Construção de prédio na Praia da Areia Preta em Iriri é interditada após constatação de irregularidades

A obra foi interditada depois de colocar em risco a segurança dos trabalhadores e construções vizinhas

A Fiscalização da Secretaria de Infraestrutura de Anchieta embargou a obra de construção de um prédio de 4 pavimentos nas esquinas das ruas Antônio Ferrari com a Coronel Vitorino Garcia, na Praia da Areia Preta em Iriri, quarta-feira, 10, após diversas reclamações de moradores vizinhos que a obra apresenta supostas irregularidades.

A Reportagem recebeu na manhã desta sexta-feira, 12, cópia de um ofício da Associação de Moradores IririVivo que o protocolizou no Setor de Fiscalização e Postura da Anchieta Prefeitura Municipal de Anchieta solicitando a Interdição da obra em andamento na Praia da Areia Preta, tendo em vista indícios de graves irregularidades na execução do projeto.

Em contato com o secretário de Infraestrutura de Anchieta, Leonardo Antônio Abrantes para melhor compreender o porquê da interdição da obra, ele foi enfático. Disse que o projeto foi analisado e aprovado segundo a legislação vigente. O projeto passou pela Secretaria de Meio Ambiente, onde foi feita uma análise do sombreamento da praia, e, em relação ao Estudo de Vizinhança – EIV solicitado pela Associação Iriri Vivo e os moradores, o atual PDM não faz esta exigência e a Superintendência de Patrimônio da União – SPU não apontou impactos.     

A obra do prédio na Areia Preta embora tenha sido aprovada pelo Código de Posturas dentro da legislação vigente, está colocando em risco a segurança dos trabalhadores e construções vizinhas. Pela má execução do projeto, principalmente com a questão da escavação para a construção de uma garagem subterrânea, aparentemente não foi realizado um estudo de sondagem do terreno e não protegeram a rua. “Eles têm que apresentar uma solução técnica para recuperação da via. A continuação da obra só ocorrerá se não colocar em risco construções vizinhas e também a proteção dos trabalhadores. Por enquanto está embargada”, frisou Abrantes.

O secretário de Infraestrutura deixou claro que já estava monitorando a obra do prédio por conta das inúmeras reclamações de moradores de Iriri. As chuvas acabaram acelerando a visita da fiscalização que embargou imediatamente.

Oficio  

A responsabilidade pela construção do prédio é da empresa Marchiori Engenharia Eireli ME.

Informações da empresa responsavel pelo Projeto Arquitetônico foi feita a sondagem do terreno e elaborados os Projetos de Contenção e Estrutural, pela empresa BR Barros e todos os dados foram enviados para a Fiscalização de Obras da Prefeitura de Anchieta, para a correção da notificação. Para todos os serviços de engenharia existem Anotações de Responsabilidade Técnica (ART’s), junto ao CREA-ES.

No documento assinado pela a Associação é pedido que sejam fornecidas cópias do Alvará para Construção, do EIV Estudo de Vizinhança, e do Parecer do SPU. Assim como da Licença Ambiental para a retirada de rochas da orla da praia da Areia Preta.

Leonardo Abrantes disse que o Plano Diretor Urbano – PDM de Anchieta ainda está em construção, caso estivesse aprovado esta obra teria 01 andar a menos. O PDM de Anchieta está em discussão na Câmara de Anchieta desde 2019. “Quando for aprovado, se for, outras obras na orla da praia só poderão ser executadas com três pavimentos. Esta que foi interditada tem três pavimentos mais a cobertura e a garagem subsolo. Tem um impacto visual e a sociedade vem questionando a legislação que ainda não foi alterada, dentro dos critérios técnicos o projeto da obra foi aprovado”, ressaltou.

A obra em construção, segundo a presidente da Associação Sirlene Meleipe Ferreira apresenta indícios de várias irregularidades, uma delas é a escavação para a construção de uma garagem subterrânea, o terreno está cedendo após retirada de uma laje de pedra que sustentava a erosão.

Outro problema apontado por uma moradora de Iriri é um poste de madeira na calçada que ficou pendurado pelos fios e a metade da rua cedendo. “Ontem trocaram o poste para a calçada do outro lado. A calçada está dentro da obra e o local condenado”.

Em debate há três na Câmara, o PDM de Anchieta e ainda não foi aprovado, mas os prédios estão sendo construídos em conformidade com a lei vigente, a priori, a Associação pediu interdição da obra que está aparentemente irregular. Atualmente é permitido a construção de 04 pavimentos, serão 03 pavimentos quando aprovar projeto em discussão na Câmara.  

A Reportagem tentou falar com o presidente da Câmara de Anchieta, Edson Vando de Souza para saber por que o PDM ainda não foi aprovado, mas ele não atendeu a ligação.

O espaço está em aberto para a empresa responsável pela obra e para o presidente da Câmara se manisfestar.

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