CARTA À SOCIEDADE: professora da Vila Velha se indigna com gestão atual e escreve carta ao povo

O texto a seguir é da professora Luciana Santos, de Vila Velha/ ES. Na verdade, é uma carta que ela envia à sociedade e mostra a sua indignação com a gestão atual. Caso vocêqueira também fazer uso do espaço CARTA DO LEITOR, entre em contato com o jornal.

“Quando uma mulher escolhe lutar por seus direitos, ela sabe que vai enfrentar o machismo, a misoginia e a ignorância que está entranhada na sociedade. Essa mulher quando é negra e professora, a luta toma outro sentido, o da sobrevivência. Fazer oposição política sendo servidora pública da Prefeitura Municipal de Vila Velha torna o caminho mais espinhoso ainda. Assédio moral e perseguição são práticas constantes na atual gestão e desencadeia uma sucessão de absurdos na esfera profissional de cada servidor.

Hoje acordei vagando sem escola para trabalhar porque meus diretores não podiam me atestar por ordem da Secretaria de Educação. Não recebi encaminhamento nenhum, estão segurando os processos de readaptação funcional no Instituto da Previdência de Vila Velha – IPVV para devolverem servidoras doentes para sala de aula e economizarem com novos contratos. Faço oposição velada a gestão do prefeito por ele ter postura antiservidor e não usar de forma justa e correta a verba do FUNDEB que é destinada ao segmento da educação.

O Plano de Cargos e Salários dos professores, aprovado pela Câmara Municipal e pelo Executivo da Cidade Canela Verde já foi um aceno de covardia e engessamento da categoria onde mais de 70% são mulheres. Ser servidor público na gestão de Arnaldinho Borgo é ter que ouvir dele que haverá mais chicote pra nós no trabalho, que contratado precisa estudar pra passar em concurso e parar de reclamar. É não ter diálogo com a categoria e muito menos valorização funcional. Educação não é gasto, é investimento. Político inteligente sabe evitar fadiga. Ele entende que servidor público é patrimônio da cidade e que sem ele gestor nenhum consegue trabalhar. Somos nós, servidores que atendemos a população e fazemos o sistema funcionar.

A política de austeridade empregada nos servidores de Vila Velha é um gesto perverso de ineficiência da gestão para com as contas da cidade. Só mostra que cargos comissionados são bem remunerados às custas do sacrifício dos efetivos e contratados. É salutar fazer oposição, é normal cobrar direitos, é justo reivindicar melhorias na carreira e acima de tudo é importante cobrar transparência com os gastos do erário público. Arnaldinho persegue quem se opõe a sua gestão de pão e circo e adoece seus funcionários em detrimento de pautas antidemocráticas no serviço público. Não dialoga, não recebe, não atende e respalda maldades. Nos chamam de preguiçosos, agitadores, mas os cargos de confiança são os que chancelam as mazelas da gestão. Espero que a sociedade perceba que uma cidade não vive de praças, parques, brinquedos e festas. Que as obras são investimentos do Governo do Estado. Que os empréstimos que o prefeito pega com aval da Câmara sem questionamentos e sem consultar a sociedade civil, nós iremos pagar. No final, a conta dos excessos e dos absurdos chega para a população. E nós servidores, mais especificamente, os professores, já estamos sendo punidos pela má gestão do dinheiro público. Não se iludam com mídia e propaganda política de Instagram. Não está tudo bem na cidade. Quem atende vocês estão adoecendo, perdendo e morrendo. Gestão de atas de adesão. De assédio e perseguição”.

Luciana Santos Servidora PMVV desde 2004

– O texto foi enviado pela professora ao jornal. Caso o prefeito queira se manifestar sobre a carta, atenha-se ao que foi exposto pela professora. É uma Carta do Leitor. Nós não conseguimos contato com a Secretaria de Educação.

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