Literatuando

 NÃO É NÃO

 

Uma campanha iniciada no Rio de Janeiro, de forma bem tímida, mas que agora ganhou uma proporção maior e que tem como título “Não é não”, é destinada especificamente ao período do Carnaval, pois ela reúne várias mulheres, que colam adesivos em outras, com o lema da campanha, para que aquela paquera não desejada pelo sexo feminino entenda que, quando ela não está a fim de ficar com ele, é para respeitar, procurar diversão em outro lugar, não ficar importunando e assim acabar com a festa, pois o desfecho será confusão e mais uma agressão destinada à mulher.

É necessário que haja preocupação com tais paqueras que podem começar na brincadeira e terminar num assassinato, visto que o Brasil tem um índice altíssimo de feminicídio e, constantemente, vemos mulheres agredidas e mortas pelos seus companheiros, sejam eles de longa data ou não. O que acontece é que, com toda essa revolução feminina, desde a queima dos sutiãs, perpassando o direito ao voto e poder escolher quem amar/casar até se divorciar, não ficou bem entendida ainda para machistas que pensam que a mulher é um produto que ele comprou e pode usar e descartar quando achar que não quer mais ou quando a mulher decide dizer não para todos os tipos de agressão que sofrera.

Não obstante, uma mulher casada, há quarenta anos, foi brutalmente assassinada por seu marido. Por outro lado, um relacionamento que começou nas redes sociais e, no primeiro encontro, depois de oito meses de conversa, resultou numa agressão física tão grande e assustadora que é um milagre a mulher ainda estar viva. Dessa forma, percebemos que não conhecemos as pessoas e acrescento um ditado clichê, mas tão importante ser citado nesses momentos que não entendemos certas circunstâncias que ocorrem na vida, já que “Quem vê cara, não vê coração”.

Antigamente, esperávamos pelo príncipe encantado, pois era feio na sociedade uma mulher ficar para titia. Existiam também as obrigações de se ter um nome, um que rendesse um determinado status, principalmente para os familiares do sexo masculino, mas que acabava se configurando em um fardo que a mulher deveria carregar para toda a sua vida. Porém, mesmo com a evolução de tantas coisas no mundo, só percebemos que o poder patriarcal se mascarou e tem tantas caras, muitas vezes, invisíveis a olho nu, e o tempo vai passando…  um dia é um roxo no braço, outro é uma mão quebrada e acreditamos que tudo vai passar, terminar, mas quando a ficha definitivamente cai, a mulher já virou notícia na página policial.

Sinto muito informar, mas o príncipe encantado não existe, ele nunca chegará para despertar, com um beijo, a mulher que está dentro do caixão. O que nos interessa mesmo é que as políticas públicas possam abraçar com fervor campanhas não somente no Carnaval, mas também o ano inteiro, bem como (Por que não?) outras pessoas com o olhar sensível à causa possam se manifestar, mesmo singelamente, como o cartaz que está em alta em muitos bares, onde encontramos um recadinho para as manas dizendo que se um encontro não está indo bem, é para elas pedirem o drink La Penha e alguém logo sacará a situação e irá socorrê-las.

Chiquinha Gonzaga já disse que “Ó abre alas que eu quero passar” e assim passaremos por mais um Carnaval e que ele seja repleto de diversões, de muitas paqueras concedidas e que o respeito possa estar em voga quando, principalmente, os homens se depararem com a resposta “Não é não”. Assim, vamos observar “Quanto riso, oh, quanta alegria!” e perceber que “É Carnaval, é a doce ilusão, é promessa de vida no meu coração.”

 

  LI E GOSTEI

O livro Amora, que deixou para trás nomes como o de Luis Fernando Veríssimo e foi vencedor do prêmio Jabuti 2016 de contos, é uma coletânea composta por 33 narrativas a respeito do amor feminino e de relacionamentos lésbicos.

A autora Natália Borges Polesso deixa explícito que ser homossexual não é o ponto, pois estas são histórias de pessoas. E ainda que a obra possua mais de 50 personagens lésbicas, o que poderia se tornar repetitivo, prova-se rapidamente muito mais que isso.

São mulheres jovens e velhas, que desfilam em frente aos nossos olhos histórias de ciúmes, preconceito, términos, traições, envelhecimento, depressão e amor. São histórias de mulheres. E ponto. Fonte: A Escotilha.

 

ASSISTI E GOSTEI

O filme Vidro (2019), dirigido por M. Night Shyamalan, é o último filme da trilogia que vem após a conclusão de Fragmentado (2017), em que Kevin Crumb (James McAvoy), o homem com 24 personalidades diferentes, passa a ser perseguido por David Dunn (Bruce Willis), o herói de Corpo Fechado (2000). O jogo de gato e rato entre o homem inquebrável e a Fera é influenciado pela presença de Elijah Price (Samuel L. Jackson), que manipula seus encontros e guarda segredos sobre os dois. Fonte: Adoro Cinema

 

Fotos/ Divulgação

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