Metáforas/Literatuando

METÁFORAS

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Traduzir uma metáfora somente através da palavra escrita é decretar morte ao poeta tão cheio de sensibilidade e humanidade para esse grande desconcerto do mundo que anda cada vez mais profundo. É preciso dar vida a essas palavras através de uma leitura impregnada de emoções e deixá-las entrar através dos nossos sentidos para assim poderem eriçar os pelos do nosso corpo, nos fazerem rir e chorar.

As metáforas nos trazem imagens que transbordam no nosso ser. Fornecem-nos um quadro de êxtase total, literatura adentro, que chega até ser impossível esquecer a junção do sangue do leiteiro morto com o leite derramado que, no “rosear” da vida, chega a aurora trazendo outro dia e, esse, já cheio de movimentos pela rua, enquanto o leiteiro jaz morto, inocentemente, para o mundo.

Sem contar naquele instante em que o judeu, preso no porão, esquecido daquele mundo que transitava lá fora, pois era preciso ser esquecido, era preciso ficar escondido das mãos dos nazistas, até chegar uma menina, criança em sua pequenez, mas gente grande em sua ação de trazer a neve para o judeu senti-la, talvez, pela última vez.

Ah, Pablo Neruda! Quão inesquecível foi seu aprendizado para o carteiro ao lhe ensinar as metáforas à beira-mar! Ah, Luisa Valenzuela! Quão necessário foi saber que em seu Tango as mulheres não passavam de um objeto! Oh, Manuel Bandeira! Todos os dias ainda procuro a sua Pasárgada!

Que delícia, Clarice Lispector, acompanhar a Felicidade Clandestina, também agarrada ao livro de Lobato, tão esperado para a leitura, mas a leitura maior era a que aconteceu dentro de uma menina, agora mulher. E o que dizer de Gonçalves Dias, com a dualidade entre as palavras “lá” e “cá”, que na verdade eram dois países separados pelo mar e a pura expressão de sua nostalgia em relação ao seu Brasil.

Assim, tal qual o operário em construção, a literatura se constrói em nossos sentimentos e faz-nos navegar por entre a imaginação de nossos recônditos desejos até externar nossos gostos, pois já disse João Cabral que um galo sozinho não tece uma manhã, é preciso cantar para o próximo ouvir e imortalizar os suspiros poéticos os quais chamamos de metáforas.

 

LI E GOSTEI

O livro El laberinto de la soledad (O labirinto da solidão), ensaio de Octavio Paz, traz a figura do “pachuco” (já abordado na novela América, de Glória Perez) que é o mexicano que sai de seu país de origem para viver nos Estados Unidos tanto para trabalhar como para transgredir as normas sociais dos ianques.

ASSISTI E GOSTEI

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O filme de ficção científica, Terremoto – A falha de San Andreas, 2015, dirigido por Brad Peyton, fala-nos sobre como seria se as placas tectônicas de San Andreas resolvessem se mover e se transformarem num grande terremoto.

FRASE DO DIA

Temos que entender que tempo não é dinheiro. Essa é uma brutalidade que o capitalismo faz como se o capitalismo fosse o senhor do tempo. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida.

Antônio Cândido

OUVI E APROVEI

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E na Metáfora de Gilberto Gil: Uma lata existe para conter algo,/ Mas quando o poeta diz lata/ Pode estar querendo dizer o incontível/ Uma meta existe para ser um alvo,/ Mas quando o poeta diz meta/ Pode estar querendo dizer o inatingível/ Por isso não se meta a exigir do poeta/ Que determine o conteúdo em sua lata/ Na lata do poeta tudo-nada cabe,/ Pois ao poeta cabe fazer/ Com que na lata venha caber/ O incabível…

 

E A GRAMÁTICA… COM AS CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA

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Devemos usar itálico para grafar as palavras estrangeiras?

Depende. Sabe-se que, na produção de textos escritos em língua portuguesa, recomenda-se que sejam grafadas em itálico as palavras estrangeiras que ainda não tenham sido incorporadas ao idioma. Nesse sentido, é importante que se conheça uma série de palavras que não requerem o uso do itálico, uma vez que já foram incorporadas ao português.

Fonte: http://www12.senado.gov.br/manualdecomunicacao

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