Usina Paineiras encerra a terceira safra consecutiva produzindo menos da metade da sua capacidade total

Resultado é devido à estiagem dos últimos anos e pode se reverter em 2018

 

Pelo terceiro ano consecutivo, a Usina Paineiras encerrou sua safra anual produzindo menos da metade da capacidade. A indústria de Itapemirim (ES) – cuja cadeia produtiva mantém cerca de 15.000 empregos no litoral Sul capixaba – pode beneficiar 1,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Mas, entre 5 de maio e a últim

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15, só processou 460 mil toneladas.

Além de ter faltado matéria-prima, faltou qualidade à que foi fornecida, devido às estiagens acumuladas dos últimos anos. Assim, a empresa também amargou os piores índices de produtividade das últimas safras, derrubando a produção de açúcar para 467 mil sacos de 50 quilos (ante a capacidade de 1,2 milhões) e a de etanol para 15,8 mil litros (enquanto o potencial é de 57 mil).

“Também nos surpreendeu a queda nos preços do açúcar, que apesar de terem chegado a bons níveis em 2016, neste ano caíram 50%. Assim, o faturamento bruto da empresa, que era esperado em R$ 93 milhões, está sendo encerrado em R$ 57 milhões”, informa o diretor de Negócios da Usina Paineiras, Antonio Carlos de Freitas.

Mudanças na empresa

Para lidar com esse cenário, a Usina Paineiras tem se adaptado. Por exemplo, focando suas atividades na área industrial e realizando parcerias para assumirem a sua produção agrícola, que chegou a representar um terço do total do fornecimento da matéria-prima.

“É um trabalho iniciado em 2016 e que está sendo concluído neste ano”, afirma o diretor, que também destaca que, devido à nova entressafra ser maior do que a normal, o período de manutenção da indústria (que dura a entressafra) será maior, o que por outro lado vai levar a uma menor necessidade de manutenção de mão-de-obra até o início da safra de 2018, em maio.

 

Futuro melhor é esperado

Apesar desse cenário, a expectativa para as próximas safras é positiva, especialmente porque, neste ano, devido ao aumento significativo dos períodos de chuvas, foi possível plantar e desenvolver novos canaviais.

“Mantido esse cenário, poderemos ter uma melhora de 50% em 2018 e, em dois ou três anos, a Usina Paineiras retomar a sua capacidade total de produção”, observa o diretor Antonio Carlos de Freitas.

 

Incentivos importantes

Além de chuvas regulares e preços melhores no mercado para o açúcar e o etanol, outros incentivos são apontados pela Usina Paineiras como importantes para o desenvolvimento da atividade canavieira no litoral Sul capixaba (onde é a segunda atividade econômica mais importante, logo após o turismo).

Uma delas é a retomada da Cide, que é uma contribuição federal sobre o consumo de petróleo que tem grande potencial de estimular o consumo de etanol e ainda gerar receita para os deficitários caixas da União e dos estados.

Outra á o desenvolvimento do apoio que as prefeituras da região podem dar aos produtores de cana-de-açúcar, que no litoral Sul são mais de 500 (quase todos, produtores familiares totalmente dedicados à cultura canavieira).

“A Prefeitura Municipal de Itapemirim tem feito um trabalho importante nesse sentido, nos últimos anos, e tivemos uma informação de que a prefeitura de Marataízes pode dar início ao seu esperado programa de apoio em 2018”, aponta o diretor de Negócios da Usina Paineiras, Antonio Carlos de Freitas.

 

 

 

 

 

 

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