Bandidos que mataram estudante em Nova Iguaçu anunciaram telefone roubado da jovem 40 minutos depois

Moisés Amorim da Silva, de 18 anos, foi preso por envolvimento da morte da estudante Marcela de Souza Oliveira Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) identificaram, no início da tarde desta quarta-feira, os dois suspeitos do envolvimento no assassinato da estudante Marcela de Souza Oliveira, de 26 anos, em Nova Iguaçu. Os agentes prenderam Moisés Amorim da Silva, de 18 anos, e conseguiram identificar Nilton Pereira como o autor do disparo. Ele está foragido e sendo procurado pela especializada. Marcela foi morta com um tiro na nuca no último sábado. Cerca de 40 minutos após o crime, Moisés publicou um anúncio de venda do telefone da vítima em uma página da internet.

Segundo a polícia, Marcela foi vítima de latrocínio. Os dois a abordaram para roubar o aparelho telefônico. Nesta quarta-feira, policiais da DHBF conseguiram prendê-lo.

— Chegamos até o Moisés a partir do celular da vítima. Descobrimos que o aparelho estava sendo usado por uma pessoa que já havia trocado o chip. Esta pessoa que contou ter comprado o aparelho por R$ 200 e apontou Moisés como o vendedor do telefone — disse o delegado Moyses Santana, titular da DHBF.

Moisés foi preso por agentes da DHBF quando se alistava numa junta militar em Nova Iguaçu. A Justiça decretou a prisão temporária dos dois suspeitos.

A família da estudante Marcela de Souza Oliveira disse acreditar que a Polícia Civil vai identificar e prender todos os envolvidos na morte da jovem. Segundo o tio, o jornalista Renato Barone, a notícia da prisão de Moisés Amorim da Silva e da identificação de Nilton Pereira como sendo o autor do disparo que matou a vítima, trouxe um sentimento de que a justiça está sendo feita.

— Mesmo sabendo que não vai trazer a Marcela de volta, a notícia da prisão de um envolvido no crime e a identificação de outro, traz alento para a família, e um sentimento de que a justiça começa a ser feita. Temos confiança no trabalho da polícia. Acho que todos os envolvidos serão identificados — disse o jornalista que esteve na DHBF ao lado do irmão Jefferson de Oliveira, pai de Marcela.

Apesar de estar desaparecido, o suspeito de ser o atirador já tem um longo histórico com a polícia. Nilton tem sete passagens por roubo, três por homicídio, além de acusações de latrocínio, tentativa de homicídio, porte de arma e tráfico. Ele também é suspeito de ser ligado a uma milícia que atua no município de Queimados, na Baixada Fluminense.

Nilton Pereira também já era investigado pela DH-BF por um outro assassinato. No dia 4 de dezembro de 2018, ele teria sequestrado um motorista de aplicativo e usado o veículo para praticar uma série de roubos e um homicídio. De acordo com Moisés Santana, os crimes ocorreram em Nova Iguaçu. Após chamar o carro por um aplicativo, ele e um comparsa renderam o motorista , na altura do Bairro Vila de Cava. Em seguida, exigiram que a vítima continuasse conduzindo o veículo que foi usado numa série de roubos. Segundo a polícia, em outro ponto do município, a dupla pediu para o motorista estacionar o veículo.

— O comparsa do Nilton disse que ali morava um homem que teria o costume de bater em uma mulher. O Nilton, então, desceu do carro, entrou na casa e matou o homem. Ele (Nilton) é um psicopata — disse o delegado.

Após a execução, o motorista do Uber foi liberado pela dupla. O nome da vítima não foi revelado.

O Caso

A jovem estava desaparecida desde o dia 27 de maio. O corpo foi encontrado no último sábado. Ela havia sido vista com vida, pela última vez, pouco antes de deixar a casa do namorado, William Santos, de 33 anos, no Bairro de Vila de Cava. O reconhecimento do corpo foi feito pelo pai de Marcela, Jefferson de Jesus Oliveira, que a identificou por uma tatuagem que a filha tinha nas costas.

Segundo a polícia, Marcela reagiu ao roubo e acabou sendo executada por Nilton. Após o roubo, o assassino jogou o corpo da estudante no Rio Iguaçu, em Vila de Cava, Nova Iguaçu, e entregou o celular roubado para Moisés Amorim da Silva, de 18 anos, que é sobrinho de consideração .

O Rio fica a aproximadamente 1,6 quilômetros de distância do bairro Vila Cava. Ele e Marcela haviam dormido juntos no dia do sumiço. Ele saiu para trabalhar às 7h, e ela ficou dormindo. Ela ia almoçar com os pais, mas não apareceu.

— A gente se assustou porque ela não é de fazer isso. De sair sem dar satisfação. E começamos as buscas. Fomos no hospital, na delegacia e no IML — contou o namorado.

O corpo de Marcela foi enterrado na tarde da última segunda-feira, no cemitério municipal de Nova Iguaçu. Cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia. No sepultamento, parentes e amigos prestaram uma última homenagem à memória da jovem, cantando músicas e fazendo um momento de oração diante do caixão, que foi mantido fechado.

 

Fonte: Extra

 

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *