Festa de São Pedro resgata parte da história

A Cidade de Piúma está em festa, é a Festa do Padroeiro dos Pescadores, São Pedro

 

Muita coisa mudou de seis décadas para cá, não é senhor Oenes Taylor, idealizador da Festa de São Pedro em Piúma? Lá ao lado de São Pedro, o pescador que fez a primeira capela e criou a festa após uma promessa, deve ficar muito feliz nestes dias que se aproxima.

Não tem mais gato na talha, nem porco na graxa, nem pato no mangue. O Jongo de São Mateus não vem mais para a Festa de São Pedro, nem a Banda da Polícia Militar faz o baile. Antigamente seu Oenes corria atrás de tudo, desde as prendas, a confecção das bandeirinhas, feitas com papel de cigarro. “Todo ano nessa época toda a família fica muito comovida pela saudade e sem essas brincadeiras a festa de São Pedro não tem sentido simbólico para nós”, garante Fernanda Taylor, neta de seu Oenes. Agora a Prefeitura assumiu tudo.

Por outro lado, a Festa resgata ainda um pouco da tradição. A festa começou dia 26 com o Trido na Capela de São Pedro, Capela também construída pelas mãos do seu Oenes Taylor. Dia 27 teve Trido e três shows. Dia 28, o tão esperado show de calouros e outras apresentações, é claro. Mas, é no 29 que a Festa promete. Ainda na madrugada, às 4h45 alvorada com a Orquestra Maratimba. Às 10h00, Leandro Berola comanda o show e começa a Procissão Marítima e brincadeiras no cais, o pau de sebo já foi colocado, terá também o pau de óleo, o alardo de São Pedro, a corrida no saco, a corrida com o voo na colher, terá almoço comunitário, logo após show com a sambista Eliana Sabino e campeonatos de biscas e dominó, e muita raça de animação.

Às 19h00, missa campal na Capelinha de São Pedro, na Praça Oenes Taylor DJ Vitinho, apresentação do Grupo de Capoeira Tribal, Dança da Quadrilha Fazendo História, banda Tomaê, atração nacional Loubet e a Banda Agitaê fechando a noite.

No dia 30 a festa continua: alvorada, III Remaria de São Pedro, Festival de Pipas, Campeonato Municipal de Futebol, show com a Banda Vida Reluz, em seguida Banda Esquenta Saia e a tradicional queima de fogos.

Mas paralelo a tudo isso, em frente a Peixaria Taylor, no domingo,30, na hora do almoço, pagodão e rola aquele bingão, este ano são dois, um beneficente para ajudar o jovem Marcelo Oliveira de uma bicicleta e o outro de 7 caixas de cerveja e uma TV de 55 polegadas. Ainda tem um peixe assado no Sorteio entre amigos.

O que faz dessa festa a mais aclamada? O resgate de tradições que são mantidas até hoje, reunindo as famílias da comunidade e visitantes em torno desse festejo. Apesar do evento ter sofrido transformações ao longo do tempo, recebendo atrações contemporâneas em sua programação, o que realmente chama a atenção é a atmosfera cultural mantida pela família Taylor, pelos pescadores e pela comunidade.

 

Procissão

 

“Há uma crença que se a imagem de São Pedro não entrar no barco e der uma volta pelo mar, será um ano ruim para a pesca. Por isso há um esforço muito grande para que isso aconteça, mesmo que seja com poucos pescadores, ainda acontece, mas a procissão não mais”.

 

Capelinha

 

“Antes da capelinha havia uma árvore de amendoeira e uma forca, ali meu pai colocou uma imagem de São Pedro, e foi colocando uma cobertura pequena, depois foi aumentando. Ele fazia leilão de pão, de sabão e dinheiro dele mesmo. Ao longo do tempo várias capelinhas foram construídas, renovando e mantendo a primeira”, relembra com orgulho, seu filho Alércio Taylor.

Foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Piúma

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *