OPINIAO: Julho Verde Amarelo

Bacharel em Direito, Licenciado em Letras – UFMG, acadêmico em Biomedicina – Estácio de Sá e Diretor administrativo do Laboratório Bioclínico: estreia neste domingo, 13, o colunista Dr. Bruno Silvino –

Não! O texto não é sobre o Brasil, apesar da sugestividade do título e também por ser talvez o paciente mais claudicante da atualidade. Insatisfações à parte, no mês de julho tem duas campanhas de conscientização acontecendo. O “Julho Verde” que trata da Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço e “Julho Amarelo” que trata da Conscientização e Combate às Hepatites Virais.

Sim! Causa certa estranheza um mês dedicado ao câncer de Cabeça e Pescoço porque esse não é especificamente uma única doença. O termo serve para designar os tumores malignos que podem aparecer em todas as estruturas localizadas superiormente ao nível das clavículas. Isso inclui, portanto, o câncer de vários subsítios anatômicos, tais como: boca, faringe, laringe, tireoide, ossos da face, pele da face, do pescoço e do couro cabeludo, dentre outros. A complexidade anatômica nessas regiões é imensa e, por essa razão, optou-se por criar uma especialidade dedicada somente ao tratamento cirúrgico do câncer que aparece nesses locais – a Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Em muitos casos, conseguimos prevenir a doença, simplesmente evitando a exposição aos fatores de risco, que no caso do câncer de Cabeça e Pescoço são principalmente: o excesso de exposição à luz solar, cigarro, álcool e o vírus HPV.

O Julho Amarelo é sobre uma doença só, mas aparece no plural porque provocadas por diversos agentes etiológicos conhecidos como vírus: A (HAV), B (HBV), C (HCV), D (HDV) e E (HEV) e são um grande problema de saúde pública, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, destacando os tipos B e C, que podem evoluir e se tornarem crônicos, causando graves problemas no fígado, como cirrose e câncer. O tipo C é hoje o maior causador de óbitos por hepatites no país. Nem sempre a doença apresenta sintomas, mas quando aparecem, estes se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

A transmissão das hepatites ocorre por via sanguínea, através de relações sexuais desprotegidas ou compartilhamento de seringas e objetos cortantes, e de mãe para filho, durante a gravidez. Vale ressaltar que existem vacinas e que para todos os tipos de hepatites virais, o Sistema Único de Saúde (SUS), oferece o diagnóstico, através dos testes rápidos e/ou sorologias.

A lição mais importante que se tira das campanhas de conscientização é que vale a pena conscientizar e cuidar antes que seja muito tarde para se tratar. O mesmo vale para o Brasil. Vamos ajudar a cuidar?

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