Curiosidade com a idade de Bolsonaro acaba em condução do irmão de Norma a PF

Vila em polvorosa: irmão da deputada federal Norma Ayub é conduzido pela PF acusado de rastrear dados de Bolsonaro na Receita Federal, foi uma brincadeira ingênua que acabou gerando o inquérito

 

Sabe aquele estopim que faltava para deixar a Vila completamente em polvorosa? Disse-me-disse boatos, centenas de compartilhamentos pelas redes sociais, o caso que envolve o nome do irmão da deputada Norma Ayub, Odilon Alves Filho, servidor da Receita Federal, que foi conduzido pela Polícia Federal – PF a Superintendência em Cachoeiro para dar explicações sobre dados acessados referentes ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

Seis policiais federais amanheceram nesta quinta-feira, 05 na pacata Vila de Itapemirim, foram ao apartamento de Odilon, antes pegaram duas testemunhas em uma padaria. Subiram e vasculham tudo, depois o convidaram a seguir a Superintendência da Polícia Federal em Cachoeiro de Itapemirim para depor, uma vez que é investigado por acessar os dados fiscais do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

O buchicho na Vila foi como uma faísca de fogo em um monte de pólvora. O processo corre em segredo de justiça. Mas a Reportagem conversou com o advogado Yamato Ayub, que assegurou que, tudo não passou de uma brincadeira ingênua, inconsequente, em outubro de 2018, quando Odilon estava atendendo a um senhor de mesmo nome do presidente, Jair, e, teria dito, mas senhor não é muito velho para este nome. Após ele atender ao cidadão, Odilon teria tentado entrar no sistema para averiguar a idade do presidente, na época havia acabado de sofrer um atentado. A curiosidade de Odilon acendeu um alerta no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, liderado pelo General Augusto Heleno Ribeiro que, segundo informações do depoente, permanece em constante vigilância após o atentado sofrido por Bolsonaro, em 06 de setembro de 2018. Logo Odilon teve que explicar a motivação de sua pesquisa por dados financeiros e pessoais do Presidente.

De acordo com Yamato tudo não passou de uma curiosidade e a investigação vai chegar à conclusão.  Oportunamente, informou que a Receita Federal possui dois sistemas, um chamado Via, onde é fornecido o nome, CPF e endereço e o Sistema, Saga que informa declaração, situação fiscal do contribuinte, dividas e bens. Odilon teria acessado o sistema Via.

Yamato disse que estava indo a Vitória quando foi avisado que Odilon estava segundo a sede da Polícia Federal em Cachoeiro. Quando ele chegou Superintendência da PF, o depoimento já estava no fim.

“Ele chegou a acessar por curiosidade para ver a idade do presidente, porque estava atendendo uma pessoa de nome Jair, não houve vazamentos de dados e nem quebra de sigilo fiscal, em razão desta brincadeira estourou a bomba por causa também do atentado que sofreu o Bolsonaro. Imediatamente quanto ele acessou houve o bloqueio imediato, ele não chegou a ver os dados, isso foi em outubro, foi um ato de curiosidade e ingenuidade. A PF vai apurar os fatos. Tem gente usando o acontecimento com interesses políticos para macular a imagem de Norma. Só haveria crime, se tivesse vazado as informações relacionadas à situação fiscal do presidente. Não houve vazamento, não houve transferência de dados, mera curiosidade quanto ao perfil do Bolsonaro, em razão do cidadão ter o mesmo nome”, salientou o advogado Yamato que é irmão de Odilon e da deputada Norma.

A deputada federal Norma Ayub Alves falou com a Reportagem disse que o irmão acessou os dados do Bolsonaro como um fã. “Errou, errou, só que as pessoas colocara uma maldade muito grande. Ontem (sexta) o ministro da Casa Civil Onix me ligou, eu já tinha dito a Ferraço que ia procurar o presidente da República, mas Feraço disse para eu ao procurar porque ao tem nada demais, Ferraço não alcançou que isto iria chegar aonde chegou. O ministro me ligou e me deixou mais calma, mas a situação é muito chata. Não foi esta a educação que eu tive e nem a educação que minha mãe deu pra nós. Odilon está tão aéreo que ele não sabe à proporção que isto chamou. Eu não tenho nada a ver com isso, só que é o meu nome”, frisou Norma Ayub.

A deputada Norma está muito chateada com os comentários na Vila porque usam o nome da mãe dela. “A minha mãe não está mais aqui, ela sempre foi uma pessoa maravilhosa, e, graças a Deus que ela está no céu e não está sofrendo com isso. A maldade existiu, e, eu to pagando um preço que não é meu. Estou pedindo uma audiência segunda-feira com o ministro Moro e então eu te dou a notícia em primeira mão. Eu não tenho nada a ver com a atitude de meu irmão, eu sou eu e ele é ele”, frisou Norma que fez questão de salientar, ele não tem Ayub no sobrenome: Odion Alves Filho.

De toda forma, Odilon foi ouvido e liberado para se apresentar à Receita Federal onde também responderá a um Processo Administrativo Disciplinar. As investigações do processo de nº 50044896820194025001 na vara da Justiça Federal em Cachoeiro de Itapemirim.

 

 

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