ESPECIAL: Iriri, enredo de novela de época

Pedro Garcia herda de Dom Helvécio parte das terras, ele é pai de Jorge Garcia, bisavô do vereador Geovane Meneguelle

Fonte: Iriri, a construção de um balneário – Cristiano Bodart

Pedro Pereira dos Santos, conhecido como Pedro Garcia, um jovem Sergipano que chegou a Anchieta no início do século XIX. Fora criado como afilhado do capitão Feliciano Garcia e de Ana Garcia. Entretanto, teve como pais biológicos Antônio dos Santos e Ana Pereira. Acredita-se que o menino fora criado pelo capitão por conta de dois fatos: sua mãe, Ana, era uma escrava e teve seu filho adquirindo liberdade no cumprimento da Lei do Ventre Livre (Lei de 28 de setembro de 1871), ganhando a criança o direito de liberdade; sua mãe contraiu Febre Amarela”.

Até os oito anos Pedro ainda não tinha sido batizado, mesmo tendo ficado desde os três meses de vida com o padrinho. Ao ser batizado, o pai biológico não permitiu que a criança recebesse o sobrenome Garcia. Mesmo assim, muitos o chamavam de “Pedro Garcia”, ainda que tendo o nome de registro civil “Pedro Pereira da Silva”.

Sua história parece enredo de novela de época, quando jovem conheceu a mineira Julieta, por quem se apaixonou, porém os pais da jovem, Virginia Miranda e Joaquim Miranda, portugueses, não permitiram o namoro dos dois. “Devido à insistência dos jovens, Joaquim Miranda resolveu mandar sua filha para o Rio de Janeiro morar com o filho Joaquim Miranda Filho, que era coronel, interrompendo assim seus estudos. Pedro, muito apaixonado viajou para o Rio de Janeiro à procura de Julieta. Ao encontrá-la, os dois fugiram acobertados pelo irmão dela, para o interior do Espírito Santo e, posteriormente, se dirigiram para as terras de Dom Helvécio. Os pais de Julieta acabaram aceitando o seu casamento com Pedro. Depois de casado, Pedro Pereira dos Santos vendeu aqui, a mando de Dom Helvécio, cerca de 200 alqueires de terra, contudo sete desses alqueires comprou para si. Sua terra adquirida fazia fronteira com o terreno do senhor Alberto Alpoim”. Narrou Bodart.

“Em 1940, esse fazendeiro vendeu uma parte da propriedade para o Manoel de Paula Serrão fazer os lotes e abrir ruas, algumas pessoas começaram a pressionar o velho Jorge para vender também. Ele tinha uma situação financeira boa e não tinha interesse em vender as terras. O governo na época começou a pedir para vender porque seria um negócio viável para Anchieta, foi quando ele resolveu desfazer de uma parte, também para o Manoel de Paula, não por desejo dele, foi por minha bisavó, dona Paulina, quem lhe fez a cabeça. 50 anos depois, Iriri se tornou o que é hoje”, contou Geovane. Iriri surgiu mediante o entendimento entre o velho Jorge Garcia e Alberto Demétrio Alpoim.

Alberto Alpoim, era dono das terras que se estendiam do córrego para o sul até a Lagoa, e Pedro, dono das terras que iam do córrego até a praia de Santa Helena.  “A família de Pedro era composta de 17 filhos (Jorge, Carlos, Antônio, Diogo, Otávio, Emiliano, Cléria, Jorgina, Aurora, Juliana, Alzira, Ernestina, Cristina Aparecida, Ana e dois filhos que morreram ainda bem pequenos) todos trabalhavam com o pai, como pequenos produtores de café.

Inicialmente Pedro trabalhou como “corretor” de Dom Helvécio de Oliveira e na firma Duarte & Beiriz (nas regiões de Piúma e Iconha) como fiscal de mercadorias, e exerceu, por um tempo, a função de delegado dessas terras. Ele faleceu por volta do ano de 1946. Seus filhos acabaram herdando as mesmas. Seu filho, Jorge Pereira dos Santos, ficou com a parte da atual praia do Costa Azul. Assim como, Alberto Viera Machado vendeu suas terras, o senhor Jorge Pereira dos Santos também o fez. Com a venda delas os brejos foram sendo aterrados e a ponte deixou de ser utilizada e, consequentemente foi se deteriorando. O primeiro a comprar as terras do balneário das mãos dos “Garcias” foi Manoel de Paula Serrão, o qual possuía interesse especulativo.

Foto: Iriri antigamente / Iriri, a construção de um balneário

Legenda/ A propriedade da Família Pereira dos Santos em Iriri, umas das primeiras

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