Em novo projeto, Rick Rodrigues ocupa temporariamente o Centro Cultural com exposição e promove oficinas de arte em João Neiva/ES

“[…] talvez um dia ainda seja possível”, a mais recente exposição do artista, tem inauguração agendada para 27 de abril e vai até 18 de maio de 2024

Desativado há mais de uma década, o Centro Cultural e Museu Ferroviário “Professor Eliezer Pereira Ramos”, em João Neiva – ES, reabrirá temporariamente para uma prata da casa: Rick Rodrigues. O artista é o responsável por ocupar com seus trabalhos, entre abril e maio, o espaço que já abrigou a Biblioteca Municipal, feiras escolares, mostras e apresentações culturais diversas, mas que segue fechado.

“[…] talvez um dia ainda seja possível” é o título da exposição de Rick que marca a efêmera reabertura do grande galpão ferroviário na cidade onde o artista nasceu, cresceu, vive e trabalha. Junto do acervo que conta a história do município, Rick integra seus trabalhos de arte contemporânea num diálogo entre passado, presente e futuro. Não se trata de uma reinauguração do espaço, mas uma intervenção proposta pelo artista para fomentar arte na cidade, especialmente no museu, que é um marco local.

Na mostra, o artista-passarinho, como é chamado, apresenta objetos em miniaturas, brinquedos e mais de 70 obras bordadas em suportes diversos – de caixas de remédios a sacos de pão. Além de sua marca registrada com linha e agulha, Rick também exibe uma intervenção na fachada do galpão de madeira do museu.

“[…] talvez um dia ainda seja possível” é resultado de uma pesquisa poética que Rick vem desenvolvendo e aprimorando, na qual a linguagem do bordado é o fio condutor. O título é homônimo à série de caixas de remédios que o artista bordou entre os anos de 2020 e 2023, atravessando o período da pandemia de Covid-19, evento que intensificou o fazer das obras e influenciou as narrativas. O conjunto completo de trabalhos foi exibido na sua exposição “fiar” (2023), com curadoria de Neusa Mendes, no MAES – Museu de Arte do Espírito Santo, em Vitória/ES. Além disso, algumas obras da mesma série já estiveram em importantes exposições coletivas pelo Brasil, como “Sonoridades de Bispo do Rosário” (2023), no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba/PR), com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, e “Bispo do Rosário – eu vim: aparição, impregnação e impacto” (2022), no Itaú Cultural (São Paulo/SP), cuja curadoria foi realizada por Ricardo Resende e Diana Kolker.

Seja nas caixas de remédios, seja em sacos de papel de pão, Rick Rodrigues se interessa em criar tramas em suporte para além dos tecidos e caminhar com agulhas e linhas de algodão por entre elas. Para o artista, é necessário lembrar quanto o bordado é importante na nossa cultura, seu caráter ancestral de embelezamento, utilitário e de geração de renda para muitas famílias. Em oportunidade, Rick reitera: “o bordado faz parte do imaginário brasileiro e está em todas as regiões. O bordado que eu faço é o mesmo das toalhas de mesas, de banho, dos guardanapos, das roupas, dos paninhos de cozinha e de outros utilitários ou peças de decoração.” Apesar de endereçar suas obras para outros contextos, como galerias e museus, o artista joãoneivense reforça seu aprendizado com as bordadeiras e bordadeiros tradicionais a fim de manter vivo os costumes desse fazer.

Além dos produtos artísticos expositivos, alinhavou-se um programa de atividades educativas que incluem rodas de conversa com o artista e a curadora, oficinas de desenho e de bordado experimental e encontros de formação em arte contemporânea para educadores de João Neiva e região. “Meu propósito é que a arte extrapole as paredes de museus e galerias e que o fazer artístico se constitua com uma linguagem possível e viável a todos”, destaca Rick.

A mostra faz parte da programação do projeto “arte_em_JN”, também idealizado pelo artista e aprovado no Edital Nº 09/2022: Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Artes Visuais Realizados no Estado Do Espírito Santo da Secult/ES. A curadoria da mostra é da mestra em Artes e musicista Dani Nogueira e tem produção executiva assinada pela educadora e produtora cultural Rud Gonçalves.

SOBRE O ARTISTA:

Cria do CB, o bairro Crubixá, em João Neiva (ES), Rick Rodrigues (1988) é artista plástico passarinho e mestre em artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Sua pesquisa explora o espaço da intimidade, do devaneio, da imensidão e da sensibilidade compreendidos por meio da fenomenologia poética da casa, da morada como proteção e como espaço de habitação. Ele trabalha com séries de desenhos, gravuras, bordados, objetos e instalações. Rick integra o grupo Almofadinhas, também formado pelos artistas Fábio Carvalho (RJ) e Rodrigo Mogiz (MG), que se dedica ao território do sensível e do delicado utilizando o bordado para elaborar suas obras, enfatizando memória, gênero, afetividade e sexualidade.

Apresentou mais de dez exposições individuais, dentre as quais estão “fiar” (Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, Vitória/ES, 2023); “Tratado geral das grandezas do ínfimo” (Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro/RJ, 2019); “Casa 34” (Galeria de Arte Espaço Universitário, Vitória/ES, 2018); e “Tudo o que não invento é falso” (Galeria Homero Massena, em Vitória/ES, 2016). Também participou de diversas exposições coletivas que participou, destacando-se “Sonoridades de Bispo do Rosário” (Museu Oscar Niemeyer, Curitiba/PR, 2023); “Bispo do Rosário: Eu Vim – Aparição, Impregnação e Impacto” (Itaú Cultural, São Paulo/SP, 2022); “VIX Estórias Capixabas” (Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, Vitória/ES, 2020), “Transbordar: Transgressões do bordado na arte” (Sesc Pinheiros, São Paulo/SP, 2020); “20/20” (Museu Vale, Vila Velha/ES, 2018); e “Experiência B” (Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Jacarepaguá/RJ, 2018).

Rick Rodrigues participou das residências artísticas “Águas da Mata Atlântica” (2022), no Museu de Biologia Professor Mello Leitão (INMA – Instituto Nacional da Mata Atlântica), em Santa Teresa/ES; “Sesc Artes Vertentes” (2021), na 10ª Edição do Festival Artes Vertentes, em Tiradentes/MG; “Residência 8” (2021), na Galeria OÁ – Arte Contemporânea, Vitória/ES; Programa “Territórios” (2019), do Sesc Teresópolis/RJ; e Programa “Casa B” (2018), do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea mBrac, Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá/RJ.

Em Vitória, Rick Rodrigues é representado pela OÁ Galeria.

SERVIÇO:

Projeto “[…] talvez um dia ainda seja possível”, do artista plástico Rick Rodrigues

Projeto contemplado pelo Edital EDITAL N° 09/2022: SELEÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS SETORIAIS DE ARTES VISUAIS REALIZADOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DA SECULT/ES, desenvolvido com recursos do FUNCULTURA.

Curadoria: Dani Nogueira.

Inauguração: 27 de abril de 2024, das 10h às 13h.

Visitação: 29 de abril a 31 de maio de 2024. Visitação gratuita.

Onde: Centro Cultural e Museu Ferroviário “Professor Eliezer Pereira Ramos”

Endereço: Av. Presidente Vargas, 149 – Centro, João Neiva – ES, CEP: 29680-000.

Funcionamento: Segunda a Sexta – 8h às 17h. Sábados – 8h às 12h.

EDUCATIVO “ARTE_EM_JN”:

O programa educativo é oferecido em parceria com Secretaria Municipal de Educação de João Neiva e direcionado aos educadores do município e demais interessados. Composto por encontros de formação em arte contemporânea, bate-papo com o artista, oficinas e apresentação de resultados obtidos em salas de aula.

As obras desenvolvidas pelos alunos da rede municipal de ensino serão expostas em diversos locais da cidade, como lojas, bancos, hospital, além da prefeitura e da câmara de vereadores. A exposição do projeto educativo acontecerá no mês de maio e fará parte das festividades em comemoração ao aniversário de emancipação do município de João Neiva. Interessados em participar do projeto podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

Site/portfólio: https://www.rickrodrigues.com/  

Instagram: https://www.instagram.com/rickrodriguess/  

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