OPINIÃO: Marcos não era qualquer um, era Marquinhos da Cooperativa, de Maria Helena e de “Gustim”

Quem vai matar não deixa testemunhas, só os inexperientes, não uma associação criminosa detentora de um depósito só para guardar produtos de roubo

Ontem após emitir a minha opinião sobre o caso Marcos Augusto Costalonga, o vereador que foi assassinado a tiros em Presidente Kennedy, no dia 27 de maio, recebi um comentário de um leitor assíduo do jornal e delegado que me fez ver por outro ângulo a cena do crime. E rever uma opinião é sempre bom, mostra capacidade de articulação de novas ideias.

Pensem comigo: Marcos, ou Marquinhos era mesmo muito querido na cidade. Reservado e de poucas palavras. Estava fazendo um trabalho bacana na Câmara. No balcão do seu comércio era íntimo de todos os fregueses. Lembro neste instante do dia que fui perguntar sobre que remédio dar as galinhas de minha mãe que estavam morrendo todas. E ele logo disse: eu vou lá ver estas galinhas.

O delegado Thiago Viana nos confidenciou no dia da coletiva que não havia nada contra a conduta de Marcos em Kennedy. Levantaram tudo, até quem pudesse ser inimigo dele.  Tudo que o delegado ouviu foram só elogios, não havia um só motivo que pudesse levar uma pessoa querer matálo.

Por tudo que foi apurado, tudo indica os assassinos realmente queriam rouba-lo. Agora que parei para refletir direitinho no rastro dos tiros no veículo e tem nexo na observação de quem mais entende de crime, o delegado nosso leitor/seguidor, que também participa da investigação.

Os bandidos presos em Cachoeiro e Castelo são acusados de assassinatos e são ladrões perigosíssimos, segundo a investigação e, com outros crimes de roubos e mortes também violentas. Fazem parte de um covil de ladrões. Estão acostumados a roubar. Nasceram para cometer crimes. Não aceitam de forma nenhuma fuga de vítimas.  “Quem quer matar alguém não dispara a ermo na carroceria de uma caminhonete”, cometou nossa opinião.

E esta afirmação tem coerência, a maioria dos casos já acompanhados por esta jornalista ao longo destes 20 anos de jornalismo, os assassinatos com mandantes são planejados e ocorrem em lugares onde a vítima certamente será pega de surpresa e sozinha, sem testemunha de preferência. Lembram do caso Parajara? Ou, do técnico de enfermagem assassinado no bairro Nova Anchieta, no dia 17 de janeiro deste ano? O assassino esperou a vítima colocar o carro na garagem da casa. O que deu errado é que a vítima tinha tido um relacionamento com uma mulher casada. A prova cabal não apareceu, mas o mandante a polícia já sabe quem é.    

O tiro que atingiu Marquinhos entrou pelo banco do motorista e varou lateralmente o corpo dele.  A linha dos disparos no carro deixa uma marca seguida de disparos, quando a Hilux acelera as balas vão subindo e só uma entrou dentro do veículo.  Ou seja:  quem quer matar espera o local certo, a chegada em casa, nunca em um veículo em movimento.  Essa é a máxima.  Os suspeitos são especialistas em roubo, matar para eles era apenas um mal necessário da vítima.  Uma única bala o matou.  Será que, se eles fossem para matar deixariam testemunhas vivas?  Chega ou quer mais? Perguntou o delegado leitor do jornal após receber o link com a nossa opinião.

Estamos aguardando mais detalhes dos criminosos presos. Até então eles negam tudo. Pelo que tudo indica, são três os assassinos de Marquinhos, e estes são do mesmo covil. A polícia segue trabalhando, o que dificulta é não encontrar provas, como por exemplo, a arma do crime e o carro eles queimaram.

A pergunta que fica, os que foram presos estavam com armas? E, as escutas telefônicas, qual o teor das conversas?

Na visão do nosso leitor delegado, os assassinos não o mataram por encomenda, talvez, por ódio ou vingança. Vai fugir? É certo que depois do carro caído na pirambeira eles não foram conferir se Marcos estava morto ou vivo e talvez, nem sabiam que haviam outras pessoas no mesmo carro e nem que a vítima era tão especial.

A nossa angústia é a demora para a elucidação deste crime. Nós já sabemos que ele deixou uma memória na nossa memória. Homem trabalhador, honesto e honrado. A nossa angústia é lembrar da mãe que todos os dias chora e pergunta; “por que meu filho? Marquinhos era tão bom pra mim. Meu filho! Mataram meu filho”!  

Os assassinos talvez não admitiram tomar um olé de uma Hilux e apertaram o gatilho, já que não seria deles, não seria de mais ninguém. Um bandido que entra para a bandidagem sabe que um dia é da caça outro do caçador. Ou seja, é ganhar ou perder, tanto faz.

Marcos não estava investigando nenhuma milícia, é certo que Kennedy tem sempre umas coisas podres escondidas embaixo do tapete e que mais dias ou menos dias o Gaeco e a Federal acabam baixando lá e levando pelo menos meia dúzia no camburão, mas ele estava no quinto mês de vereador. Fiz uma vasculha nos requerimentos dele e nos pedidos de informação, não vi nada demais.

Podem ter queimado o carro porque logo depois do crime, as notícias tomaram todos os portais e os assassinos então descobriram que a vítima não era qualquer um, era Marcos Augusto Costalonga, o Marquinhos da Cooperativa, o Marquinhos de Maria Helena e de “Gustim”!

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