Beleléu: do jeito que veio, se despediu, discreto. Era o cabeça de área do América Futebol Clube, de Marechal Floriano.

 Foram três meses que descobriu a doença. Péricles veio de Marechal Floriano, há 10 anos, e abriu o Quiosque “Beleléu”, na Praia do Pau Grande, em Piúma.

Beleléu, muito querido em Piúma – Fotos divulgação

 Às 2h00 da madrugada desta sexta-feira, 25, morreu no Hospital Unimed, em Cachoeiro de Itapemirim depois de lutar contra um tumor na cabeça. O quiosqueiro Péricles Pereira, 63 anos, o Beleléu do Quiosque da Praia do Pau Grande, em Piúma.

Beleléu era natural de Marechal Floriano, onde o corpo será velado, nas dependências do América Futebol Clube, e o sepultamento será às 16 horas, no cemitério Santana, na mesma cidade natal.Filho da dona decasa Lidivina Maria Stein e o seleiro Olímpio Pereira Pinto, com quem atuou durante um tempo até abrir a própria loja de calçados Katamarka.

Um homem honesto e justo, trabalhador. Foto/ Divulgação

Casado com Cirlene Baungartem Pereira Pinto e pai de Francisca Pereira Pinto, que atualmente reside na Irlanda. A Praia do Pau Grande perde, não somente um quiosqueiro, perde um apaixonado, que varria, todos os dias, a praia; e fazia daquele cantinho uma varanda da sua casa. Amava e cuidava como se fosse, mesmo, dele. Foi amor à primeira vista. Ele tinha o hábito de jogar o anzol no mar, sentava em sua cadeira e admirava o som das ondas, batendo na areia da praia. Era um exercício frequente.

Elisabeth, Beleléu e Denis. Foto/ Divulgação

O casal de amigos, o gráfico aposentado, Denis Marc André Chopard, suíço, e Elisabeth Justino, estão com o coração apertado, eles estreitaram um laço muito especial de convivência. Era um confidente. E sem poder comparecer na despedida por estarem na Europa, a dor aumenta ainda mais.  Elizabeth contou ao jornal que Beleléu era um grande amigo e conselheiro.

“Desde que eu vim para Piúma, fui sempre bem acolhida por ele. Um homem de poucas palavras, discreto. Com a mesma discrição que ele sempre viveu, ele sai da história. Um homem inteligentíssimo, que gostava muito de ver jornais, ler, se inteirar de tudo. Na época da doença, que ele teve de ficar em casa, a força, a garra, a vontade dele viver, eu participei disso, porque eu acompanhei desde a primeira internação. Na primeira cirurgia, ele voltou para casa muito bem, andando, falando, sem sequela, de repente, ele volta para tirar, de novo, este tumor agressivo, no cérebro, mas a vontade de viver era muito grande. Ele sempre falava para Leni que gostava que eu fosse ao hospital para levar o bolo de maçã, dele. Ele gostava quando Denis chegava, porque Denis sempre foi positivo, e, nós, não falávamos na doença, nós falávamos de vida. Um grande amigo”.

Esperança,

Beleléu gostava da vida e estava com muitas esperanças na cura, havia combinado com o casal de amigos, Elisabeth e Denis, de comemorar o aniversário no dia 12 de julho, mas o destino pregou uma peça. Denis perdeu uma filha e, teve de viajar para a Suíça, não foi feita comemoração. E, no mesmo dia12, foi realizada a primeira quimioterapia dele.

“Sinto que foi um grande privilégio tê-lo conhecido e ter convivido com você, e me confortam todas as lembranças que guardo de você. Para sempre lembrarei e sentirei saudades suas. Até sempre e descanse em paz amigo”! 

Jogador do América.

Campo do América Futebol Clube – foto/ Cícero Walcker Modolo

O jornalista, Cícero Walcker Modolo, de Marechal Floriano, disse ao jornal que Beleléu jogava muito futebol, como cabeça de área, nas décadas de70, 80 e 90, inclusive fora campeão estadual com o América Futebol Clube em1982 e 1983, pelo Centro Sul e vice no Estadual De Amadores em 1984. Na época era a 2ª divisão do futebol capixaba. “Sinto que foi um grande privilégio tê-lo conhecido e ter convivido com você, e me confortam todas as lembranças que guardo de você. Para sempre lembrarei e sentirei saudades suas. Até sempre e descanse em paz, amigo”!Para o sobrinho, João Gabriel Pereira Magnagoa, a morte do tio é uma grande perda para a família e para o esporte. “Um legado, o América Futebol Clube, que ele ajudou a fundar e a organizar por anos. Ele ajudou a educar centenas de crianças nas escolinhas do clube. Uma perda muito significativa para todos familiares, era muito querido e amado. Não tinha inimizades, querido por todos da comunidade. Sempre feliz e sorridente, vai fazer muita falta”, ressaltou João Gabriel. 

Beleléu cabeça de área do América de Marechal Floriano – foto/ Arquivo


Significado da palavra “Beleléu”


O significado do termo “Beleléu” está relacionado à ideia de algo que está perdido, que não existe mais ou que não terá mais utilidade. É uma expressão que pode ser utilizada para indicar que algo foi desperdiçado, que não terá mais retorno ou que foi completamente destruído. É importante ressaltar que o “Beleléu” possui um tom humorístico e é usado de maneira descontraída, sem carregar um sentido pejorativo. A interpretação do termo “Beleléu” pode variar de acordo com o contexto em que é utilizado. Pode ser empregado para indicar que algo foiperdi do de forma irreversível, como por exemplo, quando uma oportunidade única é desperdiçada. Também pode ser utilizado para expressar a ideia de que algo não terá mais valor ou importância, como no caso de um objeto quebrado ou ultrapassado. 

Apelido

Aos dois anos de idade, o quiosqueiro caiu de uma altura bem grande e as pessoas que estavam próximas teriam dito, agora ele foi para o Beleléu. E dali o apelido pegou e ele ficou assim conhecido tanto na cidade onde nasceu, quanto em Piúma, onde veio e empreendeu.  

Honesto e justo, Beleléu, como ficou conhecido em Piúma, colocou o nome do quiosque, o seu apelido. Ele comprava muito peixe na Peixaria do Boleco, na Rodovia do Sol, próximo a Ponte de acesso ao Scherrer.

A comerciante Soraia Pedrosa, proprietária da Peixaria do Boleco comentou com a jornalista tão logo ele retornou do hospital da primeira vez que foi internado preocupado com um acerto que tinha que fazer. Não gostava de ficar devendo, era super honesto. “Uma perda, perdemos um amigo, um cliente, um homem de muito valor. Ele comprava com a gente, era uma honra tê-lo aqui”, disse Soraia.  

Amigo

Amigos da Praia do Pau Grande / Foto: Divulgação

“A morte nos remete à mistura de pensamento e vazio no peito, e somente Deus preenche e nos acalenta. Perder um amigo amado não é fácil. Tivemos o privilégio, neste últimos anos, desde nossa chegada na Praia do Pau Grande, com o Quiosque “Pedra do Caranguejo” de poder aprender com Beleléu… Mesmo vindo para orla central, foi um amigo de todas as horas. Ele e Leni sempre nos ajudaram e nos ajudam ainda. Obrigada, Beleléu. Ninguém morre quando permanece vivo em nossos corações”, postou no Facebook, Jorgiane Taylor, com uma foto juntos.

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2 Comentários

  • Silvana Rodrigues do Carmo Fischer disse:

    Beleleu,nosso grande amigo
    Abraçou nossa Família Carmo
    Foi o professor do nossos filhos Ripher e Matheus dos meus irmãos
    Participou do meu namoro e de Marcos,sempre juntos
    Dezembro janeiro fevereiro e março iríamos no quiosque e olha que Marcos Fischer não gosta de praia,mas até isso Beleleu fez….meu amigo você não vai morrer nunca,obrigado por tudo que fez pelo meus filhos e pelo América…descanse em paz e até breve. O AFC de marechal Floriano está enlutado

  • Valmere Klippel Santana disse:

    Certamente vai deixar saudades em todos que o conheceram. Um bom coração e uma boa cabeça. Deus o receba em seus braços no reino das alegrias, que é onde ele estará em paz e feliz com sempore esteve em vida!

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