“Ady foi um anjo” afirma dona Yara, mãe

Dona Yara cumpriu a missão de mãe com Ady Brunini, pela certeza que ela carrega, é que está serena, mesmo partida por dentro, com a morte do único filho.

 

Em conversa com a reportagem dona Yara Brunini contou que desde antes Ady nascer já o amava incondicionalmente. Moravam no Leme, Rio de Janeiro. Ainda grávida, ela vinha para Piúma e Ady se encantou com o mar, aos três meses de vida tomou o primeiro banho. Ela contou que oportunizou ao filho tudo que foi possível. Ady jogou vôlei na adolescência, passeava a cavalo na fazenda, tomava banho na represa, fez escola de remo, natação, voou de ultraleve, participou de competições de equinos, viajou, curtiu a vida em todos os aspectos. Se formou em direito, tornou-se homem e deixou para a mãe as melhores lembranças.

Dona Yara esteve com Ady em todos os momentos da vida dele, enfrentar a doença não foi fácil. Na primeira seção de quimioterapia o rezou do dedo mínimo aos fios de cabelo na cabeça, acreditava que ele fosse receber a cura. Fez todos os chás que orientavam, preparava o cardápio dele com todos os cuidados. Nas horas mais difíceis, dona Yara pediu a Deus que fosse feita a vontade do pai e não a dela. “Para falar do meu filho, eu tenho poucas palavras, por mais que eu fale, por mais que eu rebusque, que eu encontre caminho, só tem um. Eu não tive um filho nem um amigo, eu tive um anjo que permaneceu na minha vida pouco tempo. Eu gostaria que ele ficasse a minha vida inteira, eu nunca pensei que ele fosse antes de mim. Mas saída dele foi tão importante, que me mostrou mais a presença de Deus, porque eu pensei que se eu perdesse esse filho eu morria junto com ele, mas eu estou firme, porque ele me pediu que eu continuasse com a obra dele. Existem muitas coisas boas que ele vai deixar para Piúma. Realmente, foi maravilhoso, a nossa convivência foi o que há de melhor e eu vou guardar para sempre. Para mim ele permanece sempre em meu coração. O que eu te falei do único defeito dele, eu quero até justificar: ele foi criado com muito carinho, mamãe tinha loucura por esse netinho, quando ele espalhava os brinquedos dele no tapete, quando a gente morava no Rio, ele terminava de brincar, saía, mamãe vinha e catava aquilo tudo. Eu falava: ‘mãe, não pode ser assim, eu sei que você faz isso com boa vontade, com prazer, pelo amor que a senhora tem, mas acontece que ele vai acostumar mal, daqui a pouco ele não vai saber mexer com as coisas pessoais dele’ e assim aconteceu. Ele as vezes deixava alguma coisa jogada, mas o resto, não existe nada que eu possa falar do meu filho que ele tenha errado nesta parte. Ele foi humano, minhas amigas todas chamam ele de filho, ele tinha várias mães, porque ele cativou cada uma delas. Neste momento eu estou ao lado de uma que veio de Alegre para me dar um abraço e falar sobre Ady. Sem me alongar muito, o que eu quero dizer é que eu não tive um filho e nem um amigo, eu tive um anjo que passou pela minha vida, me deixou uma luz tão grande dentro de mim, que essa luz é meu guia e essa luz não vai apagar jamais. Ela está me dando força para passar por isso, porque ele não queria me perder. O maior medo que ele tinha na vida era perder essa companheira dele. Essa luz vem de Deus e da bondade que ele deixou”, emocionou-se a mãe Yara Brunini.

 

Foto: Dona Yara e Brunini

Legenda: Dona Yara, mãe de Ady e ele – uma história de amor que está registrada para sempre

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