O caos no paraíso

Em pleno verão, explode uma das mais graves crises na segurança na história do Espírito Santo! A população reclusa em suas casas, com os filhos sem escola e sem poder utilizar os serviços essenciais, como atendimento em postos de saúde e acesso ao comércio, que está sendo destruído e saqueado pelo crime que tomou conta das ruas.  Na contabilidade do caos, somamos 87 mortes em cinco dias de violência que assola as ruas em todos os municípios. A Força Nacional e o Exército tentam, a todo custo tomar o controle das ruas. A Polícia Civil parou na manhã desta quarta-feira (8) e há rumores de que as famílias dos profissionais de saúde vão paralisar por medo de se expor à onda de crimes que tomou os espaços. O crime no Espírito Santo se revelou muito maior e mais audacioso do que imaginávamos.  A situação é de calamidade e o caos está instalado!

Do lado de cá, vemos a Polícia Militar que pede atenção à situação precária na qual trabalha. Sem equipamentos de segurança suficientes e sem melhorias salariais. Não existem coletes suficientes e as armas estão velhas e ineficientes, por falta de manutenção.  Porém, o Governo do Estado se recusa terminantemente a dialogar e alega que não tem recursos para atender de imediato às reivindicações.  A população está dividida entre o medo que bate à porta e o apoio aos policiais.

Diante desse cenário, o Espírito Santo Notícias, como promotor do pensamento coletivo, sempre se posicionará a favor da conversa franca como ferramenta fundamental em momentos de crise.  É necessário que ambos os lados entendam que a situação é muito séria e que todos os envolvidos precisam ceder e colaborar em alguma parte, para que o caminho da ordem seja redescoberto e a segurança retorne aos nossos cidadãos, que pagam seus impostos e estão a mercê da violência!

O brilhante cronista Merval Pereira, cirurgicamente, descreveu como o caos que ora se instalou foi silenciosamente gestado nas perigosas entranhas que são o jogo do poder. “Um governo bem sucedido, após um governo desastroso fez com que o atual governador do Espírito Santo na sua primeira eleição ganhasse uma grande credibilidade com a população capixaba, no entanto, a política pública de segurança nunca foi o forte de Paulo Hartung. Ainda no primeiro ciclo de governo foi denunciado na ONU pelo caos nos presídios capixabas, sem esquecer que em 2012 foi o ano mais sangrento da história do Espírito Santo, tudo isso foi minimizado pelo governo de reconstrução pós catástrofe administrativa protagonizada pelo então governador José Ignácio Ferreira. Os resultados do primeiro governo foram excelentes no marketing, mas nas políticas sociais qualquer um pode verificar que não passou de mediano”.

Na sociedade do espetáculo, podemos observar a falta de pensamento crítico nas redes sociais, onde a divergência de opiniões deu lugar a incitações de raiva e insurgências contra grupos pró e contra policiais. É raro vermos incitações de paz e segurança, de solidariedade e de ajuda mútua nesse momento de crise. É o ser humano na sua mais pura e transparente essência!

De qualquer forma, como toda guerra nos deixa uma lição, nessa, fica o aprendizado para o governante que gosta de ser conhecido como Imperador: quando o discurso toma distância da realidade, cresce nos que conhecem a realidade uma indignação inimaginável.

 

 

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1 comentário

  • A presidente da Associacao de Moradores do bairro Paraiso, em Resende, Elizabete de Oliveira Cardoso, resolveu usar as redes sociais para desabafar e chegar ate o prefeito de Resende, Diogo Balieiro Diniz. Betinha, como e conhecida no bairro, fala que foi eleitora de Balieiro Diniz e reclama, especialmente, da saude.

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