Corpo do motoboy fica 15 horas no PA a espera do SML, família sofre dobrado

Um erro de comunicação acaba fazendo uma família sofrer dobrado, foi o caso que ocorreu em Anchieta, o corpo do motoboy permaneceu 15 horas no PA a espera do rabecão

Conforme o Jornal destacou no reel’s sobre o acidente ocorrido no Trevo de Ubu, às 18h00 desta terça-feira, 12, que matou o motoboy de Anchieta, Carlos Henrique Ribeiro de Matos, a PM informou que ele bateu no ônibus e caiu embaixo do coletivo. Depois da trágica morte de Carlos Henrique, mais um sofrimento para a família, retirar o corpo do PA e conduzir ao Serviço Médico Legal – SML de Cachoeiro de Itapemirim. Somente 15 horas depois.

Agora mais um sofrimento, a liberação lá no SML, a distância entre o órgão e a delegacia, ainda tem o velório e o sepultamento. Este é mais um capítulo de uma novela que parece nunca ter fim, e tortura pais, parentes e amigos.

O acidente

O acidente, segundo o Boletim de Ocorrência – B0 da Polícia Militar – PM ocorreu no trevo de acesso à praia de Ubu envolvendo um ônibus da Viação Sudeste e uma motocicleta Honda.

O condutor da motocicleta Honda CG 150 Sport placa MQZ3212 – Carlos Henrique Ribeiro de Matos, 30 anos, residente no bairro Avelã estava vindo de Ubu para a sede de Anchieta quando teria batido na lateral do ônibus. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu e em seguida encaminhado ao Pronto Atendimento Médico de Anchieta – PA.

De acordo com a PM, o condutor do Ônibus Volks/Comil, placa EYC0949, João Batista dos Santos, relatou que estava parado no ponto de ônibus no trevo de Ubu, quando saiu do ponto para fazer a rotatória, um motoqueiro em alta velocidade colidiu na lateral do coletivo vindo a cair, e com o impacto parou debaixo do referido veículo. A partir desse momento, o motorista do ônibus solicitou o socorro para a vítima e permaneceu no local até a chegada da guarnição. No local da ocorrência foi realizado o teste de etilômetro de nº 01383 no condutor do ônibus, onde o resultado foi (0.00).

A perguntas que precisam ser respondidas. Carlos Henrique segundo informações extraoficiais e também de familiares morreu no local do acidente e não erapara ser levado ao PA. É preciso saber quem era o médico que atestou a morte e quem autorizou a retirada do corpo do local, antes da perícia da Polícia Civil. Estas informações devem ser apuradas e tarzidas a sociedade. “Segundo informações de um amigo ele edu entrada no PA dentro do saco. Ele morreu no local”, comentou um socorrista que pediu para não ser identificado.

A motocicleta foi guinchada para o pátio BR Estadia, por estar com o licenciamento vencido. Após os procedimentos adotados no local do acidente, a guarnição deslocou-se ao PA onde foi informada pelo médico de plantão que o paciente Carlos Henrique teria vindo a óbito.

Sofrimento II

A família de Carlos Henrique entrou em contato com o jornal solicitando a presença da jornalista no PA, pois já passava de 15 horas que o corpo do motoboy estava à espera do rabecão da Polícia Civil.

A jornalista entrou em contato com o delegado da Polícia Civil de Anchieta para que ele intervisse na situação. Ele disse que já havia enviado uma investigadora ao PA para averiguar o que estava ocorrendo. Logo em seguida, o rabecão chegou ao PA e removeu o corpo de Carlos Henrique.

“Nós estamos aqui no PA já tem umas 15 horas com o nosso sobrinho que faleceu ontem, eles não querem liberar o corpo, eu queria que o Espírito Santo Notícias viesse aqui”, solicitou uma tia.

Vale ressaltar que o PA não confirmou a informação da socorrista que falou ao Jornal. Amanhã vamos tentar novamente falar com o Pronto Atendimento para entender o porquê da demora, se houve alguma flaha de comunicação.

Quando há uma situação com dificuldade em que o rabecão esteja longe do corpo, ou quebrado, ou outra situação eles entram em contato com a funerária e perguntam se é possível fazer o transporte para eles. Mas o hospital não pode liberar para a funerária, ninguém pode tocar no corpo, a não ser que haja uma permissão de um delegado fazer a liberação. O corpo passa a ser de responsabilidade do estado. A funerária só pode levar para o Serviço de Verificação de óbito- SVO, SML e DLM precisa de autorização de um delegado. Fora isso, tem de aguardar um rabecão. Esta é uma informação de uma funerária.

A Reportagem entrou em contato com a chefia da Polícia Civil – PC do Espírito Santo para saber quantos rabecões existem para atender o Sul do Estado, uma vez que, a demora no recolhimento do corpo acaba causando muito mais sofrimento aos familiares.

Questionou também, e ainda não obteve respostas sobre o serviço realizado em Cachoeiro, segundo a vereadora de Piúma, Bernadete Calenzani é desumano. Não há sequer uma sombra para quem está do lado de fora aguardando para fazer o reconhecimento do seu familiar. Não há água e com o calor que Cachoeiro faz, a situação fica insustentável. Outro quesito que fez a vereadora fazer um voto de repúdio ao SML é a distância entre o órgão e a delegacia. O SML fica no bairro Independência e a Delegacia no bairro BNH, quem tem menos recurso acaba sofrendo mais ainda.

“As pessoas ficam no sol. Tem uma salinha, logo que você entra para fazer o reconhecimento do corpo, aquilo é uma desgraça. Ali ainda tem duas ou quatro cadeiras, que se senta. De lá, a pessoa tem que ir para a Polícia Civil, do outro lado da cidade, lá tem um pé de manga e sol, uma sequeira medonha, não tem delegado, a pessoa tem de espera-lo online para fazer a conferência e demora, demora, demora. Eu tive de acionar meus contatos, que graças a Deus me ajudaram muito, assim mesmo demorou muito. Eu fico imaginando quem não tem um carro e nem um contato. O Serviço Médico pressiona tanto a pessoa que você não imagina. A funerária que atendeu a nossa família chegou lá às 10h00 e nós saímos de lá era 15h20,12 horas depois, assim mesmo porque eu acionei céus e terra. Tivemos uma hora de velório, que sofrimento. Não desejo para ninguém. Tinha gente no sol do lado de fora esperando os bonitões almoçarem. Eu acho que eram cinco corpos que estavam lá dentro. É uma coisa desumana, eu estou traumatizada até hoje”, desabafou a vereadora de Piúma.      

O jornal aguarda um posicionamento da Polícia Civil para explicar a demora no recolhimento do corpo de Carlos Henrique Ribeiro de Matos.        

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