OPINIÃO: “O Infarto Agudo do Miocárdio pode levar a pessoa à óbito.”

Dr. Glauco Dahan de Almeida é formado em Biologia/ Fisioterapia e Medicina – Pós-graduado em Medicina Urgência e Emergência e UTI, Mestre em Saúde Pública / USP

foto: https://blog.drconsulta.com/

O infarto ocorre quando existe uma obstrução de uma das artérias coronárias que leva o sangue e os nutrientes para o coração.

A fisiopatologia para a formação dessa obstrução é através de uma placa com o nome de ateroma que é basicamente gordura no interior das artérias. Essa obstrução, pode chegar em um grau considerado crítico e corre o risco de se romper naturalmente modificando a circulação e a coagulação local, formando um coágulo que pode vir a ocluir a Artéria Coronária e assim reduzir a circulação sanguínea local.

Devido a esses bloqueios nas Artérias Coronárias, o fluxo de sangue deixa de circular, ficando bloqueado por um determinado tempo, desta forma o músculo cardíaco tende a ficar sem oxigênio e as células cardíacas começam a morrer.

Conforme a duração do infarto e da importância da artéria que tenha sido comprometida, a falta de oxigênio no órgão pode vir a implicar em seu funcionamento ou fazer com que ele pare de funcionar.

O sintoma mais comum do Infarto Agudo do Miocárdio é a forte dor no peito, que geralmente aparece de maneira inesperada, onde pode se assemelhar a um aperto.

Ocorre também desse “aperto” ser acompanhado de uma dor forte que se espalha para o braço esquerdo ou em alguns casos para o queixo, junto com um mal estar, que possa ter os demais sintomas: transpiração fora do normal ou tontura repentina, náusea, dor no estômago e nesses casos é necessário que a pessoa seja avaliada por um médico.

Contudo, o infarto é capaz de acontecer sem a aparição de uma dor forte, ou com uma dor que possa ser sentida fora da região torácica.

Existem pessoas cuja sensibilidade a dor seja menor e desta forma acabam não sentindo nada, é chamado de Infarto Silencioso, podendo ser um dos que possuem o diagnóstico mais complicado de se fazer.

O paciente mais conhecido que sofre com esse tipo de infarto é o diabético, que pode manifestar alguns quadros de infarto que não estão no padrão comum e em alguns casos a dor chega a ser inexistente, porém esses quadros acontecem em menor escala.

Alguns pacientes acabam confundindo o infarto com uma outras doenças, que podem ser dores entre as costelas, dor na coluna, cansaço entre outras enfermidades. O que pode ser considerado perigoso, pois desta forma o paciente ignora a ocorrência do infarto, fazendo com que o mesmo dure um tempo além do que deveria, podendo trazer consequências para a pessoa. Por isso, o mais indicado é que toda vez que acontecer algum desconforto, que não seja rotineiro e que possa ser uma suspeita de infarto, a pessoa deve-se encaminhar para um serviço de atendimento de emergência.

E para que se tenha um diagnóstico certo os exames são importantes (ECG E ENZIMAS CARDÍACAS), pois assim é mais propício que o paciente tenha um diagnóstico precoce aumentando de forma substancial a possibilidade de reverter o quadro de um infarto.

Para as pessoas que sofreram um infarto, o tratamento mais adequado é a restauração da circulação na artéria coronária que foi atingida.

Se o paciente possui uma obstrução coronariana e o atendimento adequado ocorre nos primeiros 90 minutos, feita por uma técnica de restauração da artéria com implante de um stent o prognóstico pode ser muito bom.

No entanto se esse procedimento não ocorrer dentro desse período, o tratamento pode não ter uma eficiência de 100%.

Em todo o mundo, com base na OMS, estima-se que mais de 17 milhões de pessoas vão a óbito por ano devido a doenças cardiovasculares, os dados ainda mostram que esses problemas retratam a maior causa de óbitos no Brasil, em torno de mais de 350 mil casos anuais.

TABAGISMO

O tabagismo, o sedentarismo, e a alimentação de produtos não saudáveis que possuem um alto índice de gordura e colesterol, auxiliam na obstrução das artérias coronárias, que por fim é um cenário digamos perfeito para que venha a ocorrer um infarto ou até mesmo um derrame.

Alguns levantamentos feitos pelo Instituto HCR confirmam que as mulheres encontram-se mais expostas ao risco de infarto, com um aumento significativo a cada ano, isso devido ao fato que aproximadamente 41% indicam um aumento na cintura abdominal, mais de 19% são fumantes, 17% são ex-fumantes, 22% possuem níveis de pressão arterial acima do recomendado e mais de 20% tem alterações nos níveis de colesterol, além disso o fato de estarem cada dia mais dentro do mercado de trabalho e acumulando estresse do dia a dia com os demais problemas que possam surgir, como por exemplo brigas familiares, afazeres em casa, financeiro e etc desta forma comprometendo ainda mais a sua qualidade de vida.

Covid

O fato de estarmos vivendo uma pandemia de um vírus desconhecido que pode vim a causar problemas de saúde a longo prazo fez com que os órgãos competentes desenvolvessem uma pesquisa a respeito de como o covid-19 pode vir a causar problemas no funcionamento do coração.

Alguns estudos com pacientes que tiveram uma recuperação recente da infecção do covid-19 mostrou que mais de 75% tiveram um comprometimento cardíaco e 60% tiveram um inchaço sugestivo de inflamação do miocárdio, contudo o número de pessoas que vieram a falecer por conta de problemas cardíacos após ter o covid-19 no Espírito Santo é baixo.

Porém muitos tiveram sintomas como palpitações, dor no peito, vertigens e insuficiência respiratória.

Cuidados

No geral os cuidados que podem fazer você ter uma garantia melhor a saúde e o seu bem-estar é que seja fundamental fazer avaliações médicas periodicamente para que assim consiga detectar algum fator de risco cardiovascular como por exemplo a pressão alta ou as alterações do colesterol, além de evitar o cigarro.

Manter um controle da alimentação é essencial, fazendo um aumento de consumo de verduras, legumes, frutas e comidas saudáveis em geral, pois isso faz com que tenha uma melhora na saúde e também ajuda a controlar o peso.

Tendo hábitos saudáveis em casa faz com que os filhos desenvolvam bons hábitos alimentares em casa e assim dificultando a probabilidade de eles terem problemas de saúde no futuro!

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