Ideias que fazem a diferença para o meio ambiente

É inconcebível viver no mundo atual sem se preocupar com o consumo desenfreado. Muitas vezes não nos damos conta, mas para atender a demanda da produção e do consumo é necessário retirar matérias primas da natureza, fabricar e transportar materiais, além de fazer grande uso de energia elétrica e de água. Tudo isso, em maior ou menor escala, agrava a crise ambiental na qual vivemos.

Em meio a esse cenário, ideias úteis e sustentáveis trazem otimismo e mostram que é possível consumir de maneira responsável. Quero destacar três iniciativas bem ousadas que me chamaram a atenção.

O primeiro exemplo vem do Quênia. A jovem Nzambi Matee, moradora de Nairóbi, criou uma empresa que produz tijolos sustentáveis de baixo custo com resíduos plásticos reciclados. Por sua iniciativa de lidar com o problema do lixo na capital queniana, Nzambi recebeu um prêmio da ONU. A sua empresa consegue produzir 1.500 tijolos para pavimentação por dia. Em entrevistas à imprensa, Nzambi disse que sonha em motivar outros jovens a fazer coisas semelhantes em diferentes lugares. Que ela tenha sucesso nesta missão!

E no Brasil, destaco duas iniciativas maravilhosas, ambas da região Nordeste. Antônio Robson do Carmo, Rafael França e Kaic Gomes, alunos do 9º ano da escola pública Cosme Rodrigues de Sousa, no município de Carnaubal, no interior do Ceará, desenvolveram um canudo ecológico e sustentável a partir da cana-de-açúcar. O utensílio é feito da parte inútil da cana, descartada dos engenhos. “Quando nosso canudo se decompõe, já fica no solo para adubar”, afirma o Kaic, um dos inventores.

A segunda iniciativa do Nordeste é a criação de uma máscara de proteção contra a Covid-19, sustentável e biodegradável. O projeto foi desenvolvido pela estudante Lara Bianca Vieira Dias, de 13 anos, da cidade Antônio Martins, no Rio Grande do Norte. Aluna do 9º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal José Inácio de Carvalho, Lara conta que criou a máscara utilizando a fibra caulinar do coqueiro, que geralmente é descartada após a safra, e a resina do cajueiro. Pela ideia, a jovem cientista ganhou vários prêmios.

Lara percebeu que famílias de baixa renda, principalmente no interior do estado, não tinham acesso fácil às máscaras e, por isso, estariam mais expostas ao coronavírus. Muito consciente, pensou em criar uma máscara que pudesse ser feita por qualquer pessoa, com coisas fáceis de encontrar nos quintais das casas. Um dos desejos da menina é conseguir apoio para produzir as máscaras ecológicas e distribuí-las à população carente.

Espero que essas três iniciativas inspirem muitos e muitos jovens pelo mundo afora!

Por Isa Colli, jornalista e escritora @isacolli_oficial 

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