Solução desenvolvida no programa de inovação aberta do Findeslab ganha prêmio internacional

Desde a inauguração, em 2019, o Findeslab está contribuindo para a consolidação do ecossistema capixaba de inovação e agora vê mais um resultado positivo da sua atuação: um projeto da startup capixaba Dersalis em conjunto com a Shell, desenvolvido no 1º Programa de Empreendedorismo Industrial, acaba de vencer o prêmio internacional Gartner Power of the Profession Supply Chain Awards. 

A premiação reconhece as iniciativas mais inovadoras da cadeia de suprimentos do ano. E a parceria Dersalis-Shell, intermediada pelo Findeslab, ficou em primeiro lugar na categoria People Breakthrough of the year, com o projeto “Uso do Smartwatch para segurança e cuidado dos funcionários”. As empresas concorreram com projeto de gigantes como a Intel e a Hershey’s. 

A categoria conquistada pela Dersalis e a Shell pode ser livremente traduzida como “Revelação de pessoas do ano” e reconhece projetos que promovem a diversidade na equipe da cadeia de suprimentos, criando valor para o negócio. 

É com esse propósito, de criar soluções para impulsionar negócios e com foco na inovação aberta, que atua o Programa Findeslab de Empreendedorismo Industrial. Para Naiara Galliani, gerente de inovação do Findeslab, o resultado desse prêmio materializa esse sonho.  

“Hoje, temos muita satisfação em acompanhar os resultados dos projetos desenvolvidos e parcerias estabelecidas, como é o caso dessa entre Shell e Dersalis. Nós acreditamos na inovação colaborativa. Acreditamos que a inovação transforma”, afirma Naiara. 

Para mensurar a importância desse prêmio, a Gartner é uma das principais empresas mundiais especializadas em pesquisa e consultoria em tecnologia da informação. Sua missão consiste em gerar informações, métricas e análises a respeito de tecnologia para que seus clientes tomem decisões estratégicas. 

Por dentro do projeto 

O projeto campeão possui foco em saúde e performance do trabalhador. A Dersalis desenvolveu uma pulseira inteligente que possibilitasse a Shell Brasil gerir a saúde e identificar situações que sinalizassem o estado de fadiga e riscos de queda dos profissionais em setores de petróleo, gás e energia.

Para isso, o projeto conta com inteligência artificial para prever com antecedência eventos que geram riscos humanos, por meio da análise de dados vitais em tempo real.  A partir do envio de alertas, mesmo em locais sem conectividade, a pulseira inteligente consegue interagir diretamente com o profissional ao informar estágios gradativos de cansaço e até movimentos bruscos, evitando acidentes de trabalho. 

“O sistema atuou remotamente no acompanhamento dos colaboradores na fábrica de lubrificantes do Rio de Janeiro para melhor gestão do risco e menor exposição dos trabalhadores durante toda a jornada de trabalho. Como resultado, foi possível reduzir a subjetividade na gestão do risco e produtividade, entregando dados para a tomada de decisão”, destacou Pedro Guizardi, CEO da Dersalis. 

Segundo a Gartner, o projeto apresenta “um uso não tradicional da tecnologia para beneficiar substancialmente as pessoas, especificamente na cadeia de suprimentos”. 

Testes e resultados 

Durante a fase de testes, foram coletados e processados dados biométricos reais de funcionários na fábrica de lubrificantes da Shell Brasil, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O objetivo do piloto foi compreender melhor a fadiga e os riscos de queda durante a jornada de trabalho. Os testes ocorreram apenas durante as atividades laborais e a ferramenta utilizada garantia a confidencialidade dos dados dos usuários. 

Em três meses de operação, a plataforma gerou um aumento de mais de 40% na segurança operacional dentro das plataformas Shell, entre outros benefícios.  

“Como resultado, foram geradas mais de 4.500 interações autônomas. Havia 10% de chance de um usuário receber uma mensagem “crítica” relacionada ao nível de alerta de fadiga, reforçando a importância e eficiência do monitoramento. Além disso, 80% dos usuários acreditavam que a tecnologia poderia ajudar a melhorar a saúde e a segurança no trabalho, principalmente relacionados a incidentes físicos, mas também relacionados ao estresse e saúde mental”, enfatizou Pedro Guizardi, CEO da Dersalis. 

Desenvolvimento da solução 

Além do Findeslab, o projeto também contou com a atuação do Senai para o desenvolvimento do protótipo do dispositivo. Ao todo, três Institutos Senai estiveram envolvidos, sendo eles: o Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional (IST-EO), localizado no Espírito Santo; o Instituto Senai de Tecnologia em Eletrônica e Automação e o Instituto Senai de Inovação em Manufatura Avançada e Microfabricação, ambos localizados em São Paulo. 

“Foi extremamente desafiador pois, além da tríade IST-ES, Dersalis e Shell, teríamos a participação do ISI – Manufatura Avançada e IST – Eletrônica e Automação, ambos de São Paulo, e uma gestão de projetos compartilhada com Senai-SP. Entretanto, toda a equipe envolvida do Senai ES, Senai-SP, Findeslab, Dersalis e Shell, se manteve engajada e comprometida durante esse primeiro ano de desenvolvimento”, destaca Paula Cipriano, analista de projetos sênior e gestora de projetos do Programa de Empreendedorismo Industrial do Findeslab. 

Ao todo, foram três meses de implementação no ambiente Shell para aplicação e validação da solução. Durante esse período, os encontros foram on-line em decorrência da pandemia, e o engajamento de toda a equipe fez a diferença para o resultado final. 

“As reuniões eram de extrema dedicação e foco para gerarmos o melhor resultado possível e, que de fato, conseguimos com o desenvolvimento de funcionalidades para o monitoramento de frequência cardíaca e movimentos bruscos dos colaboradores Shell, visando a construção de um ambiente de trabalho mais seguro”, explica Paula. 

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