CUIDADO COM O GOLPE: anúncios de compra e venda batem recordes nas delegacias

O seu dinheiro poderá parar na conta de um estelionatário e você não terá o bem que deseja, conheça os golpes virtuais mais aplicados em Piúma e região

Está cada vez mais presente nas nossas vidas, a conexão. Está praticamente impossível viver longe da internet, “uma faca de dois gumes”. Com ela conseguimos de forma muito mais ágil e fácil realizar transações financeiras, fazer compras, ir atrás de uma renda extra, além de muitas outras tarefas. O mundo online, porém, como em qualquer outro ambiente, é propício para criminosos que se aproveitam da nossa distração, ou falta de conhecimento, para cometer delitos. A boa notícia é que com algumas atitudes simples conseguimos reduzir muito a possibilidade de cairmos em golpes.

A Reportagem foi à Delegacia da Polícia Civil – PC, em Piúma, buscar informações sobre os golpes mais frequentes aplicados na cidade. Uma vez que, diariamente, na sede, registros vêm sendo feitos para que a Polícia investigue as práticas delituosas. É muito 171 solto aplicando golpes a todo instante. A maioria usa a internet para se aproximar das suas vítimas.

A Delegacia de Piúma registrou, nos últimos dias, três golpes virtuais com mais frequência. A reportagem não traz números, mas detalha como eles ocorrem. Vamos solicitar à Polícia os dados do ano passado, do primeiro semestre, e vamos estabelecer com os dados deste ano, no próximo mês.

A reportagem conversou com uma agente da Polícia Civil e explica como os estelionatários agem ludibriando as suas vítimas.  

O golpe do boleto falso

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Dois deles se dão por uma pessoa que entra em contato com a vítima, através de um número de WhatsApp e, começa a ludibriar essa vítima e começa a pedir alguns dados, se passando por exemplo por uma pessoa do banco, e dizendo o site do banco está fora do ar e que ela está entrando em contato com essa pessoa para solicitar os dados dela, e que está precisando desses dados para emitir um boleto ‘falso’ para pagamento. Então, a vítima ludibriada repassa esses dados e a pessoa emite um boleto falso, fala: tá aqui o boleto para o pagamento deste mês, a vítima paga este boleto falso. O boleto pode ser de qualquer natureza, desde que seja uma prestação mensal, porque de alguma forma os golpistas conseguem o cadastro dentro das empresas de pagamento, e a vítima continua devendo.

Chama a atenção da Polícia Civil que, a maioria das pessoas possui contrato com empresas jurídicas e fazem pagamentos via boleto mensal. De alguma forma, os golpistas, através de uma organização criminosa, ou retiram da pessoa jurídica de alguma forma, ou alguma pessoa que está dentro da pessoa jurídica e passa as informações para o golpista (informações dos devedores da pessoa jurídica). A partir de então o golpista começa a ocorrer.

A PC explica que, tendo os dados das vítimas, o golpista entra em contato com elas, que devem a pessoa jurídica, solicitam os dados, e emite o boleto falso que acaba sendo pago pelas vítimas e o dinheiro entra na conta do golpista. E, a vítima continua devendo, porque tempos depois ela acaba notificada pela pessoa jurídica de que ela não pagou aquela conta/ boleto.

Dica

Para não cair no golpe do boleto falso, a Polícia pede que de forma nenhuma o cidadão passe dados dele pelo WhatsApp para uma suposta empresa que solicitar. É preciso confirmar no site da empresa e ficar atento porque os golpistas não dormem, e estão prontos o tempo todo para agir. 

Empréstimo

Quem tem empréstimos em banco, ou pagam prestações sucessivas a financeiras, empresas de crédito, os boletos são emitidos exclusivamente pela financeira, ou em sites. Qualquer dúvida que o consumidor tenha, não pode tirar estas dúvidas pelo WhatsApp, em número que ele não conhece, não sabe a veracidade, é aconselhável retirar os boletos pelos sites oficiais da empresa.

OLX e Comunidades do Facebook

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Não faça nenhuma compra em sites de compra e venda através de terceiros intervenientes. O golpista que está pronto para agir, no caso de compra e venda de um carro, não tem carro nenhum, nem moto para vender. Ele se apropria de um anúncio de um vendedor sério e de boa fé e republica com valor menor. A vítima que quer comprar o veículo só percebe a fraude na hora que vai buscar o bem, pois não foi o dono do bem que negociou a venda, e sim um intermediário golpista. Este é um dos golpes que mais tem ocorrido nas comunidades do Facebook, Instagram e OLX e na Delegacia da Polícia Civil muitos Boletins Unificados – BU vêm sendo registrados.

Como funciona

Uma pessoa de boa-fé anuncia um determinado produto, por exemplo um carro e é encontrada pelo golpista.  Este golpista se apropria deste anúncio e publica com um valor mais em conta o referido veículo. 

A pessoa de boa-fé publicou o anúncio do carro a vista por R$20 mil. O golpista pega este mesmo anúncio publica na conta falsa dele no valor de R$10 mil. São três pessoas, duas de boa fé (proprietário e interessado na compra), e o terceiro, o intermediário que é o golpista.  Uma destas pessoas de boa fé vai conversar com o golpista, suposta interessada no carro e vai dizer que tem interesse em comprar um carro. O golpista vai intermediar a pessoa ao real proprietário do veículo, só que ele vai conseguir ludibriá-lo dizendo que ela estará conversando com o dono do veículo, mas não pode dizer que conversou diretamente com ele (golpista). 

O golpista vai tentar ludibriar a vítima para que ela não tenha ciência de que ele um é o vendedor e o outro é o proprietário. A vítima vai acreditar que está lidando com o dono do carro, só que não sabe que este suposto dono é um golpista e faz acreditar que é o proprietário. E, quando está tudo quase confirmado entre eles, o golpista pede para que a vítima o passe o valor para e depois desaparece. Quando a vítima vai retirar o bem, junto com o proprietário, ludibriada achando que achando que o terceiro interveniente é o verdadeiro proprietário, a vítima conhece toda a armação por trás, mas a fraude já está consumada. O golpista já levou o dinheiro e o carro não sai do lugar.

Este golpe é muito comum nos sites de compra e vendas, nas comunidades do no Facebook, ULX, instagram…

Orientação

A orientação da polícia é não fazer a compra através de terceiros intervenientes. E o interessado na compra vai pedir que o comprador vá até o dono do carro e não até ele, será um terceiro. O golpista, pede a vítima que vá até o terceiro dizendo que o veiculo está com um amigo dele, que na verdade é o real proprietário. “O golpista vai dizer: o carro está com um amigo meu, vai lá ver. No momento em que as duas vítimas se encontram é aí que é preciso confirmar, o carro realmente é seu. Não permita, portanto, que um terceiro interveniente faça a negociação entre duas pessoas. Esta é a única forma que conseguimos efetivamente atestar uma possível fralde. É preciso, olho a olho, ver quando o proprietário pede no veículo e quanto ofereceram a ele. Não se confia em preços tão baixos, não pode se beneficiar de uma eventual torpeza bilateral. Não pode acreditar que um determinado produto tem um valor tão baixo”, orienta a Civil.

Aplicativo do banco

Como se sabe os golpistas não descansam e não param de inventar sempre uma nova forma de lesar suas vítimas. O golpe do aplicativo também vem crescendo muito, segundo a PC.

E como funciona? O golpista entra em contato com suas vítimas através de em mensagens de textos no WhatsApp dizendo que é do banco, solicitando os dados das pessoas que, inocente acreditando que do outro lado é uma pessoa do seu banco, passa os dados bancários para ele. O golpista através dos dados bancários pelo aplicativo faz um empréstimo no banco. Hoje os aplicativos estão permitindo a realização de empréstimos sem uma assinatura concreta da vítima.

PIX X INSTAGRAM

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Uma modalidade de fraude vem fazendo vítimas no país todo e fez também em Piúma. O “golpe do Instagram”, que ocorre quando um criminoso rouba uma conta na rede social e a usa para fazer falsos anúncios de produtos com valores baixos. Com isso, outras pessoas pagam pelos materiais, mas não os recebem.

Primeiro o golpista envia um link para o dono da conta, para que o criminoso tenha acesso ao aparelho celular da vítima. Após isso, são publicados os falsos anúncios nos storys do perfil hackeado. Entre os seguidores pode haver alguém interessado e caia no golpe, transferindo para a conta do golpista algum valor em dinheiro.

As delegacias especializadas em crimes cibernéticos estão investigando várias ações de hacke’s. Estes golpes ludibriam o mecanismo de segurança do Instagram e conseguem hackear, com o acesso eles aplicam os golpes. 

Para não cair neste golpe, é preciso que a vítima, ou o interessado na compra entre em contato com o dono da conta/perfil antes de fazer qualquer pagamento. Desconfie de anúncios que tenham no Instagram com preços baixos. Se você conhece alguém que está fazendo anúncio de algum produto, tenta entrar em contato por outro meio para confirmar. Não é aconselhável sair fazendo PIX sem saber de fato que é a pessoa mesmo que está manipulando aquela conta.

Aos usuários de redes sociais, que sempre façam uma autenticação de dois fatores usando um aplicativo do Google, por ser mais seguro, e que fiquem atentos com anúncios de produtos por preços baratos.

A plataforma do Instagram disponibiliza uma autenticação de dois fatores. Algumas pessoas estavam colocando o número de telefone como esse fator de autenticação, só que hoje já está ocorrendo outra prática que é a clonagem de número. Então até você colocando o seu número lá para receber SMS de autenticação está passível de cair em golpe. O que a Polícia orienta é o aplicativo Google Authenticator.

Ateste a veracidade

Para a PC é preciso buscar outros meios, não somente as redes sociais, de atestar a veracidade das publicações/informações porque, realmente, existem pessoas que divulgam os seus produtos nas redes sociais e são divulgações verídicas. Mas é preciso atestar, efetivamente, a veracidade destas informações. “Eu desmascarei um golpista que se apropriou do perfil do Instagram de uma amiga e estava supostamente vendendo um notebook. Eu ofereci valor bem mais em conta e ele aceitou. Quando pedi o PIX não era no nome da minha amiga.eu o chamei de golpista e o denunciei na PC. Ele desapareceu. Mas um amigo comprou uma mesa, pagou e levou o prejuízo”, disse a jornalista que escreve a matéria.

WhatsApp clonado

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Este é provavelmente o golpe online mais comum nos dias de hoje.

Segundo levantamento da empresa de segurança digital PSafe, mais de 5 milhões de usuários tiveram o WhatsApp clonado no ano de 2020, o que dá uma incrível marca de mais de 13 mil vítimas diárias.

Neste tipo de golpe, o criminoso se passa por alguma entidade de credibilidade, como empresas famosas ou que frequentamos, órgãos governamentais, e até mesmo, o próprio WhatsApp, e entram em contato com a vítima oferecendo alguma vantagem, como promoção ou prêmio ganho em sorteio. O que foi muito comum também no período agudo da pandemia foi o contato de falsa pesquisa de Covid-19, em que o criminoso se passava por pesquisador e fazia perguntas relacionadas à pandemia. Independentemente da abordagem, o procedimento é o mesmo: os golpistas mandam à vítima um código e pedem a ela o número para que haja a liberação do que é oferecido, como uma promoção ou ingresso, por exemplo.

Estes números, porém, são o código de liberação para logar o aplicativo em outro dispositivo, o que permite ao criminoso ter acesso ao WhatsApp da vítima no celular dele. Dessa forma, eles se passam pela pessoa e costumam pedir dinheiro a amigos e parentes, inventando alguma história de que ela precisa de dinheiro, urgentemente.

Para evitar que sejamos vítimas dessas práticas, podemos adotar procedimentos simples como a verificação em duas etapas em que é criada uma senha para poder acessar o aplicativo e o hábito de nunca compartilhar o código de verificação com quem quer que seja.

Falso site

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Na tentativa de pegar dados do cartão de crédito, ou mesmo receber pagamentos, outra estratégia dos golpistas é criar sites falsos de lojas, bancos, órgãos governamentais, etc. Nessa prática, os criminosos criam um website muito semelhante ao de grandes entidades e oferecem algum serviço ou desconto para atrair as pessoas. Para quem costuma vender em grandes marketplaces, outra estratégia é o envio de e-mails falsos de vendas realizadas, com o objetivo de obter de graça o produto anunciado.

Para evitar esse golpe, o mais importante é desconfiança e atenção. Fique atento à URL do site em que você fornece seus dados – se for falso, geralmente terá extensões incomuns dos habituais “.com” ou “.com.br”. Em caso de dúvida, pesquise o nome da prestadora de serviços no Google: grandes empresas invariavelmente terão seu site oficial no primeiro resultado da busca. Além disso, sempre desconfie de promoções ou descontos irreais, principalmente em períodos de datas comemorativas ou Black Friday.

PIX

Por ser recente, muitos criminosos se aproveitam da falta de conhecimento da população em geral para praticar delitos relacionados ao uso do PIX. Um golpe recorrente é o chamado “bug do PIX”, em que o golpista dissemina nas redes sociais que o serviço está com uma falha, na qual, se você transferir dinheiro em uma chave descrita por ele, receberá em dobro na própria conta. Essa chave, claro, é da conta do próprio criminoso.

Existem outros golpes relacionados ao PIX, mas a prevenção é sempre a mesma: jamais faça PIX a desconhecidos esperando receber alguma compensação por isso.

Dinheiro com segurança

Muitas vezes, nossa vontade de resolver de forma rápida alguma questão financeira nos deixa suscetíveis a algum tipo de golpe virtual. Mas existe uma forma segura para você emprestar ou receber empréstimos. Se você precisa de dinheiro procure um banco, o seu banco. Para evitar que seja mais uma vítima de um golpista.

Torpeza bilateral

Torpeza bilateral é a fraude recíproca, empregada por agente e vítima, isto é, ambos visam a obtenção de vantagem indevida em detrimento do prejuízo alheio, valendo-se para tanto do emprego de meio fraudulento.

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