Pedagogia da catástrofe

Recentemente, eu li algo interessante, sobre como os brasileiros começam a aprender apenas em situações temerosas. Uma crise generalizada toma conta do Brasil. Crise de abastecimento hídrico, que já anuncia um possível racionamento de energia e aumento na tarifa; crise na economia, que baixou o poder de compra do brasileiro e comprometeu a alimentação básica das famílias; crise no Legislativo, no Executivo e até no Judiciário, onde quem investiga, muitas vezes é o mesmo que julga, que condena ou absolve. É… O caos é iminente e o perigo é real.

O que podemos aprender com este cenário? Chama-se “pedagogia da catástrofe” o conjunto de lições tiradas de tragédias geralmente anunciadas e desprezadas. O brasileiro está passando por um aprendizado desse tipo. Ou seja, depois de décadas desperdiçando água e deteriorando nossos mananciais, sem a preocupação de construir reservatórios e construir uma consciência de economia e preservação, a população se vê às voltas com a seca, num dos países mais ricos em recursos naturais do planeta.

Depois de permitir a exploração de nosso minério por empresas irresponsáveis, perdemos para sempre o Rio Doce e ganhamos de brinde um surto de febre amarela, doença erradicada há mais de 50 anos no Brasil.

Pela omissão de nosso governo ante as necessidades dos profissionais de segurança, ficamos reféns da criminalidade e vimos nossa polícia ser assassinada pela falta de diálogo.

Tudo foi previsto e avisado e poderia sim, ter sido evitado. Mas, nossos gestores resistiram a fazer políticas necessárias de investimento e preferiram caminhar a “passos firmes” em direção ao resultado que hoje nos é apresentado diariamente.

A fatura cobrada pela alienação do povo e pela má e velha política, que gere tendenciosamente nossos cofres, nos obriga a viver em meio a privações de serviços essenciais, driblar a crise fiscal, a estagnação econômica e conviver com escândalos, como o a destruição dos nossos poderes, o surto de febre amarela e a crise de segurança.

O que virá adiante? O que fazer para evitar o colapso? Será que ainda teremos pela frente mais crises de saúde, mobilidade urbana, ecológica, e educacional? Sem contar na segurança pública, que nos toca mais sensivelmente todos os dias. Precisaremos entrar em uma guerra civil para garantir o constitucional direito de ir e vir ou vamos esperar que as catástrofes nos convençam?

 

 

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