Raniery disse que apenas cumpriu a lei

Na delegacia, a Reportagem falou com exclusividade com o secretário de Meio Ambiente, de Piúma, Raniery Miranda que negou ter invadido residências, que em algumas vezes acionou a PM para fazer apreensões de aparelhos de som em algumas casas, disse que jamais abusou do poder.

Em relação a Carteira de Habilitação de Álvaro Belônia, o secretário salientou que não apreendeu e afirmou que o documento estava à disposição de Álvaro na Prefeitura há 20 dias, mas ele precisava assinar o auto de infração e um documento para fazer a devolução.

Confira a entrevista:

Jornal: Secretário, essa situação da mãe ter de vir a Delegacia para pedir o delegado para intervir, para ter a documentação do filho de volta, precisava disso?

Raniery – Não, Luciana, simplesmente era só a mãe ou o proprietário da CNH ter ido à Prefeitura e ter feito o procedimento correto, que é protocolar o pedido, nunca foi feito esse pedido.
Jornal:  Mas você reteu o documento baseado em que lei?
Raniery – A CNH não estava apreendida, estava lá na parte administrativa da secretaria de Meio Ambiente, porque no dia da apreensão do som, que foi feita pela PM em via pública, conduzida ao DPM, o sargento pegou o documento e me deu para eu fazer o auto de apreensão, como é de praxe. O cidadão não esperou, ele se evadiu do local e ficou lá o documento e a caixa, esperando que o proprietário fosse lá pegar, eu não posso entregar o documento a qualquer um, o proprietário nunca foi a Prefeitura, nem pediu formalmente a devolução.

 

Jornal: Mas o delegado falou que teve que ir até a prefeitura atrás de você porque você se negou a vir aqui?

 

Raniery – Não, eu não confirmo isso não. Você confirma isso com o delegado, eu não confirmo nada disso.

 

Jornal: Ele disse que você não iria devolver o documento…

 

Raniery – Você confirma isso com o delegado, eu não confirmo nada disso.

 

Jornal: Nós perguntamos ao prefeito, dias antes, se teria como fazer a devolução do documento, ele disse que seria com você, mas ele iria ver essa possibilidade. Eu o avisei que a mãe de Álvaro havia procurado o jornal e disse que ela ia à delegacia. Eu te pergunto: precisava disso chegar a delegacia?

 

Raniery – Não, não precisava, era só o cidadão ir a prefeitura e faz a solicitação da devolução do seu documento, o documento não estava apreendido, o documento estava extraviado porque o proprietário se evadiu do local. O que eu posso fazer?

 

Jornal: A mãe de Álvaro disse que no dia seguinte você entrou na casa da irmã dela sem mandado. Você sabe que existem vários BO’s que te acusam de abuso de autoridade?

 

Raniery – Bem, Luciana Maximo, sabe o que acontece, o fato é o seguinte, foi apreendido 110 equipamentos de som, o verão foi um sucesso, não teve nenhuma violência, eu estou sendo muito elogiado por todos…

 

Jornal: Não teve abuso de autoridade por sua parte?

Raniery – De minha parte não. E, quem acusa, cabe o ônus da prova. Eu fiz o meu trabalho, não tenho de me esconder de nada e tenho orgulho do trabalho que fiz. Agora, com certeza alguns vão ficar insatisfeitos.

 

Jornal: Mas você tinha mandado para entrar na casa da tia de Álvaro, no dia seguinte, por exemplo?

 

Raniery – Não, não preciso de mandado, ela tem que provar isso. Ela tem que provar.

 

Jornal: O filho da Cláudia disse que você estava inclusive armado e teria mostrado a arma para ele, isso é verdade?

 

Raniey – Po… Eu não conheço esses fatos não, Luciana, você quem está falando. Eu desconheço isso aí sinceramente.

 

Jornal: Eu tenho informações que dizem que nem o papa fazia você devolver a CBH do rapaz… É verdade?

 

Raniery – Esses fatos não são verídicos.  O que existe é que o documento estava no setor de administração há mais de 20 dias disponível para entrega, desde que o cidadão assine o termo de recebimento do documento. Eu não posso entregar um documento sem ele assinar que está recebendo, porque amanhã se esse documento extraviar eu posso responder por isso.

 

Jornal: Então não existiu abuso de poder da sua parte?

 

Raniery – Da minha parte não, se ela acha que teve, que ela prove. O documento estava disponível.

 

Jornal: Nas casas que você entrou você foi com a Polícia?

 

Raniery – Sim, nunca entrei sozinho em residência nenhuma, para entrar em residência só com mandado judicial, ou flagrante delito, as outras afirmações dela cabem ela provar. Tem fatos que são mentirosos.

 

Jornal: O que por exemplo?

 

Raniery – Ela falou que estava apreendido documento, nunca esteve apreendido. Ela tem que provar que ela foi requerer. Tem uma defesa para devolução do som, está no prazo para recurso do som. Pedido de devolução de documento não existe. Se tivesse pedido, já teria sido devolvido. Não foi pedido formalmente.

 

Jornal: Mas você não recebeu o delegado na Secretaria por que, quando ele foi lá te buscar?

 

Raniery- Não recebi? Não, eu não tive com ele não. Não tive nem ciência disso.

 

Jornal: Mas ele foi lá. Ele disse que ligou para você e você disse que não ia devolver.

 

Raniery: A questão não foi essa. Eu disse que só posso devolver após a assinatura, ou do cidadão, ou de uma autoridade policial ou jurídica. É o que foi feito. Ele assinou, comprovou que foi entregue e encerrou o assunto. Agora, precisou assinar, de boca não funciona, isso é administração pública.  Se tem esse hábito de se resolver em Piúma de boca, comigo não funciona. Comigo é papel.

 

Jornal: O que eu não entendi, é por que você voltou no prédio se não tinha som no apartamento dela.

 

Raniery – Você não entendeu. Isso aconteceu a 1h00, 1h30 ela evadiu-se do local, ponto, acabou um assunto, eu nem sabia que era a tia dele. As 14h00 do mesmo dia, eu tô passando pela Avenida Beira Mar, na saca do prédio, uma caixa grande, numa varanda em auto som. Eu entrego uns folhetos de informação e oriento. Fui orientar aos senhores que estavam na sacada para que baixassem o som para evitar esse transtorno e notificações. Não fomos atendidos. Nesse momento não teve outra atitude. Eu liguei para a polícia e pedi apoio. A PM chegou, a portaria do prédio estava aberta, e nós entramos, quando abriu a porta do apartamento para eu entregar o folheto e orientação, deparamos com essa pessoa… Ela falou, você de novo? Ela disse que iria pegar o som de volta sem pagar multa nenhuma, que tinha muito conhecimento político. Eu disse fique à vontade. Eu perguntei, tem som, ela disse, não tem, eu disse tá bom, senhora, e fui embora.

 

Jornal: Ela disse que você entrou e revirou tudo…

 

Raniery – Ela que prove então.

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *