DESCASO Falta de UTI mata mais um em Itapemirim

 

Antônio Jorge foi mais uma vítima do sistema, morreu aguardando uma vaga de UTI em Itapemirim (FOTO MARATIMBA.COM)

 

Infelizmente, esta é a realidade do Sul do Espírito Santo. Não é um problema exclusivo de Itapemirim, mais uma pessoa morrer esperando por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI.

A culpa? Que adianta depois da morte arrumar culpados, é preciso encontrar soluções para acabar com este descaso que vem ocorrendo com o sul do ES.  Antônio Jorge de Oliveira, 46 anos foi mais uma vítima da morosidade, da falta de respeito do Poder Público em colocar a saúde como prioridade.

Antônio teve um AVC (acidente vascular cerebral) e estava sendo assistido no Hospital Evangélico de Itapemirim desde dia 9 desse mês de junho, acabou tendo uma complicação com uma pneumonia e pancreatite que se agravou, ele não resistiu à espera de sete dias por uma transferência para uma UTI e acabou falecendo na madrugada do sábado, 16, por volta da 00:00hs.

Adriana Enrique, prima, disse ao Maratimba que entrou em contato com a Drª Michelle e Júlio César Carneiro, secretário de Saúde de Itapemirim, quarta-feira, 14, ambos prontamente ajudaram em tudo que estava ao alcance e conseguiram a vaga para UTI em Vitória no dia (15/06), porém, a UTI móvel não chegou a tempo e Antônio acabou falecendo.

Em contato com o secretário de Saúde, nesta segunda-feira 18, Júlio assegurou que o município de Itapemirim concede duas ambulâncias que ficam à disposição dos Hospitais Santa Helena e Menino Jesus para remoção de pacientes, mas as ambulâncias são básicas. “UTI móvel não é obrigação do município, mantemos uma unidade básica lá. Estamos na luta para que o Estado conceda esta unidade para lá ou uma extensão do SAMU que chegou até Piúma”.

Em tempo, o município de Itapemirim informa que fez o maior repasse da história para o Hospital Evangélico Litoral Sul, antigo Santa Helena, estando em dia com todas suas obrigações legais e financeiras, portanto espera e cobra um atendimento justo e humano para os cidadãos.

Mortes são frequentes

O litoral sul do ES tem chamado atenção na imprensa pelas frequentes mortes relacionadas à falta de UTI, várias pessoas já perderam a vida neste hospital, quando consegue a vaga, falta a UTI Móvel. É um bate e rebate que parece não ter fim. A demora da remoção contribui diretamente para o agravamento do caso do paciente que acaba morrendo sem mesmo percorrer o trajeto.

 

Norma destina R$1.500 para UTI em Itapemirim

A deputada Federal Norma destinou uma Emenda para UTI do Santa Helena no valor de R$1.500 milhões

A Deputada Federal Norma Ayub fez a entrega oficial da Emenda Parlamentar Individual de R$1.510.000,00 (Um milhão, quinhentos e dez mil reais) para implantação da UTI e Serviço de Hemodiálise no Hospital Evangélico Litoral Sul (antigo Santa Helena), em fevereiro deste ano.

“A emenda está em análise no Fundo Nacional de Saúde, procedimento normal, ainda não sabemos o prazo para empenhar porque depende deles”. Lembrando que essas foram as primeiras emendas que a deputada teve direito.

“Chega do Brasileiro colocar em risco o seu bem mais precioso, a sua VIDA, pela falta de atendimento de saúde. Infelizmente, a falta de leitos nos hospitais capixabas, principalmente em UTI, ainda é uma triste realidade no nosso Estado. Precisamos acabar com essa situação urgentemente. É o que sempre digo: saúde tem pressa!

Foi pensando em amenizar esse problema que destinei uma Emenda para a implantação de 10 leitos de UTI no Hospital Evangélico Litoral Sul. Um sonho que está perto de ser realizado. Quando prefeita construímos aquele espaço, agora com esse recurso de 1 milhão 510 mil reais a UTI será equipada. Além disso elaborei um projeto de lei em que os PACIENTES EM SITUAÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA possam ser atendidos em estabelecimentos de saúde públicos ou privados, até que existam condições seguras de transferência! Esse projeto segue tramitando na Câmara”, ressaltou a deputada Norma Ayub procurada pela reportagem para falar da emenda e dos problemas referentes a falta de vagas em UTI.

Outra situação crítica é o sistema de remoção por UTI móvel, cuja responsabilidade é do estado. “É muito absurdo saber que é uma situação de urgência e as UTI’S tem o prazo de 24 horas para remoção. Sem contar que os pacientes distantes da capital aguardam esses veículos saírem de Vitória para irem até o sul ou norte do Estado para fazer a remoção. Lembrando,  o que poderá salvar uma vida é o tempo que leva-se para fazer esta remoção”.

 

 

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