Artigo: A Bienal Rubem Braga e a cidadã capixaba

Para quem ainda não sabe, hoje me divido entre o Brasil e a Bélgica, mas sou capixaba, nascida em Presidente Kennedy. E essa semana me bateu uma nostalgia danada… não de tristeza e sim de saudade dos bons tempos na minha terrinha. Esse sentimento veio à tona por causa do convite para participar da Bienal Rubem Braga, que começa nesta terça (24) em Cachoeiro de Itapemirim, cidade onde morei alguns anos depois de me casar, na juventude. Lembro da convivência com tantas pessoas maravilhosas, da cordialidade do povo cachoeirense, dos momentos bons que vivi por ali… 

Ao pegar o material da Bienal para me preparar para a mesa “Literatura de romance e a expectativa de viver outra vida”, na qual sou a homenageada, recordo das minhas tardes de leitura dedicadas ao meu conterrâneo Rubem Braga. Foi com ele que passei a admirar a leitura de crônicas, esse gênero literário tão peculiar. Gosto do sarcasmo e humor que as crônicas trazem aos fatos corriqueiros, mostrando a vida como ela é. O cronista é um grande observador do dia a dia … isso me fascina. O Rubem sabia abordar o cotidiano como ninguém, com simplicidade e ironia. Trazia leveza no texto até em assuntos pesados, como tristeza e morte. Foi bom voltar a respirar os textos do autor para entrar no clima da Bienal. 

Refletindo especificamente sobre meu tema, literatura de romance, percebo que tenho um universo a explorar. Certamente é um dos gêneros mais populares porque os leitores gostam dessa faceta do romance nos permitir viver uma vida que muitas vezes não está a nosso alcance na realidade. Essa expectativa geralmente se concretiza no protagonista e envolve todas as alegrias, vitórias, dificuldades, percalços e fragilidades que vão sustentar esse enredo. Inclusive há pessoas que acabam se apegando mais ao antagonista ou ao protagonista anti-herói, com suas falhas e limitações. Nas histórias, não precisamos estar presos a regras e convenções sociais… podemos nos livrar do falso moralismo… Ou seja, para alguns, é uma espécie de libertação no imaginário. Isso é curioso e bem interessante.

Enfim, espero que tenha te deixado com um gostinho do que vai ser nossa conversa virtual na Bienal Rubem Braga, a maior festa literária do Espírito Santo. Te convido a acompanhar o bate-papo, às 9h ou às 14h do dia 26/5 (quinta-feira). A transmissão será pelo canal oficial da Secretaria de Cultura e Turismo da @prefcachoeiro no youtube. Vem respirar literatura com a gente!!! 

Por Isa Colli, escritora e jornalista @isacolli_oficial 

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *