Exposição “Cor da pele” revela talento de Lucas Carvalho

 “A fotografia é escrever com a luz. Desenhar e mexer com a luz, se você não manipula luz, não cria luz nenhuma específica e não pensa luz. você não tem fotografia, você tem um registro. Cada luz te gera um significado diferente”

 

Ele é meio estranho, na dele! Ele é diferente, ogro, esquisito… São esses adjetivos que muitos preferem adjetivar o fotógrafo Lucas Carvalho, de Piúma. Mas, Lucas, na verdade, é um jovem muito criativo, de sensibilidade única, olhar dócil e um jeito muito especial de ser. Ele escolheu a fotografia por amar brincar com a luz. Não pensou em dinheiro e nem pensa, não passa cartão de visita e nem pega ninguém pelo braço para fazer um trabalho.

 

Não se importa com os rótulos, está muito além de apelidos, adjetivos ou comparações medianas. Como todos os jovens no ensino médio, precisava decidir o que fazer. “Surgiu meio que por acaso. No terceiro ano precisava decidir o que iria fazer da minha vida. Eu vivia fazendo fotos para os outros, só que eu queria ser designer e não tinha por aqui faculdade. Um amigo me sugeriu fazer publicidade e propaganda e no meio da procura por faculdade, acabei encontrando a de fotografia. Eu não pensei em mercado de trabalho, a fotografia é algo que me dá prazer. Tinha costume de sair de casa de madrugada para fazer fotos e inventar foto; sempre tive muito isso. Entrei na faculdade e acabou deslanchando tudo”, contou.

 

Diferenças e defeitos

“Eu sinto que eu tenho um mundo diferente. No meio do curso da faculdade, não tinha tempo de fazer nada, eu tinha o Toby, meu cachorro, eu saia de madrugada com ele, ia para a Ilha e ficava até dez horas viajando; eu me sentia de verdade no mundo de Terabítia”.

Monet chamava de “enveloppe”- o “envelope” atmosférico de luz, que inunda todas as cenas.
A mim, parece que o fotógrafo soube abrir o mesmo envelope citado por Monet, cobrindo-se de toda a luz que veio de dentro dele. O interesse do fotógrafo pela pura experimentação, o levou a se transformar nas próprias cores e luzes, produzindo uma série de imagens em que o espectador se quer sente falta do branco.
Na escuridão, todas as vergonhas tornam-se obsoletas, podemos fazer e sermos o que quisermos. Na escuridão criada pelo fotógrafo, as cores tomaram a forma que desejaram, usaram o corpo ali disposto a recebe-las, elas pintaram sobre a pele um imenso lago de Nymphéas.

“O pior defeito do fotógrafo é carregar dois pesos: um do equipamento e outro do ego. Eu não tenho disso. Eu pego gente para ensinar as coisas, o que eu quero é que a fotografia evolua, todos juntos, não sou eu sozinho”.

 

Lucas gosta de criar coisas novas, não faz fotografia apenas para registrar momentos, por isso não curte fotos jornalísticas, muito menos policiais. “O meu prazer vem de criar algo novo, não de registrar algo que já existe. Eu gosto de projetar o meu olhar no mundo. Desde pequeno sempre tive essa coisa do mundo real e outro mundo que tem na minha cabeça, eu vejo coisa onde não tem. Eu fiz um projeto autoral onde eu fotografava prédio que para mim parecia rostos, acabei expondo isso na faculdade. Tem muito do meu próprio mundo sobrepondo o mundo real”.

Monet chamava de “enveloppe”- o “envelope” atmosférico de luz, que inunda todas as cenas.
A mim, parece que o fotógrafo soube abrir o mesmo envelope citado por Monet, cobrindo-se de toda a luz que veio de dentro dele. O interesse do fotógrafo pela pura experimentação, o levou a se transformar nas próprias cores e luzes, produzindo uma série de imagens em que o espectador se quer sente falta do branco.
Na escuridão, todas as vergonhas tornam-se obsoletas, podemos fazer e sermos o que quisermos. Na escuridão criada pelo fotógrafo, as cores tomaram a forma que desejaram, usaram o corpo ali disposto a recebe-las, elas pintaram sobre a pele um imenso lago de Nymphéas.

Hoje é formado em fotografia pela Universidade de Vila Velha. Lucas é portador de um vasto conhecimento técnico sobre fotografia que, somado a sua criatividade, personalidade e sua visão de mundo fora do comum o permite executar e criar trabalhos diferenciados e únicos. “Trabalho como fotógrafo; tanto com fotografia social, de eventos ou fotos publicitárias de produtos, fazendo campanha e fazendo trabalho autoral”.

 

Para ele, a fotografia está ligada a arte, mas não é arte. “Fotografia é fotografia. Você pode tirar sim várias coisas da arte, tem muita referência, mas não é arte, é uma coisa por si só. Um fotógrafo não depende apenas de uma câmera, depende da luz que cria e projeta.

 

 

A exposição

 

Lucas possui trabalhos autorais expostos no blog do Ateliê da Fotografia, que podem ser vistos através dos sites Caminho das Conchas e Exalta Natureza.  Nesse momento, ele acaba de fazer um trabalho muito bacana, que chamou de Cor da Pele.

“Sempre tive vontade de fazer umas fotos com luz neon. Eu estava procurando tinta e certo dia achei a tinta. Pensei: Vou me pintar e fazer as fotos. Comprei as cores e na hora que eu estava indo para o banheiro achei uma escova de cabelo, pensei que seria interessante ao invés de me pintar, respingar a tinta em mim com a escova de cabelo. Eu misturei algumas cores que interagiram e acabou ficando um projeto interessante. Depois uma amiga minha da faculdade falou que o projeto parecia com um artista que vimos durante o curso, Monet e surgiu, naturalmente, como qualquer trabalho autoral, não tem um estudo por trás antes, simplesmente vem de alguma referência que já tive na minha vida em algum momento”, frisou.

 

No release da exposição que deverá fazer parte do cast de uma galeria em Vitória, a amiga de Lucas descreve o trabalho. “Monet chamava de “enveloppe”– o “envelope” atmosférico de luz, que inunda todas as cenas. “A mim, parece que o fotógrafo soube abrir o mesmo envelope citado por Monet, cobrindo-se de toda a luz que veio de dentro dele”. O interesse do fotógrafo pela pura experimentação o levou a se transformar nas próprias cores e luzes, produzindo uma série de imagens em que o espectador sequer sente falta do branco. Na escuridão, todas as vergonhas tornam-se obsoletas, podemos fazer e sermos o que quisermos. Na escuridão criada pelo fotógrafo, as cores tomaram a forma que desejaram, usaram o corpo ali disposto a recebê-las, elas pintaram sobre a pele um imenso lago de Nymphéas”.

 

 

Luz

 

Lucas ministrou aulas de Iluminação Básica no curso de vídeo promovido pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) Campus Piúma, onde passou um pouco de conhecimento sobre a luz para os alunos, como pode ser visto nessa matéria. Em 2016 participou de uma produção para a empresa AmBev onde fotografou o ator global Marcos Caruso.

Para contratar o fotógrafo, o interessando deve acessar o site http://www.lucascarvalhoc.com e olhe o portfólio. “Gosto que me contratem por conta das minhas fotos e não porque precisam de um fotógrafo”.

 

 

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