UMA MORTE E DOIS ATESTADOS DE ÓBITOS para a mesma paciente cachoeirense

Jocimara faleceu no dia 08 de agosto no Hifa / foto- arquivo de família

Cachoeirense morre e HIFA emite duas declarações de morte, a de Covid-19 surge depois, família quer explicações. A família de Jocimara não se conforma com a segunda declaração de óbito e afirma que vai entrar na justiça

Primeira declaração do óbito de Jocimara, a família fotografou assim que recebeu

A dona de casa Jocimara Vieira de Sousa, 50 anos, residente no bairro Boa Vista, em Cachoeiro de Itapemirim faleceu na tarde do último dia 08, na Unidade de Terapia Intensiva – UTI geral do Hospital Infantil do município. A causa morte choque séptico, broncopneumonia e cetoxidose diabética segundo o médico que assistiu Dr. Daniel Caçador Légora e assinou a declaração de morte.

Segunda declaração de óbito da paciente Jocimara

Entretanto, o Hospital depois do atestado assinado e carimbado por Dr. Daniel Caçador chamou a família e entregou um segundo atestado e neste, a causa teria sido Covid-19.

A família não acreditou e está processando Hospital Infantil, pois Jocimara foi sepultada sem que o esposo e os filhos pudessem sequer chegar perto e dar o último adeus. “Minha mãe faleceu no dia 08 de agosto de problemas de diabetes, sua declaração de óbito assinada pelo médico e carimbada consta essa causa da morte, entretanto horas depois da morte dela o hospital tentou alterar a causa da morte emitindo outra declaração de óbito falando que ela morreu de Covid”, afirmou o filho Sander Vieira Filho.

Primeiro teste de Covid-19 negativo

De acordo com Sander, a mãe dele ficou internada na UTI Geral não Covid. Nessa UTI são 10 leitos e não podem entrar pacientes que estejam contaminados com o novo coronavírus, todo paciente antes de entrar é submetido a teste como Jocimara foi e só depois que tiverem plena certeza que a paciente não tinha a doença a internação foi feita. “Todos os agentes da saúde desse setor são obrigados a fazer teste periodicamente. Assim que minha mãe chegou ela ficou em isolamento por mais de três dias fazendo esses testes. O Hospital Infantil não está recebendo casos de Covid porque a referência de Covid-19 é a Santa casa. Minha mãe ficou no Hospital Infantil justamente porque não tinha Covid”, ressaltou Sander.

Segundo teste realizado no dia da morte de Jocimara, positivo

Sadir (esposo) Sander e Tamires Vieira (filhos) estão desolados, sentindo uma dor que não se mede, não puderam sequer se despedir, olharam de longe a funerária levando o caixão e os coveiros enterrando o corpo.  

“Estamos nos sentindo imensamente tristes e desapontados com o sistema público de saúde pelas enormes atrocidades que foi feita com minha mãe, um ato totalmente desumano, afirmaram que minha mãe tinha Covid somente horas depois dela morrer sendo que ela não tinha. Foi afirmado por vários médicos antes do dia 8 que ela não possuía Covid, toda a família ficou desesperadamente triste por não poder velar minha mãe, uma senhora que havia completado 50 anos dois dias antes de ser internada no hospital, cristã, que sempre ajudou as pessoas ao redor dela. O hospital não teve dignidade e nem respeito por uma pessoa de bem. Nós vamos entrar na justiça para buscar reparações pelos danos e para punir esse tipo de ato desumano e cruel que fizeram com ela, para que a saúde pública e os médicos responsáveis aprendam que não se deve fazer isso com um ser humano e para que não aconteça mais com nenhuma outra pessoa e familiares”, frisou o filho.

Por volta de meia noite do dia 08, Sander, o filho, cansado de esperar a declaração da causa mortis da mãe para liberar o corpo e sepulta-lo, acionou a Polícia Militar – PM que foi ao hospital. A situação ficou complexa.

A família confeccionou um Boletim Unificado – BU e segundo o filho de Jocimara, o médico Rafael, responsável pelo setor teria dito na frente dos policiais que não iria entregar uma nova declaração, pois precisava fazer e ainda tinha dúvidas e deveria consultar a direção do hospital.

A família possui as duas declarações com a duas causas mortis, mas a que o Hospital sustenta é que a paciente faleceu de Covid-19 anulando a primeira declaração. “O HIFA alega horas depois da morte da minha mãe que ela faleceu de Covid, entretanto, isso se consistiria em um grave erro no diagnóstico médico, pois se ela realmente estava com Covid no UTI do hospital por tantos dias assim e mesmo assim negligenciaram tanto com a vida dela no devido tratamento para o Covid que tal negligencia poderia ter custado a vida dela. E só de pensar nessa hipótese meu coração chora, pois, minha mãe sofria e clamava naquele leito inconscientemente por tratamento adequado nos dias que ficou lá”.

O caso será discutido na justiça.

A Reportagem entrou em contato com o Hospital Infantil que emitiu nota de esclarecimento sobre o fato. Caso as pessoas citadas a Reportagem queira usar o jornal para trazer as suas versões sobre os fatos, o jorna está aberto a qualquer momento, embora tenha ouvido o Hospital Infantil.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO HOSPITAL INFANTIL

O Hospital Materno Infantil Francisco de Assis, HIFA, esclarece que todas as informações quanto ao óbito da paciente Jacimara Vieira de Souza foram devidamente esclarecidas a família. E afirma ainda que o atestado de óbito válido atesta que entre as causas do óbito está Covid-19.

RETROSPECTIVA SEGUNDO A FAMÍLIA DE JOCIMARA

25/07

Às 11h30 Jocimara deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento – UPA do Marbrasa depois de desmaiar.  No primeiro atendimento o médico avaliou e deu o diagnóstico que se tratava de alta glicose que se aproximava a 500mg/DL.

No mesmo dia saiu o resultado de exames de sangue e urina feito pelo UPA, concluindo uma grave infecção urinária na paciente, logo se fez necessária a transferência de Jocimara para um hospital que pudesse tratar de forma clínica a grave infecção. Logo o mesmo médico solicitou a transferência de urgência, mas só foi ser feita no dia 26 de julho para o Hospital de Jeronimo Monteiro – UIJM.

26/07

Por volta das 20h00 Jocimara foi transferida para o Hospital de Jeronimo Monteiro, o médico que solicitou a transferência mencionou no prontuário que a paciente estava em estado grave de infecção ITU e precisaria com urgência ser transferida para ser internada em um hospital.

27/07

No dia 27 de julho por volta das 16:00 horas o médico Carlos Magno que a atendeu teria dito para a acompanhante de Jocimara que suspeitava que ela havia sofrido um infarto. Já havia solicitado um exame para confirmar a suspeita.

Às 17:45 saiu o resultado do exame para comprovação de infarto e que o quadro dela é de risco de vida devido a situação clínica dela.

O médico teria afirmado que de fato o hospital de Jeronimo Monteiro não havia recursos para tratar do estado clínico e cardíaco da paciente e por isso solicitou a transferência de urgência para o Hospital Evangélico de Cachoeiro e que só estava aguardando a vaga ser liberada para essa transferência ser realizada.

Por volta das 18h30 Sander Vieira (filho de Jocimara Vieira) chegou ao Hospital de Jeronimo Monteiro para buscar informações sobre o estado de saúde de Jocimara, na qual teve autorização do hospital para visitar sua mãe que se encontrava no setor de emergência do hospital de forma isolada devido ao estado clínico.

Às 19h00 houve uma troca de plantão, o médico Carlos Magno foi substituído pala médica Adriana Brito que ficou responsável pelo plantão e pela paciente Jocimara.

Por volta das 21:00 horas a médica Adriana retirou a paciente Jocimara do setor de emergência e transferiu para o setor comum de pacientes não emergentes que é o setor de enfermagem, a mesma afirmou para a Gláuciane, acompanhante de Jocimara que estava presente no local, que Jocimara não se encontrava em estado de emergência, mesmo depois de ter visto o prontuário e sabido que vinha sofrendo de várias arritmia cardíacas, afirmou que o médico anterior cometeu equívocos em afirmar que a mesma estava em situação grave, mas que ainda sim era necessário manter a solicitação feita pelo médico Carlos Magno da transferência de Jocimara para outro hospital, pois o Hospital Jeronimo Monteiro não havia suporte para o tratamento, até o momento a mesma não havia falado que Jocimara não havia sofrido infarto, na qual só veio falar horas depois.

28/07

No dia 28 de julho, por volta das 10:00 horas, a médica responsável pelo plantão falou com o filho de Jocimara, Sander, que a paciente não havido sofrido infarto, contradizendo o médico Carlos Magno e mostrou os resultados dos exames cardíacos feitos no dia 27.

Disse que Jocimara havia sofrido várias alterações de arritmias cardíacas e não infarto. Confirmou que o quadro de saúde era de estado muito grave, correndo risco de vida e que ela não entendia o porquê a paciente havia sido transferida para a enfermaria com esses sintomas, pois ela estava em correndo risco de vida, se tratava de uma paciente obesa, com grave infecção e sofrendo arritmia cardíaca.

Por volta das 12h50 a médica plantonista confirmou a transferência da paciente para UTI do Hospital Infantil de Cachoeiro de Itapemirim- HIFA.

A médica afirmou para Tamires que Jocimara havia chegado no hospital em situação de alta gravidade de infecção urinaria e outros prognósticos de diabetes, que estava com sua equipe estabilizando o estado clínico dela devido a intensa gravidade, disse o risco de vida que a mesma estava correndo e que Jocimara era uma das pacientes mais grave do UTI do HIFA naquele presente momento.

A paciente chegou e foi direto para isolamento para fazer os exames de Covid-19 e ficou isolada por três dias devido aos relatos de falta de ar e todo o prognostico que direcionava para um suposto Covid-19.

Teste Lacen

Às 23h00 ocorreu a coleta do material para efetuar o teste de Covid-19, que foi recebido no laboratório no dia 29 de julho. O teste realizado foi no laboratório central do Espírito Santo- LACEN, com o código de requisição 200458000180. Foi feito o teste Biologia Molecular, RT-PCR, para comprovar se a paciente Jocimara possuía Covid-19. O teste é altamente eficaz e serve para justamente comprovar se o paciente possui o vírus nos primeiros dias de contaminação, recomendado pelo Ministério da Saúde. Após horas depois para poder iniciar o teste, o mesmo deu resultado não detectável, logo um resultado negativo para Covid-19. Após o resultado o hospital permaneceu com Jocimara em isolamento por mais alguns dias, e somente depois de dias dos primeiros exames e do isolamento encaminhou Jocimara para o setor UTI Geral, a mesma estava na UTI, mas em um quarto isolado e separado para confirmar que ela não estava infectada de Covid-19 antes de ir para o UTI geral com outros pacientes. O setor UTI na qual Jocimara foi encaminhada para tratamento e internação é totalmente isolado de Covid-19, não podendo haver nenhum tipo de agente da saúde ou paciente infectado com o vírus nesse local.

29/07

Por volta das 15h40, o médico plantonista e responsável pela paciente Jocimara, ligou para o telefone de Tamires (filha) com a informação que o teste de Covid-19 deu negativo e que Jocimara não possuía o vírus, que o estado clinicamente dela era grave devido a infecção urinária, mas que estava estável.

No decorrer dos próximos dias a paciente estava sendo atendida e medicada para tratamento de infecção generalizada pois havia evoluído, houve melhoras e piores no estado clinico nesse tempo. A todo o momento os médicos estavam tratando de Jocimara como paciente não Covid-19, pois os mesmos afirmavam o tempo todo no prontuário médico e para os familiares que a paciente tinha problemas de infecção. Não houve tratamento de Covid pois afirmavam que a paciente não tinha Covid e se quer sintomas de Covid conforme o prontuário.

30/07

Sadir Eulário (esposo) foi autorizado a fazer uma visita a Jocimara no HIFA, a mesma se encontrava em um quarto de isolamento, onde havia somente ela de paciente, o médico afirmou que ela estava lá pois estavam fazendo exames e assim que concluir poderia transferir ela para o UTI Geral.

03/08

Por volta das 15h00 a médica Jacira que estava no plantão ligou para solicitar que a família comparecesse ao hospital para relatar o estado de saúde de Jocimara. A médica havia comunicado que ela havia evoluído para uma parada cardíaca, mas que foi rapidamente revertida. A médica afirmou que por causa do caso dela ser muito grave precisaria do uso do ventilador que é um aparelho para auxiliar na respiração e que Jocimara seria a paciente mais grave da UTI com problemas unicamente de infecção generalizada e todas as evoluções foi devido a isso. Em segundo plano a Jocimara teria distúrbios de sódio, potássio e magnésio, e que chegou em estado gravíssimo do hospital de Jeronimo Monteiro. A Dr. Jacira permitiu a entrada para visitar Jocimara no setor de UTI geral os filhos, Sander e Tamires em um dia que não era de visitação dela.

08/08

Por volta das 12H30 o médico Rafael Rocha Gomes ligou solicitando a família comparecesse ao hospital pois os quadros clínicos da paciente haviam se agravado. Assim que chegaram o médico informou que a paciente estava tendo várias paradas cardíacas e que poderia vir a falecer nesse dia, e que permitiria a entrada dos familiares para se despedir da paciente.

Os familiares, Sander, Tamires, Dayanna e Sadir entraram, próximo ao leito de Jocimara, Sander pediu ao médico se poderia conversar com sua mãe próximo ao rosto dela, o médico autorizou e disse que poderia ter o tempo que precisasse, pois ela viria a falecer. Então Sander, se aproximou, beijou sua testa, e passou a mão entre os cabelos de Jocimara. Jocimara estava sem o uso de máscara.

Às 17:15 Jocimara foi a óbito, conforme presumido pelo médico Rafael. Por volta de 17h30 o hospital ligou para que a família comparecesse ao hospital e levasse os documentos de Jocimara. Assim que chegaram Tamires e Sadir foram convidados pelo médico do plantão que acompanhou Jocimara o dia todo e seu estado clinico, Daniel Caçador que informou que a Jocimara havia sofrido várias paradas cardíacas e não resistiu, que a causa da morte dela foi Choque Séptico, Broncopneumonia e Cetoacidose Diabética. O médico disse que havia presenciado e verificado o corpo, e depois o corpo foi enviado para o necrotério de Santa Casa, pois o Hospital Infantil não possui necrotério.

A família informou que o médico disse que havia verificado todos os resultados de todos os exames e do prontuário, esgotando todos as verificações possíveis, e então prescreveu sua declaração de óbito, ele tinha acesso ao prontuário e sabia de todos os exames feitos e todos que poderiam vir a chegar. Solicitou que fosse buscar a declaração de óbito e assinar a liberação do corpo no pronto socorro do HIFA.

Tamires se direcionou e assinou a liberação do corpo e solicitou a declaração de óbito, mas a agente administrativa do local disse que iria fornecer, mas que antes ela deveria se dirigir até a funerária para que a funerária pudesse ir buscar essa declaração, entretanto que a declaração já estava pronta e assinada pelo médico responsável Dr. Daniel Caçador Légora.

Funerária

Velório sem despedida

Todos da família se dirigiram a funerária Plano Vida para realizar a contratação do serviço, a funcionária auxiliou a montar o velório, escolhendo o caixão, a flores que ficaria sobre Jocimara, o lanche que serviria durante o velório. Assim que concluíram o Sadir (companheiro de Jocimara) assinou o contrato do velório e seus preparativos. E logo então Sander e Sadir direcionou para buscar o vestido que Jocimara iria usar no velório e Tamires se direcionou juntamente com a funerária para requerer novamente a declaração de óbito. Assim que chegou a agente administrativa do HIFA colocou a declaração sobre o balcão para entregar a agente da funerária e a Tamires, nesse momento Tamires registrou uma foto da declaração que já havia sido entregue. Entretanto nesse exato momento a Agente administrativa recebe uma ligação solicitando que não é mais para entregar a Tamires a declaração de óbito de Jocimara, que o plantão do médico que havia atestado o óbito acabou e o médico que assumiu o plantão queria falar com ela e que a Tamires deveria se direcionar ao médico, ligação essa do médico plantonista por volta das 20H40.

Troca de plantão

O plantão havia mudado às 19:00 horas e, portanto, o médico plantonista decidiu buscar meios para alterar a declaração de óbito do médico Daniel Caçador Légora médico esse que havia cuidado de Jocimara no dia todo da morte dela, logo conhecia a paciente. Tamires chegando ao local foi informada que Jocimara havia pegado Covid-19 durante sua estadia no hospital, disse que isso era quase impossível acontecer e não saberia explicar como isso ocorreu. Concluiu isso após um exame de teste de Covid-19 solicitado no dia 08 de agosto às 06H00 da manhã que atestou Covid-19, porém esse resultado veio somente depois de 14 horas da coleta e início de colocar na máquina. Ou seja, só depois do óbito de Jocimara que veio o suposto resultado de um teste que nem o médico que cuidava de Jocimara sabia que tinha sido solicitado, pois o mesmo não solicitou e desconhecia essa solicitação. Tamires então recebeu a notícia, sem acreditar no que estava acontecendo, saiu da sala do médico e ligou para a família para informar

Por volta das 21h20, Sander Vieira e os demais familiares de Jocimara, chegam ao hospital e solicitam para falar com o médico de plantão, que havia informado a Tamires sobre o suposto Covid-19. “O hospital enviou o médico Genilto, que não havia conhecimento e nem acompanhado o quadro clínico de Jocimara, e sequer atestou o corpo ou assinou a nova declaração de óbito, o mesmo afirmou que por conta de uma não recuperação de Jocimara no dia 08 nos problemas respiratórios, o hospital solicitou um novo teste Covid-19, que iniciou as 06h15 a ser realizado. Afirmou que o resultado do exame não havia saído no momento da assinatura da declaração de óbito do Dr. Daniel, e que o médico havia fechado o diagnóstico, mas que de forma precipitada, pois deveria ter conhecimento do teste Covid-19 que foi solicitado, mas que a paciente Jocimara havia sim pegado Covid-19”.

Polícia chega

A família solicitou que o médico Genilto fosse verificar esse mal-entendido com melhor exatidão e buscar uma solução para consertar, pois a declaração de óbito assinada pelo médico é um documento que possui fé pública, para tanto, devem ser fidedignos e refletir a realidade, jamais seria assinado de forma inverídico, até aquele momento ele não havia dado a nova declaração e/ou teste Covid e por isso a palavra dele era descartável. “Então o médico Genilto pediu para que a família aguardasse que iria conversar com o responsável da UTI, pois também não sabia do ocorrido”.

Por volta das 22:00 e ainda aguardando uma posição do hospital a família de Jocimara novamente solicitou a administração do hospital a declaração de óbito, “mas foi negada a entrega de qualquer declaração, os agentes administrativos disseram que Sander teria que aguardar no hospital, porque o médico estava vendo com seus superiores o que deveria ser feito, pois Jocimara não estava com Covid quando entrou no hospital, e o hospital teria a pretensão de alterar a causa da morte de Jocimara, pois a mesma não havia falecido de acordo com os quadros clínicos do prontuário médico e sim de Covid-19”. E pelo fato de ter negado a entrega do documento necessário, Sander Vieira, acionou a Policia Militar para registro de uma ocorrência, pois se sentiu seu direito violado por não conseguir a declaração para enterrar sua mãe.

Por volta das 23h30 os policiais chegaram no Hospital HIFA, pois o médico havia se negado a falar com o filho da paciente e se negado a dar qualquer declaração de óbito. “Quanto os policiais chegaram no hospital o Dr. Rafael Rocha Gomes, prontamente resolveu atender a família. Convidou o Sander, a Tamires e os policiais para uma reunião em uma sala reservada para esclarecer o ocorrido. Então para registro da ocorrência na qual o Dr. Rafael declarou na frente dos policiais que não iria entregar a declaração de óbito de Jocimara, feito assim a ocorrência”.

A justiça

Sander informou ao médico que iria dedicar todo o seu tempo para resolver a situação de forma judicial, e o Dr. Rafael afirmou que esse caso da Jocimara era um problema que estava ocorrendo muito acima do que ele poderia resolver e iria ligar para alguém superior a ele. “Saiu da sala, Sander e Tamires aguardaram no corredor, nesse meio tempo Sander vendo que iria ter seus direitos violados pelo fato do Dr. Rafael não querer entregar a declaração de óbito de Jocimara, ligou para seu advogado Dr. Izaias Junior para que fosse ao hospital para se orientar juridicamente de que deveria fazer, o advogado chegou ao hospital e foi autorizado pelo setor administrativo a entrar e pelo Dr. Rafael. Assim que Rafael retornou para o corredor que fica em frente a sala que ele havia convidado para esclarecer do ocorrido, o mesmo teria dito que havia ligado para as pessoas mais importantes do hospital para resolver a situação. A família então orientada pelo advogado solicitou o exame de contraprova para Covid-19, pois estavam suspeitando de falha no exame mostrado. Sander perguntou ao Dr. Rafael se seria possível Jocimara ter pego o Covid-19 dentro do UTI, o mesmo afirmou que seria quase impossível devido o rigor que é, então foi argumentado, caso ela tenha pego Covid-19, possivelmente foi alguém da equipe médica que circulou pela UTI no tempo que ela esteve ali e transmitiu esse vírus para ela”.

Segundo Sander foi perguntado ao Dr. Rafael se o médico que havia assinado a segunda declaração de óbito seguiu os procedimentos recomendados pelo Conselho Federal de Medicina e/ou Código de Ética Médica, presenciando o corpo e outros procedimentos, antes de assinar, ou se havia pelo menos cuidado ou tratado de Jocimara no último plantão o mesmo teria afirmado que não.

Todos os familiares de Jocimara que tiveram com ela testaram negativo para o novo coronavírus.

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