Trans é assassinada em Cachoeiro de Itapemirim depois de revelar ao cliente que era soropositiva, advogada criminalista acredita que ele a matou por desprezo

Michele, segundo Leonardo Gil dos Santos, era trans e garota de programa. Nesta sexta-feira, 05, ele a conheceu no Centro de Cachoeiro de Itapemirim e a convidou para usar drogas com ele, em sua casa, no bairro Nossa Senhora da Penha; onde a matou por volta das 10h00, com golpes de faca no pescoço e na barriga.

Após cheirarem cocaína e fazerem sexo, Michele, nome revelado por Leonardo, acabou sendo assassinada a facadas. O assassino ligou para a polícia e confessou o crime, dizendo que perdeu a cabeça, após a garota revelar a ele que era soropositiva, ou seja, possuía o vírus HIV que provoca a AIDS.

A Polícia foi ao endereço indicado por Leonardo e, na cena do crime, apreendeu a faca usada no feminicídio e vários pinos para uso de cocaína.

Feminicídio

A advogada criminalista Fayda Belo acredita em discriminação e desprezo

A reportagem entrou em contato com a advogada criminalista Fayda Belo para melhor compreender a qualificação do homicídio cometido por Leonardo, que foi autuado em flagrante, segundo um veículo de Cachoeiro de Itapemirim que publicou, nesta sexta, a notícia do assassinato.

De acordo com Fayda, Leonardo cometeu um homicídio que deveria ser qualificado como feminicídio pela vítima ser uma mulher trans. “O homicídio é o crime de matar alguém, art. 121 do Código Penal. Este crime de matar alguém pode ser qualificado, ou seja, existem algumas situações em que a lei considera que este crime mais grave. Ele pode ser qualificado por motivo fútil, por motivo torpe, ou ainda por feminicídio. O que está qualificado ao feminicídio, é quando o homicídio é realizado em razão ao gênero”.

A criminalista assegura que o artigo é muito claro e didático a dizer que isso é, quando existe menosprezo, uma discriminação ao fato de ser a vítima, uma mulher. “Ou quando o crime envolve violência doméstica. O caso em si, eu entendo que ele a matou porque ela era uma garota de programa e porque era uma mulher trans. Houve ali um desprezo, uma discriminação ao fato de ser ela uma mulher trans. Eu entendo que este homicídio precisa ser qualificado por feminicídio”, ressaltou a criminalista Fayda Belo.

Leonardo possui passagem pela polícia por tráfico de drogas nos anos de 2007 e 2010, bem como registros por porte ilegal de arma de fogo, tentativa de suicídio e também já foi enquadrado na Lei Maria da Penha.

Infelizmente, neste ano de 2022, Michele é a segunda mulher a ser morta nas mãos de um homem com quem se relacionou. Leonardo foi autuado em flagrante por homicídio qualificado e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim, segundo informações da Polícia Civil.

O corpo da Michele foi encaminhado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.

Depois de fazer sexo e usar drogas com Michele, Leonardo a matou, a facadas, em Cachoeiro, ontem

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