ITAPEMIRIM: reinado Peçanha sob ameaça

Ministério Público arquiva denúncias de nepotismo, mas prefeito não exonera familiares.

 

O reinado Peçanha em Itapemirim encontra-se ameaçado, diversas denúncias vêm sendo protocolizadas no Ministério Público – MP, no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO e em outras instâncias: nepotismo, improbidade administrativa, superfaturamento em licitações, pagamentos a empresas de valores exorbitantes sem os devidos trâmites legais, assédio moral entre outras.

 

Caem as três irmãs em câmera lenta

 

Depois de uma avalanche de críticas nas redes sociais, em jornais online, o prefeito Thiago Peçanha não teve escolha, teve de exonerar a irmã Adriana e fez isso no dia 26, mas ela continua a assediar as pessoas que se mostram opostas ao irmão segundo algumas pessoas que o jornal teve acesso. A título de exemplo, compareceu na sessão ordinária desta terça na Câmara e após a derrota do irmão, xingou os vereadores, chamando-os de corruptos e ameaçando que perderão cargos na administração, segundo o vereador Valdemir Pereira Gama, que falou por telefone com a editora chefe do jornal.

Em seguida, foram as irmãs Luciana que respondia pela secretaria de Administração e Luciene, secretária de Educação. A Reportagem solicitou os ofícios de exoneração, mas a assessoria de Comunicação não os enviou, se limitou a dizer que o prefeito tomou a decisão de exonerar as irmãs por suas próprias convicções. Não informou no entanto, onde André Peçanha está lotado, embora tivesse sido perguntado.

A assessoria de Comunicação negou que o MP tenha feito alguma recomendação, disse que o prefeito após rever alguns atos da administração decidiu exonerar os parentes. Contudo alguns Peçanhas, supostamente, ainda se mantém nos cargos: Renildo Peçanha, Scheila Lopes, Aricelma Peçanha (diretora clínica do menino Jesus), Lucas Peçanha ( filho de Luquinha ), Rosiane Peçanha ( cedida de Piúma), Estela Peçanha ( Hospital), Roberta Peçanha, Ary Peçanha, Sandra Peçanha, Thais Peçanha ( filha de Sandra na PMI), Thaline Peçanha ( filha de Sandra no hospital).

Segundo consta de uma promoção de arquivamento emitida pelo MPES, o prefeito interino Drº Thiago Peçanha Lopes informou que exonerou todos os seus familiares da Prefeitura. Mas, não foi bem assim. Numa manobra, no mínimo arriscada, Thiago faltou com a verdade ao Procurador de Justiça Dr. Fábio Vello e exonerou apenas três irmãs e manteve todo rol de Peçanhas sob a guarda da Prefeitura. Estima-se que ainda tenha 12 parentes em cargos comissionados.

Conforme a Súmula Vinculante 013 do STF, manter parentes nomeados é crime de responsabilidade, sujeito a processo, tanto para quem nomeia, quanto para quem é nomeado.

 

Prefeito teria tentado comprar por 30 mil os votos

Com presença de bruxa e tudo no plenário, a sessão ordinária da Câmara de Itapemirim, nesta terça-feira, 31, acabou em baixaria. A bruxa foi solta mesmo, cinco vereadores votaram contra o recebimento do oficio encaminhado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça pedindo que a Casa de Leis desse publicidade as denúncias que tramitam no Tribunal contra o prefeito afastado, Drº Luciano de Paiva Alves, PROS e instaurasse uma comissão processante para que Paiva fosse cassado.

Os ânimos acirrados dos dois lados, metade da Casa na plateia era Luciano e a outra metade Thiago. Xingamentos aos vereadores que não aceitaram as supostas investidas de Thiago ao enviar um homem de nome Germano para tentar comprar os votos pela bagatela de R$30.000.00. No ato da aceitação da proposta seriam pagos R$15.000 e após a sessão os outros R$15.000.

A sessão terminou e uma faixa foi estendida no plenário em apoio ao dr. Luciano que teve o ofício arquivado antes mesmo de ser analisado, o Tribunal pedia uma Comissão Processante para cassar o prefeito afastado.

O vereador Valdemir Pereira Gama falou por telefone com a reportagem e disse que a ele não foi feita nenhuma proposta de valor para que votasse contra, mas, ele estava presente na casa do vereador Wagner Negrini quando um homem de nome Germano teria chamado Wagner e feito a proposta, dizendo que R$15,000 já estava no carro e a metade seria acertada após a sessão. A Reportagem não conseguiu falar com Wagner. “Temos de ouvir que somos corruptos… Usaram Waguinho dizendo que outros vereadores já tinham aceitado. Depois da sessão, Adriana, irmã de Thiago perdeu o controle e gritava que éramos vagabundos, que iriamos nos arrepender, pois perderíamos os cargos na PMI, os meus estão à disposição do prefeito, não contrário o meu pensamento em troca de favores”, pontuou Bill.

O presidente da Câmara Fábio Pereira – da Gata disse não foram denúncias encaminhadas e sim ofícios. “Não vieram como denúncias, vieram como ofícios, só foram lidas, as denúncias já estão no Tribunal de Justiça, eles têm muito mais argumentos que nós aqui na Câmara, ele tem todo o dossiê lá, o que mandaram foram quatro ofícios, não foram denúncias. O que entrou como aceitação ou não foram duas denúncias de dois cidadãos, forma rejeitadas, como também já foram rejeitadas denúncias contra o interino”.

Ressalta-se que o jornal enviou demanda a Assessoria de Comunicação solicitando um posicionamento do prefeito em relação ao assunto, mas a assessoria não enviou a tempo. O espaço está aberto para que o prefeito possa se posicionar a respeito das matérias.

 

Denúncia afirma que aditivo pago sem que o serviço fosse executado.

A obra do Terminal Pesqueiro de Itaipava/ Itapemirim está na mira da justiça, envolvida em polêmicas desde seu nascedouro. Recentemente, o Prefeito interino Thiago Peçanha, assinou aditivo de R$ 7.999.999,90 de reais (19,60% ) da obra que é de 41 milhões.

No entanto, estranhamente, esse aditivo foi pago no dia seguinte.

Aditivos são utilizados para cobrir despensas que não foram previstas no projeto original, por isso, só podem ser pagos após todo tramite dos processos relacionados. Do contrário, ou o serviço foi executado sem autorização e pago depois ou não foi sequer executado e alguém embolsou essa grana toda. A informação que o jornal obteve há cerca de dois meses é que apenas 30% do total da obra fora executado, o que não justifica o aditivo pago. Desde 2015 essa obra vem se tornando notícias com sempre voltada ao mesmo assunto, denúncias.

 

 

 

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *