Deficiente Mental recolhe lixo das ruas e enche a casa

Uma situação deplorável, injusta, desumana, cruel e triste. A mulher sofre de problemas mentais, não consegue internação, junta lixo e leva pra casa todos os dias. Ela já levou para casa um cachorro morto e colocou na geladeira, passa dias e dias sem banho e comendo lixo e coisas estragadas

O caso é sério e precisa de intervenção judicial e da prefeitura de Ibitirama/ES. Trata-se de Maria Aparecida Célia de Carvalho, 41 anos, ela reside na comunidade de Santa Marta. Depressiva e dependente química ela recolhe lixo nas ruas e leva para casa todos os dias, a situação é terrível.

A dona de casa,  Ana Maria Carvalho Leite, 53 anos, residente no bairro Monte Aghá, em Piúma há 30 anos, entrou em contato com a redação do jornal pedindo ajuda, pois não sabia a quem recorrer, para conseguir uma internação para a irmã que sofre de depressão, problemas mentais e faz uso de substâncias químicas, álcool e drogas.

Maria Aparecida Célia de  Carvalho vive nas ruas, ninguém consegue argumentar com ela, pois a mesma agride, xinga e ofende as pessoas. Todos na comunidade sabem das necessidades dela, mas uma internação não é fácil. Ela é mãe de quatro filhos, todos dependentes químicos que também a maltratam, segundo a irmã. Para piorar, ela leva para casa todos os dias sacolas e mais sacolas de lixo, recolhe tudo da rua e amontoa, onde dorme e come, a casa tem um odor insuportável. “A Prefeitura alega que é a família quem deve cuidar dela, mas como cuidar de uma pessoa que não para, não sossega, só vive catando lixo e levando para dentro de casa. Eu estou com umas imagens horríveis no meu telefone e a família não tem condições de pagar uma clínica particular para ela. Você tem algum conselho do que eu devo fazer para ajudá-la, preciso de um caminho para ajudar a minha irmã?”, disse.

A situação de Maria Aparecida é muito difícil, segundo a irmã, pois vive andando sem rumo. “Ela pede alguém para me ligar, me xinga, infelizmente a família não tem como pagar uma clínica para tirá-la da rua, a casa dela está uma coisa horrível”, disse.

A dona de casa que mora em Piúma teme receber uma notícia pior a qualquer instante. “Daqui lá fica bem longe pra mim, eu não tenho como ir lá agora. O povo de lá liga pra mim direto falando da situação dela, mandam foto, quando ela consegue falar comigo, só usa agressividade”.

 

Aguardando vaga

A Reportagem entrou em contato com a Secretaria de Assistência Social de Ibitirama, conversou com o secretário Miguel Almeida para saber se eles têm conhecimento desse caso e se poderia intervir de alguma maneira.

Miguel disse que todos conhecem a história de Maria Aparecida na cidade. Frisou que sabe da situação e afirmou que a Prefeitura já paga um aluguel social para ela, sabe dos problemas dos filhos também.

Oportunamente, disse que fizeram um esforço e compraram um colchão para ela e a mesma vendeu para usar o dinheiro com drogas. Sobre a internação, Miguel disse que a secretaria de Saúde já entrou com um mandando judicial pedindo a justiça autorização e nesta segunda-feira, uma assistente social esteve no Ministério Público – MP e foi informada que a justiça autorizou a internação, mas é preciso encontrar vaga em uma clínica. “Se tiver um parente dela aqui que possa autorizar vai nos ajudar muito, acredito que nas próximas 48 horas saia uma vaga para ela, estamos há dois meses tentando resolver esse impasse. Toda a comunidade está revoltada com a situação da mulher. Com fé e amor vamos conseguir dar uma condição digna para ela, infelizmente, o caso é dolorido e triste”, ressaltou o secretário de Assistência Miguel Almeida.

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *