COOPERVIDAS: o sonho que se tornou realidade

“Ady, o sonhador do concreto, uma pessoa do bem, acima de tudo, homem de boa vontade”, assim descreveu Dulcino Monteiro de Castro, amigo, sócio e parceiro na fundação da Coopervidas.

Toda grande ideia necessita de grandes sonhadores: a Cooperativa de Valorização Incentivo e Desenvolvimento Agropecuário Sustentável – Coopervidas nasceu do sonho de três pessoas que acreditaram numa ideia: O economista Dulcino Monteiro de Castro, o advogado Ady Vieira Brunini Gomes e a Administradora de Empresa, Kétyla Bayerl Marafoni.

É claro que nenhuma ideia surge do nada e a Coopervidas nasceu de uma realidade composta de grandes dificuldades e muitos desafios. O êxodo rural batia a porta de Piúma, o homem do campo não tinha ideia de que suas terras eram tão produtivas e podiam mudar suas próprias histórias, os filhos dos produtores rurais estavam abandonando o campo, a roça e a indústria precisava de frutas para se desenvolver a economia das famílias. Porém, a Coopervidas fez o contrário, promoveu o êxodo urbano, levou ao campo o homem da cidade. “Viemos da cidade para cá. Eu, Ady Brunini, Delni Farias, presidente da Caixa Econômica e Paulo Decoteli, um grande físico”, disse Dulcino Monteiro.

O que motivou a fundação da Coopervidas, segundo um dos sócios fundadores, Dulcino Monteiro de Castro foram as frequentes enchentes, que faziam com que os produtores m tudo. E politicamente, o discurso da abertura do Canal de Itaputanga já estava insustentável, eram frequentes brigas na justiça. Depois de muitas conversas e promessas políticas vieram as obras do vertedouro, que passaram por dentro das propriedades de Ady e Dulcino. Era preciso salvar o homem do campo e possibilitar renda as famílias. A Coopervidas surge em uma conversa dentro do rio, quando estava seco, que, só o cooperativismo seria capaz de tornar a vida dos produtores melhor.

Dulcino conversando com Ady, ambos montados a cavalo dentro do rio seco ficaram muito preocupados com as obras do vertedouro que podiam atrapalhar a vida dos produtores do Vale do Orobó. “Teve uma noite, na época das obras do vertedouro, que eles chegaram dizendo que iam fechar o rio todo, a água passava mais por fora do que por dentro. A ponte não passava mais carro pesado, com a discussão de limpar a praia fecharam o canal, a passagem era por fora, rodeava a ponte. Com a desculpa da chuva fecharam o canal e não iam abrir nunca. A cada enchente o pessoal perdeu tudo, quando fizeram o vertedouro deu logo a chuva seguinte, o Vale do Orobó ficou coberto por água e tiveram de abrir na marra, Ady tem tudo isso documentado. No início das obras do vertedouro, os produtores conseguiram várias liminares, foram feitos estudos hidrológicos e para fazer essa obra tiveram que aterrar o rio e limpar. Eles estreitaram o leito do rio, de tão assoreado, jogavam todo o tipo de lixo, depois cavaram um leito mais fundo. Eu pensei o vertedouro fosse ser embaixo da ponte. Fizeram a nova ponte. Depois da ponte feita não quiseram mais abrir o rio. Depois disso eu conversando com Ady montados em cavalos dentro do rio que ficou seco, tivemos a ideia de começar a filmar as sessões na Câmara porque já não aguentávamos mais depender da vontade política para as decisões de nossos interesses. Nós falamos ao mesmo tempo, juntos: Eu não aguento mais, essas coisas do campo, a única coisa que daria certo seria uma cooperativa, o pessoal do campo está todo migrando para a cidade”, relembrou.

Relatou Dulcino que depois conversando com Kétyla, que era a Coordenadora do Programa Estadual Nossocrédito de Piúma na época, que emprestava para o pessoal todo pequenas quantias, foram amadurecendo a ideia. Na época estávamos montando o PDM – tinha a parte rural, foi o grupo que fez, o pessoal da cidade não sabia nada de interior. “Não sabia a população exata, praticamente nós fizemos o recenciamento, eu tenho a lista de todo mundo. Começamos a procurar as pessoas. Saímos num sábado de verão, quentíssimo, um calor insuportável, marcamos uma reunião em São João de Ibitiba, temos a foto, Ady guardou. Lá foi fundada a Coopervidas. Quando chegamos lá tinha uns sete a oito gatos pingados, tinha um cara bêbado a cavalo que entrou na quadra e todos indo contra, dissemos: está aberto a todos, mas a maioria achava que não daria certo. Não tínhamos nenhuma informação de como fazer a Coopervidas. Começamos a conhecer o pessoal todo a partir de Ketyla, ela sabia que estavam todos apertados, tinha vivencia de onde os agricultores moravam pois trabalhou no Incaper. Teve um cara que colocou tanta coisa contra e, nós, dissemos, viemos convidar a todos para participar, quem quiser seja bem-vindo… Vieram uma série de coisas, teve a Associação Rural daqui que o presidente dizia que não precisava de cooperativa, que já tinha associação, nós convidamos ele também. Quando um desanimava o outro chegava com uma ideia, eu, Ady e Ketyla, um dava força para o outro e havia sempre uma nova ideia. Começamos a ir à Secretaria de Agricultura do Estado e formamos um grupo. O gerente do Banco do Brasil quando viu a nossa movimentação disse: a cooperativa de vocês está pronta. Foi um desafio muito grande, começamos a fazer lá em casa as reuniões. Em São João nós começamos por causa da Ketyla tinha a lista do pessoal. Paralelamente as nossas reuniões, nós íamos lá no PDM e víamos os vários absurdos. Falavam que a tendência do meio rural de Piúma era desaparecer…

Nesta época, formou-se a chapa e montou-se a diretoria, Ady presidente, Dulcino, vice-presidente, Kétyla, secretária e vários outros cooperados. Foi formada a Cooperativa, em 2007.

Fomentaram o plantio de frutíferas em sítios dos sócios, por meio de mutirões e articulações. Foram 40.000 mudas de acerola plantadas.

Em 2015 inauguram nossa Parking House, para a limpeza, empacotamento, congelamento, estoque e expedição de frutas in natura, prontas para o consumo (e congelamento de frutas e polpas).

 

 

Prêmios

Cooperados ao lado do presidente Ady Brunini – foto/ divulgação

Selo de identificação da Participação da Agricultura Familiar – SIPAF garante que “Aqui tem agricultura familiar”. Com este selo foi fortalecido a identidade social da agricultura familiar nos produtos, perante os consumidores.

A Coopervidas é vencedora do Prêmio Inoves, na categoria Inclusão Social (2013).

O trabalho estimulou a fundação do Polo de Acerola no Estado.

 

Foto: Dulcino/ Luciana Maximo

Legenda: Dulcino conversando com Ady falaram ao mesmo tempo que só o cooperativismo salvaria os produtores rurais.

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