Crítica aos quEnem sabem

“O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação”, Simone de Beauvoir.
Acusados de nazistas. Este é o argumento coxa mais ridículo da história sobre os intelectuais que viviam na Paris ocupada pela Alemanha na primeira metade do século XX. A incapacidade intelectual dos “projetos de conservadores” criados e proliferados pela permanência da democracia no Brasil foi a inspiração para este manifesto.
É o cúmulo do absurdo justificar a incompetência alheia com argumentos pobres, superficiais e de um extremismo racista que se iguala ao fascismo. Quem tem medo de Simone de Beauvoir, Friedrich Nietzsche, Max Weber, charges de Amarildo e Ziraldo deveria, ao menos, levantar as mãos para o céu e agradecer as questões do Enem com Santo Tomás de Aquino e David Hume (acho que também não conhecem).
Pois bem, a França, ocupada pela Alemanha nazista, estava no auge efervescente da cultura e muitos ainda viviam por lá durante a Segunda Guerra. O escritor Carlos Russo Jr conta, no ensaio ” Artistas e intelectuais franceses sob o domínio nazista”, que Jean-Paul Sartre  Sartre (companheiro de Simone de Beauvoir) chegou a ficar detido por um ano em um campo de prisioneiros até 1941. Neste mesmo ano, cerca de duas mil obras e mais de oitocentos e cinquenta escritores haviam sido banidos , porém, Sartre, quando saiu da prisão, conseguiu retornar às atividades no Liceu e, com Simone e Merleau-Ponty, além alguns outros amigos intelectuais, formou um pequeno grupo de “resistência intelectual” e o batizaram de “Socialismo e Liberdade”.
“Simone de Beauvoir conta alguns casos por ela vivenciados pessoalmente, por exemplo, o de Bella, “a tcheca que vivia com o pintor Jausion, que foi presa pela Gestapo, denunciada pelo futuro sogro” e jogada para morrer num campo de concentração”, Carlos Russo Jr.
O objetivo, caros amigos, era de lutarem pela liberdade e prepararem a sociedade do futuro, necessariamente livre dos opressores. Além de Beauvoir,  Maurice Chevalier, Édith Piaf, Coco Chanel, Pablo Picasso, Albert Ca­mus, Ge­orges Politzer, a maioria dos artistas e dos intelectuais, simplesmente continuou sua vida normal, tentando ganhar o pão de cada dia que o diabo do Hitler e seus comparsas amassavam naqueles tempos tenebrosos.
Aos meus camaradas, uma dica de leitura direto do forno:  o livro “Como conversar com um fascista – reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro”, lançado pela editora Record, de Marcia Tiburi, com quem tive o prazer de bater um bom papo e degustar um sushi.
E para finalizar… Uma ilustração com Simone, Sartre e Che Guevara. Não iria perder esta chance. Jamais!

 

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