África busca referências de práticas agrícolas adotadas no Espírito Santo

Uma comitiva da África, composta por Angola, Kenya, Rwanda e Malawi, visitou a Sede do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em Vitória, a fim de conhecer a cafeicultura capixaba e as tecnologias desenvolvidas pelo Instituto, além de entender por que a cafeicultura do Brasil tem crescido a cada ano e como é realizada a interface entre os órgãos estatais e as empresas privadas.

Integraram a comitiva Santos Helder da Ouro Negro Exploration (Angola), Bernard Kaunda da Mzuzu Coffee (Malawi), Odhiambo Murwayi da Sucafina Kenya, Millicent Onjoro da Fairview (Kenya), David Kendagor e Bernard Gichovi da Coffee Directorate (Kenya) e Jean Aime e Alice Uwineza da Sustainable Harvest (Rwanda). Todos foram recepcionados pelo coordenador estadual de cafeicultura, Abraão Carlos Verdin, e por pesquisadores do Instituto.

Um dos temas discutidos durante a visita foi a queda da produção de café nas fazendas estatais da África nos últimos 30 anos. Portanto, o objetivo foi buscar referências para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à cafeicultura, com o objetivo de ampliar a produtividade cafeeira dessas regiões.

Na ocasião, Verdin apresentou as principais tecnologias desenvolvidas pelo Instituto que possibilitaram o incremento de produtividade nas lavouras cafeeiras capixabas. “As tecnologias desenvolvidas pelo Incaper elevaram a produtividade, a qualidade e a sustentabilidade do parque cafeeiro, possibilitando que a cultura do café mantivesse sua elevada importância social e econômica para o Espírito Santo”, afirmou.

Segundo ele, o Instituto é uma referência internacional na produção do café Conilon, mundialmente conhecido como Robusta, e a vinda de várias comitivas confirma essa informação. “Trocamos experiências e estamos abertos a transferir esse conhecimento e desenvolver não só nosso estado e nosso país, mas o mundo da cafeicultura como um todo. Somos responsáveis por esse compartilhamento de informações”, lembrou Verdin.

Nos últimos anos, as visitas internacionais foram frequentes no Incaper e a cafeicultura capixaba recebeu visitas técnicas de países como Uganda, Tanzânia, México, Malásia, Colômbia e Estados Unidos.

Programação da comitiva

A comitiva, após a recepção na Sede do Incaper, em Vitória, seguiu para a Fazenda Experimental do Incaper de Venda Nova do Imigrante para conhecerem o Laboratório de Qualidade de café. Também está prevista a visita até a Fazenda Experimental do Incaper em Marilândia, a fim de conhecerem o trabalho de pesquisa em Conilon desenvolvido pelo Instituto e a adoção das tecnologias desenvolvidas e recomendadas.

Posteriormente seguirão para São Gabriel da Palha para conhecer os jardins clonais de café em e à propriedade do cafeicultor Bento Ventorim, em São Domingos do Norte, que se tornou referência na produção de café Conilon no Estado pela adoção das tecnologias desenvolvidas e recomendadas pelo Incaper, que garantem uma produção mais sustentável e de qualidade.

Incaper é referência mundial: mais visitas… 

Na mesma semana, o Incaper também recebeu o professor da Ufes (Campus São Mateus) Fábio Luis Partelli, juntamente com outro grupo da África composto por Angolanos do Instituto Nacional do Café da Angola: Samuel Aleluia Chinga, coordenador do Programa do Café do INCA; Vasco Gonçalves Joaquim, chefe do Departamento Provincial do Uige do INCA; e Magalhaes Alfredo Lourenço, chefe do Departamento Provincial do Kuanza Sul do INCA.

Eles foram recebidos pela diretora-presidente do Incaper, Nara Sthefania Tedesco, pelo coordenador estadual de cafeicultura, Abraão Carlos Verdin, e por pesquisadores do instituto.
O objetivo foi buscar referências de práticas no campo da cafeicultura, desenvolvidas pelo instituto, após um período delicado de perdas agrícolas que o país teve na guerra civil, na década de 70. “Reconhecemos a importância do Incaper para o meio rural e para a cafeicultura. Temos interesse em criar novas cultivares e novos sistemas de produção. Buscamos parcerias de confiança, afinal, temos muita terra, porém pouca tecnologia”, lembrou Samuel Chinga.

Nara Sthefania agradeceu a visita e destacou a importância do intercâmbio. “A troca de experiência faz com que sejamos competitivos no mercado global. A informação precisa ser compartilhada entre os produtores, assim como uma comitiva de fora em reunião conosco. O Espírito Santo é uma referência de produção, tecnologia e pesquisa para o café”.
“O Incaper tem muitos profissionais qualificados no meio da ciência e da tecnologia. Nesse sentido, tenho certeza que podemos contribuir com essa formação de recursos humanos e pesquisa aplicada para darmos continuidade a este conhecimento”, afirmou Partelli.

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