Educação e novas maneiras de pensar literatura em debate na Bienal Rubem Braga

Auditório ficou lotado durante a mesa com os três debatedores

A 7ª Bienal Rubem Braga proporcionou, na manhã deste domingo (20), a realização da mesa de debates “Narrativas em Educação: tecer ‘com’ o outro, novas maneiras de pensar a literatura”. O evento contou com a presença de três capixabas: o professor de literatura, língua portuguesa e produção de texto Fábio Brito, o professor, escritor e contador de histórias Fabiano Moraes e a escritora Neuza Jordem, membro da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras.

O Auditório Marco Antonio de Carvalho ficou lotado para acompanhar os debatedores, que, em suas falas, enfatizaram a ideia da literatura como um conjunto de saberes que extrapolam os sentidos tradicionais comumente associados ao termo.

“Geralmente, as pessoas tendem associar literatura e erudição. Mas literatura também se faz da ‘poeirinha do cotidiano’. A literatura está em todo lugar”, defendeu Fábio Brito.

Neuza, por sua vez, comentou sobre a relação da literatura no ambiente familiar e o efeito que o texto literário causa nas pessoas. “O hábito de ler pode começar com os pais contando suas próprias histórias de vida para os seus filhos, relatos de suas origens e trajetórias. E depois, eles podem tirar um tempinho para sentar e ler com as crianças. O livro literário nos tira do chão, nos encanta, não tem inicialmente o objetivo de educar. A literatura vem para preencher o vazio em meio às ações cotidianas”, afirmou.

Já Fabiano falou um pouco de sua própria experiência de vida, boa parte dela passada em Cachoeiro, em relação ao hábito de contar histórias. “Quando era criança, nós sentávamos na calçada contando histórias uns para os outros sobre mitos urbanos e outras coisas. A partir disso, começamos inclusive a ir atrás das histórias indígenas”, disse.

Também foi aberto espaço na mesa para uma breve apresentação de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de alunas de Fábio Brito no Centro Universitário São Camilo, no qual elas realizaram um estudo comparativo entre poemas de Carlos Drummond de Andrade e algumas das famosas tirinhas dos personagens Calvin e Haroldo.

Mais bienal

Este domingo é o último dia da 7ª Bienal Rubem Braga, realizada desde terça-feira (15), na Praça de Fátima, Centro de Cachoeiro, mas a programação segue com muitas atrações para todas as idades. Oficinas artísticas, contação de histórias, Feira do Livro e exposições chamam a atenção do público no evento, que comparece em peso.

Quatro livros estão sendo lançados neste último dia do maior evento literário do Espírito Santo. Um dos destaques é “Luz del Fuego – a bailarina do povo”, biografia de uma das provocadoras personalidades nascidas em Cachoeiro. A autora da obra é Cristina Agostinho (MG).

A 7ª Bienal Rubem Braga é realizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Cachoeiro (Semcult), com apoio do governo do estado, Unimed Sul Capixaba, Sebrae, Sesc, Senac, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes – campus Cachoeiro), TV Gazeta Sul e jornais ES de Fato, Aqui Notícias e Folha do ES. A programação completa, totalmente gratuita, pode ser conferida no site oficial: bienalrubembraga.cachoeiro.es.gov.br.

 

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