Exercício físico pode amenizar sintomas de asma
Para quem convive com a asma, uma simples caminhada pode se tornar um grande desafio. Segundo o Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde, ocorrem 350 mil internações pela doença no país todos os anos e há aproximadamente 20 milhões de brasileiros com essa condição. Ao contrário do que sugere o pensamento popular, o exercício físico contribui positivamente na redução do quadro asmático, sobretudo nos diagnósticos moderado e grave da doença.
De acordo com a mestre em Nutrição e Saúde, Professora do curso de Educação Física da Faculdade Pitágoras, Andressa Damiani, o sedentarismo é uma das causas que favorecem o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), de ordem cerebrovasculares, cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças respiratórias obstrutivas, asma e neoplasias, que compartilham diversos fatores de risco. Por isso, o sedentarismo deve ser evitado por toda população, inclusive pelas pessoas com asma, pois pode haver aumento do risco de crises.
“A inatividade ou a redução dos níveis de atividade física são fatores que prejudicam a saúde da população de forma geral, pois influenciam na capacidade do indivíduo realizar suas atividades diárias com vigor, ou seja, o sedentarismo afeta negativamente a aptidão física. Portanto, o exercício deve ser inserido como prática regular, reforçando seu papel como um tratamento não-farmacológico potencial frente às DCNT, destacando seus benefícios para pacientes asmáticos”, orienta a docente.
A asma é uma doença crônica cujos sintomas respiratórios são: chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse que variam de intensidade, esse processo dificulta a respiração. Alguns gatilhos podem provocar um acesso asmático como por exemplo, os ácaros, fungos, pelos e pólens carregados pelo vento, poluição ambiental, fumaça de cigarro, entre outros. Esforços intensos também podem piorar os sintomas. “Com o diagnóstico de asma, a pessoa deve buscar manter um estilo de vida mais saudável”, explica Andressa.
A inclusão de um programa de treinamento planejado adequadamente e supervisionado por um profissional de Educação Física capacitado é muito importante para melhorar o condicionamento físico do paciente e a sensação de dispneia (falta de ar). “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda praticar exercícios físicos aeróbicos de moderada intensidade, como atividades de caminhada, pedalada, dança, natação, dentre outros, de 150 a 300 minutos por semana”, destaca a docente.
Além dos exercícios aeróbicos, não podemos deixar de destacar a relevância dos exercícios de fortalecimento muscular de moderada intensidade que envolvam os principais grupos musculares, pelo menos 2 dias na semana. “A recomendação para asmáticos é que a prática do exercício físico seja realizada em intensidade leve a moderada, para que não ocorra o inchaço e fechamento das vias aéreas induzido pelo exercício, melhora do condicionamento físico da pessoa com asma, bem como sua qualidade de vida”, pondera Andressa.
Um dos esportes com grande eficácia no tratamento da asma é a natação, que trabalha a movimentação dos membros superiores e inferiores associada à coordenação respiratória. Andressa, que atuou como professora de natação infantil e atualmente ministra a disciplina de Esportes Aquáticos para o curso de Educação Física, destaca que “a natação produz um menor ressecamento das vias aéreas e melhora a capacidade cardiorrespiratória, força e resistência muscular”.
A contraindicação para a prática desportiva em piscinas acontece quando o paciente asmático possui alergia ao cloro, a condição pode desencadear irritação na pele, nos olhos ou nas vias aéreas superiores. “É importante conhecer o ambiente onde irá realizar a prática e evitar piscinas mal controladas, com níveis excessivos de cloro na água e/ou no próprio ambiente”, afirma. A professora ressalta ainda que nenhum exercício substitui o tratamento medicamentoso e que as terapias devem ser feitas em conjunto.
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