Professor teria levado outros meninos ao apartamento dele oferecendo dinheiro, churrasco, bebidas, cigarro e sexo

 

Mãe de outro adolescente que teria sido assediado pelo professor preso em Piúma conta detalhes à Reportagem sobre como aconteceu com o filho dela

 

A Reportagem conversou no final da tarde de ontem com Maria – nome fictício, que tem um filho, hoje, com 16 anos que em 2013, o professor R, teria assediado na rua, através de MSN e mensagens no Facebook. Na época, o adolescente tinha com 14 anos. Segundo Maria, o menino foi diversas vezes assediado por R, que o prometia dinheiro para que ele levasse ao apartamento dele os colegas, em troca de bebidas, cigarro, churrasco, cigarro, filmes pornôs e até maconha.

Maria disse que em 2013 fez a denúncia a Secretaria de Educação de Itapemirim e solicitou que R não desse aula em uma escola de Itaipava, onde o filho dela estudava. Disse ainda que ligou para o delegado e informou o caso, mas a autoridade policial dissera que precisava de um flagrante para prender o professor. R assediava os garotos da rua, que jogavam bola em uma quadra próxima ao apartamento dele, segundo Maria. Ela lamenta muito que o filho logo que soubera que ela havia descoberto as mensagens no celular dele, apagou todas, ela acabou ficando sem provas para denunciar o professor na Polícia e temeu que o filho acabasse sendo exposto e posteriormente fosse vítima de bullying na escola. Confira a entrevista com Maria, que se sente aliviada com a prisão do professor e revoltada com o que ele fez com o filho dela.

Jornal: Maria você teve um filho de 14 anos que foi aliciado pelo professor que foi preso em Piúma na semana passada?

Maria: verdade! Eu mesma fiz a denúncia na época na Secretaria de Educação de Itapemirim, porque fiquei sabendo que ele ia dar aula na escola que meu filho estudava em Itaipava. Fui atendida na própria escola, na época pela secretária da secretária de Educação que era Viviane e ela disse que eles iam tomar as providências, só que, esse ano, quando eu voltei na escola ele estava lá dando aulas. Eu tenho dois meninos. Ele assediou o meu filho de 14 anos e ele não poderia vir assediar meu outro filho que estava lá?

Jornal: Como você chegou a ter certeza de que ele aliciava seu filho?

Maria: Porque eu vigio meu filho. Esperei ele chegar da rua e peguei o celular dele. Quando eu vi que ele estava dormindo peguei o aparelho. Nesse dia, eu esperei ele dormir e fui ver as mensagens. Li todas as mensagens de bate papo do face, quando eu cheguei nesse cara vi uma mensagem estranha. ‘Ah, eu te dou dinheiro, traga seus amigos aqui em casa que eu dou dinheiro para vocês’. Eu continuei lendo e li uma coisa horrível. ‘meu filho falava assim, mas eu não quero ir não e ele falava’: ‘ah, traga seus amigos que eu vou fazer um churrasco’. Meu filho disse: ‘vou mandar meu amigo ir aí’. Então ele disse, ‘mas eu não sei se ele tem a p… grande…’ quando eu li isso, eu fiquei louca, desesperada.

Jornal? O que fez, assim que leu as mensagens no celular do seu filho?

Maria: Eu liguei para ele e o xinguei. ‘Seu vagabundo, sem vergonha. Você é um professor! Você está dando em cima de uma criança. Se você quer dar esse r… seu, você procura homem de verdade que sabe o que quer da vida, e não criança que ainda não sabe nada da vida. Você é um homem velho, seu barrigudo, horroroso, seu ridículo’.

Mas ele chegou a oferecer dinheiro a seu filho?

Maria: Ele oferecia dinheiro. Meu filho falou que ele fazia churrasco, dava bebidas aos meninos. Meu filho começou a beber bebida alcoólica lá.

Jornal: Tinha maconha no meio?

Maria: Eu fiquei sabendo que ele oferecia drogas para os meninos. Ele colocava filmes pornôs. E não tinha essa de idade. Meu filho tinha 14, e o amigo dele tinha 12 na época.

Jornal: Você depois que viu as mensagens conversou com seu filho? Ele te contou detalhes?

Maria: Chamei meu filho para conversar. Graças a Deus meu filho não é de me esconder as coisas. Eu não queria jogar nada em cima dele, queria saber a verdade. Perguntei ao meu filho qual era o interesse dele, se ele gostava de homem ou de mulher. Eu também não sabia qual era a do meu filho, ele poderia estar gostando de homem e eu não estava sabendo. Eu falei com ele: ‘meu filho se você gosta de homem pode confiar em mim que eu sou sua mãe e antes de ser sua mãe, sou sua amiga’. Só que eu achava errado, meu filho tinha 14 anos, ele iria se relacionar com um homem de 30 e poucos anos? Se ele quisesse namorar homem, teria que namorar um homem da idade dele, eu falei com ele, meu filho até riu. E disse: ‘descunjuro mãe, eu não quero nada com esse homem não, ele que fica perturbando a gente, mandando mensagem convidando para irmos a casa dele. A gente joga bola no ginásio e ele mora lá perto, ele convida a gente e nós vamos mesmo. Ele dá tudo que a gente gosta, bebida, carne e fumar um cigarrinho escondido’! Meu filho falou para mim, entendeu?

 

Jornal: Você tem conhecimento de outros meninos que tenham frequentado a casa do professor?

Maria: Tenho…Tem uma avó que me contou que ele assediou o neto dela. Quando meu filho foi, não foi sozinho, foi até com filho de professora. Na época eu não falei nada porque eu acho que quem tem que vigiar seus filhos são as mães.

 

Jornal: Você o denunciou a polícia?

Maria: Eu liguei para o delegado para perguntar o que eu tinha que fazer. Ele me perguntou se eu tinha provas. Na verdade eu não o denunciei diretamente por causa do meu filho e por causa da mãe do professor, que é uma senhora de idade e eu fiquei morrendo de pena dela. Do pai dele eu não tive pena. O pai dele foi grosso e chegou até a falar para meu filho. “é rapaz, mas você sabia o que estava fazendo”. Mas meu filho era uma criança, tinha 14 anos, não sabia de nada. Se você der R$100.00 a ele, ele não vai querer não? Se alguém disser: leva esse embrulho ali para mim te dou R$100.00, qual criança que não vai?

 

Jornal: O delegado pediu uma prova?

Maria: É, ele disse: se você souber que os meninos estão indo lá, você liga para a polícia. Só que aí eu conversei com um amigo meu e ele era amigo do pai desse professor. E ele disse ao pai dele: ‘está acontecendo uma parada errada com seu filho. Então, ele foi me procurar. Eu também não fiz a denúncia porque meu filho ia ficar exposto, tive medo que ele sofresse bullying na escola.

 

Jornal: Então o seu filho foi assediado na rua?

Maria: Na rua, por telefone e pelo facebook.

Jornal: Então você teve medo que isso fosse ocorrer dentro da escola e foi lá denunciá-lo?

Maria: Sim. Eu fiquei sabendo que ele ia dar aula na escola que meu filho estudava. E esse ano ele estava lá dando aulas. Quando eu vi, eu gritei na portaria. ‘Esse homem está dando aula para meu filho? Se eu souber que ele está dando aulas para meu filho, o negócio não vai ficar bonito não. Não era nem para ele estar aqui dentro, eu fiz denúncia dele. O que ele está fazendo aqui dando aula? Para mim quem é aliciador de menor e pedófilo, sempre será.

 

Jornal: Você tem conhecimento que outros pais sabiam que os filhos frequentavam a casa dele?

Maria: Eu acho que não, mas eu tenho conhecimento de uma avó que falou para mim, ‘ele também assediou meu neto’.

 

Jornal: Para você o garoto que foi a PM e disse que foi abusado por ele e recebeu R$20.00 não é mentira?

Maria: Não, não é mentira. Mentira nada, ele deu ao meu filho e para o amigo dele.

 

Jornal: Então ele tem de ser punido por esses crimes?

Maria: Pagar? Do fundo do meu coração. Quando as pessoas dizem assim, tem que matar estuprador, aliciador… Eu já tenho problemas com meu filho desde novinho, que faz tratamento, frequenta psicólogo, meu filho não foi criado com o pai, tem criança que não liga de não ter sido criado com o pai, mas o meu não. O meu sofreu com isso. Eu acho que esse homem aproveitou dessa carência dele. Ele é um menino carente de pai. Eu acho que essa carência fez com que ele deixasse esse homem se aproveitar dele, da inocência. Ele é um criminoso, um safado, que se aproveita da inocência de uma criança, de um adolescente. É um risco ele está dentro de uma escola. Ele alicia. Ele vai induzindo, era o que ele fazia com os meninos. Ele induzia colocando filme pornográfico para as crianças ficarem excitados. Dava dinheiro, cigarro e bebidas.

 

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