Prefeito afastado em Itapemirim aciona a Justiça para se manter no cargo

Depois de fechar o prédio da prefeitura, participar de eventos oficiais e afirmar que continua à frente do Executivo municipal, na última sexta-feira (24), o prefeito interino de Itapemirim, Thiago Peçanha Lopes (PSDB), acionou a Justiça com um mandado de segurança, para anular o decreto da Câmara de Vereadores que o afastou do cargo.

Em contrapartida, os vereadores se articulam para que o presidente da Câmara, Mariel Delfino Amaro (PCdoB), assuma na próxima segunda-feira (27) as funções, como substituto legal do prefeito afastado. No mesmo dia também tomará posse o novo presidente da Casa, vereador Joceir Cabral de Melo (PP).

Mariel Delfino Amaro foi empossado na última sexta-feira e anunciou que entrará com um com recurso na Justiça, a fim de manter a decisão que afastou o prefeito por 60 dias, prazo estabelecido para a conclusão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias de atos ilícitos do prefeito. A manifestação da Justiça é esperada para a próxima segunda-feira.

“Não tem como a CPI prosseguir com o Thiago Peçanha no cargo”, afirmou o vereador Leonardo Fraga (DEM), apontando uma série de irregularidades do prefeito, inclusive assédio a servidores e também a vereadores, prometendo cargos e outras vantagens, que poderiam provocar empecilhos às investigações.

Leonardo Fraga destacou que supostas fraudes cometidas pelo prefeito interino estão relacionados ao repasse de verbas para o Consórcio Intermunicipal de Saúde CIM/Expandia Sul. “Os valores são muito altos e os serviços prestados à população não cobrem a demanda”, diz.

Somente no final do ano passado, segundo o vereador, o município repassou a quantia de R$ 1,2 milhão para pagamento de exames. Um valor muito acima do volume de serviços prestados à população.

O Consórcio Intermunicipal de Saúde CIM/Expandia Sul.é responsável pela gestão na área de saúde de sete municípios no sul do Estado e alvo de investigações por parte do Ministério Público e câmaras municipais, entre elas a de Piúma, município vizinho a Itapemirim. Além de Itapemirim e Piúma, o consórcio atende aos municípios de Anchieta, Alfredo Chaves, Iconha, Rio Novo do Sul e Marataízes.

O prefeito afastado era vice do prefeito eleito pelo Pros, Luciano Paiva, que perdeu o mandato em fevereiro deste ano, por envolvimento em casos de corrupção. Paiva já estava afastado do cargo desde abril de 2017.

Luciano Paiva, o Dr. Luciano, foi condenado pelo Tribunal de Justiça a nove anos e um mês de prisão, mas poderá recorrer em liberdade. Ele foi condenado por ilícitos cometidos na contratação de sete shows artísticos e também em um contrato de publicidade firmados pela prefeitura. Somados, os contratos chegam a mais de R$ 1 milhão.

A abertura da CPI para investigar o atual prefeito foi aprovada pelos vereadores Mariel Delfino e Rogério Costa, do PCdoB; Leonardo Fraga (DEM); Joecir Cabral (PP); João Bechara (PV); e Fábio Santos (PSL).

 

Foto: O JORNAL

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *