iriam enterrar o corpo de Duramir, seguiram a uma propriedade da família dela, na localidade de Estrela do Norte, em Castelo, onde já havia um buraco raso pronto. A Policia vai investigar quando foi e quem fez o referido buraco, onde o rapaz colocou o corpo do pai, e despejou 3 litros de gasolina e ateou fogo. Os dois juntos esperaram durante a madrugada o corpo queimar e dissolver, depois jogaram mais dois litros de combustível, e já de manhã, jogaram terra na cova, se deslocaram até uma padaria, tomaram café e voltaram para casa, onde chegaram por volta das 6h.

Diante da crueldade e frieza do filho e da namorada, o delegado afirmou que tudo que narraram será devidamente apurado para confirmar a veracidade, contudo, já foi solicitado um mandado de busca e apreensão para revista da casa onde o crime teria sido cometido. “Vamos apurar se não foi tudo premeditado”, enfatizou.

O que já se sabe é que o rapaz lavou a casa várias vezes, inclusive com uma escova de dente e pintou algumas paredes, o que teria causado estranhamento na ex-mulher de Duramir.

O ciclista é separado da mãe do rapaz que confessou ter matado o pai, mas, viviam de parede e meia, como dizem, pois, na separação dividiram a casa. A mãe não aprovava o romance do filho com a namorada e por isso, o pai os abrigou, inclusive dando-lhes a própria cama para que dormissem no quarto dele.  A ex-mulher ouviu barulho na tenebrosa noite de horror, entretanto, dissimulado, o filho negou que tivesse ocorrendo algo estranho no imóvel. Colocou música alta, como num filme de terror.

As contradições

Foram as contradições do filho que alertaram a Polícia que percebeu que as informações divergiam. No dia 01 de julho, o filho não participou das buscas ao pai, porém foi a delegacia com uma tia, irmã da vítima, e com a namorada, e durante o depoimento, se embaraçou.

Tentou enganar a polícia contando histórias, disse que tinha saído de casa no dia do desaparecimento do pai para levar a namorada à Santa Casa, já que ela estaria passando mal, mas o hospital lotado o fez desistir do atendimento. Resolveu procurar uma farmácia comprou um medicamento e depois foi ao bar Verdinho, onde também não entrou, e que quando voltou para casa o pai não estaria, o que era comum, já que era comum ele ir a pé para a casa da namorada.

O delegado não caiu na conversa o rapaz e aconselhou-o, dizendo que era melhor ele abrir o coração e contar toda a verdade, pois iria solicitar as imagens das câmeras por onde ele disse ter passado na noite do crime, momento que encurralado, acabou confessando o crime. “Doutor, o meu pai tentou agarrar minha mulher”.

Enquanto o rapaz confessava o assassinato, a namorada prestava depoimento em outra sala, parecia encenar contando versões mentirosas a Polícia. Uma atriz, metaforizou o delegado. Ela só assumiu a participação, como disse Felipe Vivas após ser revelada que a casa tinha caído, e o namorado já tinha contato dos detalhes.

O filho de Duramir está preso no Centro de Detenção Provisória – CDP de Cachoeiro e pode responder por homicídio qualificado. A namora ainda não. “Eles alegam muitas coisas e nós vamos apurar se é isso mesmo. Existem marcas de sangue na casa toda e no porta malas do carro”, relata o delegado.

Outro fato citado pelo delegado é que um vizinho de Duramir percebeu um relógio, roupas sujas de sangue, um celular e a carteira do ciclista em seu quintal, que tem um muro muito alto.

O delegado assegurou que as pessoas já tinham percebido que a namorada do filho de Duramir apresentava atitudes estranhas. “É assustador. Chegamos lá ontem e o corpo ainda estava queimando. Temos muita coisa para apurar ainda”, frisa o delegado”.

Na casa do ciclista a Polícia localizou uma quantia de R$20.000.00. O inquérito segue em investigação pois a motivação do assassinato ainda não está confirmada, pode haver motivação patrimonial, que será devidamente apurada.

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